quinta-feira, 21 de julho de 2011

Crônicas Desclassificadas: 18) A biblioteca

Meu nome é A, trabalhei durante muitos anos como repórter do jornal B, cobrindo assuntos locais referentes a esta cidade, onde nasci, cresci e vivi até há pouco. Hoje soube de uma notícia que me emocionou bastante e, por conta disso, resolvi escrever algumas linhas, como forma de homenagem, desabafo ou seja lá o que for. Adianto que não se trata de uma matéria paga que amanhã vai sair com destaque no B, muito pelo contrário. Arrisco-me mesmo a dizer que são as primeiras linhas que escrevo nos últimos não sei quantos anos que saem de meu coração, ou, para parecer menos piegas, que partem de minha própria vontade, que, para espanto meu, sim, ainda existe, apesar de viver sufocada em alguma recôndita parte de meu ser.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Crônicas Desclassificadas: 17) As mulheres do Japão

Tive o privilégio de viajar ao Japão três vezes, em duas das quais lá me instalei por um período não inferior a três meses. Fui recebido de braços abertos por meus sogros (de quem me considero menos genro que filho) e pela população em geral. Com a curiosidade que me é nata, aprendi um bom número de palavras e expressões japonesas, além de estudar seus três alfabetos (hiragana, katakana e kanji), o que me possibilitou estabelecer conversações básicas com a gente desse peculiar arquipélago.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Ninguém me Conhece: 49) Fito Páez, al lado del camino

"Fito é um artista quimicamente puro. (...) É capaz de compor uma canção às 8h da manhã e à meia-noite tê-la gravado e mixado com uma orquestra sinfônica. Se