quarta-feira, 31 de julho de 2013

Notícias de Sampa: 10) Kana & Cia. e sua Quinta Jam Session

Pois é, Kana não sossega o facho (nem pode, né?), de tempos em tempos tem uma ideia nova pra não deixar a peteca cair. Essa vida de artista não é sopa e todos já sabemos, tem que ralar pra rolar, como diz o ditado. E Carlos Lyra está aí pra não me deixar mentir. Disse ele que seus direitos autorais estão minguados pra caramba, daí que aposentadoria, por ora, nem pensar! Pois bem, é pensando nessas e noutras problemáticas sem solucionáticas que Kana anda enfileirando projetos um atrás do outro.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Notícias de Sampa: 9) Sopa de Letrinhas, 11 anos

Arte: Aimée e Louise Cerpa
Todo artista fica feliz que nem criança que ganha um brinquedo quando recebe um afago no ego. É natural, mais, é uma troca: o cara faz uma canção e vai lá dar a cara a tapa, sobe num palco e procura dar o melhor de si no intuito de emocionar a plateia, entrar em sintonia com ela, como se os dois lados formassem parte de um só corpo, uma só energia, buscando através de sua canção um magnetismo que una dois polos, como se o palco fosse espelho da plateia, e vice-versa. E, quanto mais o tempo passa, mais isso fica difícil. Quem sobe num palco hoje tem que competir com os garçons; o tilintar dos copos; as conversas paralelas; o camarada que se senta de costas pro palco e, sem microfone, quer chamar mais a atenção do que o músico; os celulares, iPods, iPhones; os que nunca ficam afônicos; e tantos outros "atravessadores" que estão ali pra tirar a atenção do público...

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Crônicas Desclassificadas: 99) Lembranças incompletas

Estava dia desses trabalhando, revisando uns exercícios de física (revisão gramatical, expliquemos, pois nessa matéria sou uma nulidade), quando o vento do ar-condicionado mudou subitamente de rumo e enviou em minha direção uma kamikaze lufada de ar frio que balançou meus cabelos (sim, eu ainda os tenho; poucos, mas bravos!). Tal sopro maroto por um átimo deve ter posto em contato alguns fios desencapados de meu cérebro, pois imediatamente me veio à memória uma lembrança... que se foi no segundo seguinte. Fiquei intrigado com aquilo, e cheguei mesmo a perder alguns minutos tentando reacionar (acionar de novo) essa conexão, mas em vão. Por falar em reacionar, vejam que maravilha são as línguas: em espanhol há a palavrinha reaccionar, que significa reagir! Mas voltemos. Bateu-me uma tristeza, pois a tal da lembrança me parecia ser boa.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Trinca de Copas: 20) Clarisse Grova, Élio Camalle+Rafael Iasi+Ricardo Soares+Sonekka+Zé Edu Camargo e Gabriel de Almeida Prado

1) A UM PALMO DO NARIZ

Tratemos de música um pouco, né? Pra começar resolvi resgatar uma canção que nasceu de um forma muito doida. O que Chico Buarque tentou em sua casa certa vez, e não conseguiu, consegui eu. Mas, caramba, como o tempo passa! Eram os idos de 2007! Naquela noite a caiubada em peso estava no (hoje finado) Crowne Plaza; se não me engano havia rolado um show coletivo do Caiubi (se eu estiver enganado, alguém me corrija). Após o show, alguns de nós resolvemos terminar a noite no Rancho Nordestino, boteco chiquérrimo e tradicional do bairro do Bixiga. O Clube do Bolinha era formado por mim mais Rafael Iasi, Ricardo Soares, Tito Pinheiro e Zé Edu Camargo. Após algumas brejas, desafiei a galera a compor uma letra ali, na hora. Vencida certa relutância inicial, os manos se animaram e, um faz um verso aqui, outro acolá, chegamos a um resultado no mínimo razoável.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Crônicas Desclassificadas: 98) Minha pátria são minhas línguas

Sempre gostei de viajar, só que de um modo um tanto distinto do de turistas comuns. Não vou dizer que não me agrade visitar pontos turísticos, mas, se a viagem se resumisse a isso, confesso que preferia ficar em casa. Afinal, muitas vezes temos que acordar cedo, passar horas dentro de um ônibus, nos cansamos caminhando e visitando um sem-fim de igrejas e museus, pra no fim só tirar uma dúzia de fotos que, na volta, mostramos aos parentes e amigos, e não absorvemos absolutamente nada da essência do lugar visitado. Vou dar um exemplo, mas num parágrafo novo, pra não sobrecarregar este.

domingo, 14 de julho de 2013

Os Manos e as Minas: 13) Estudando Tom Zé

Fazia algum tempo vinha querendo escrever sobre Tom Zé, e devo (quem diria!) à Coca-Cola a transformação desse desejo em realidade. Soa até engraçado, pois se dependesse de mim ela já teria falido, não por ativismo político, mas simplesmente por questões palatais. Pois bem, o fato é que fiquei sabendo por meio do "tribunal do feicebuque" que Tom Zé havia ganhado uma grana usando sua voz pra um comercial do supracitado refrigerante e, não conseguindo ter paz por causa do "fogo amigo" de seus fãs, viu-se obrigado a se desfazer desse dinheiro, doando-o pra uma banda de Irará (sua cidade natal, no interior da Bahia) que tempos atrás o havia expulsado por considerá-lo "um filho de rico ocupando a a vaga de algum aluno pobre". E eu, que tenho sido sempre honesto com meu patrão (eu mesmo) neste espaço, achei que era chegada a hora de dizer duas ou três palavrinhas sobre o moço.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Crônicas Classificadas: 30) Bar ruim é lindo, bicho!

Meu camarada Gabriel de Almeida Prado dia desses me falou que acha meu estilo na escrita muito parecido com o de Antonio Prata, cronista que atualmente escreve no caderno Cotidiano da Folha de S.Paulo. Fiquei contente com o que julguei ser um elogio. Mesmo porque o moço escreve bem bagarai e tem uma originalidade natural que salta aos olhos. E também porque, com esse elogio, equilibro a balança, visto que outro camarada meu, Élio Camalle, justamente depois que virou bourgeois(!), tem achado que tô mais pra Arnaldo Jabor, simplesmente porque não saio às ruas segurando um cartaz escrito em letras garrafais "BASTA DE CORRUPÇÃO!". No mais, acho isso meio genérico. Se tivesse que escrever algo num cartaz escreveria "ABAIXO O CÂNCER! (E VIVA O SAGITÁRIO!)", "QUEREMOS DIAS COM 30 HORAS!", "FILÉ-MIGNON NA FAIXA PARA OS MENDIGOS JÁ!", "FORA COM AS LONG-NECKS NOS RESTAURANTES!" ou algo do gênero.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Texto de aniversário de três anos d'O X do Poema

Hoje O X do Poema completa três anos de existência. Como sempre, é época de balanço, autocrítica, de repensar os erros e avaliar os acertos. Nestes mais recentes 12 meses o fator de maior relevância talvez tenha sido o visível aumento de leitores e, consequentemente, visualizações de postagens. Claro que ainda se faz necessário saber usar as redes sociais como divulgação, além da chamada mala-direta, contudo, cada vez aumentam mais as visitas espontâneas, inclusive de fora do país, o que faz que muitas postagens antigas de repente apareçam nas estatísticas entre as mais visitadas da semana.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Crônicas Desclassificadas: 97) "Porque não!"

JLRN, 41, portador do RG XX.XXX.XXX-X e do CPF NNN.NNN.NNN-NN, é um cidadão trabalhador, paga seus impostos e suas contas, não é dado a luxos nem excessos, na pior das hipóteses, se tivéssemos que adjetivar-lhe um defeito, diríamos que de vez em quando gosta de, digamos, molhar o paladar. Pois bem, esse cidadão, de RG tal e CPF tal, contribuinte em dia com seus ônus etc. etc., teve a infeliz ideia de ir ao supermercado Extraordinário (nome fictício, afinal, esta é uma obra de fixação), o gigante da avenida Doce de Brigadeiro, que mantém suas portas abertas 24 horas por dia 363 dias por ano. Pois bem, JLRN dirigiu-se em primeiro lugar à seção de vinhos, escolheu dois argentinos, pela dobradinha custo-benefício. Em seguida foi ao piso superior, onde escolheu três lâmpadas de 90 w. E, como estava lá mesmo, rumou em direção ao caixa mais próximo, que, estrategicamente, ficava naquele mesmo andar.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Crônicas Desclassificadas: 96) Em defesa de Neymar

Caramba, o Brasil tá ficando um país muito chato! Ou, pelo menos, de chatos! Eu sei, eu sei, escrevi há alguns dias apregoando a morte do futebol (aqui), mas, como sempre (e graças a Deus!), mordi a língua. O futebol brasileiro vai bem, obrigado (fora o Palmeiras). E em menos de um mês enfileirou vitórias contra nada menos que três campeões mundiais! Não tem jeito, o lugar-comum é verdadeiro: aqui é o país do futebol, e, quando onze fulanos resolvem jogar bola, não tem pra ninguém! Notem que eu acrescentei "quando resolvem", quando não querem o papo é outro. Temos muitos exemplos por aí: Adriano, Kaká, Ronaldinho Gaúcho... A lista é grande. Por isso a figura do técnico é importante. No caso da Seleção, a figura paternal e enérgica de Felipão faz, sim, a diferença.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Trinca de Copas: 19) Gabriel de Almeida Prado, Kana e Marcio Policastro

1) A FLAUTA DE PÃ

foto de Gabriel de Almeida Prado
Por acaso me lembrei de uma canção antiga que fiz com Kana que tem uma história bem interessante. Na época da faculdade fiz um trabalho a respeito de (também conhecido como Fauno. Lembram-se do filme O Labirinto de Fauno?), um estranho deus da mitologia grega que tinha uma aparência assustadora: era meio homem, meio bode, pois era filho de Zeus com uma ama de leite, que por acaso era uma cabra. Resumindo mal e porcamente, se apaixonou por uma moça que não lhe dava trela e chegou a persegui-la por um bosque. Syrinx (era este o nome da moça), chegando à beira de um rio, pediu que as ninfas dos rios mudassem sua forma, e foi transformada em bambu. , lá chegando, encantado com o som que os bambus produziam pelo contato com o vento, juntou alguns deles de diversos tamanhos e improvisou uma flauta. Essa flauta emitia um som maravilhoso, então, ele, apesar de feio, ao tocá-la, passou a ser perseguido pelas moças, que ficavam como que enfeitiçadas por sua música.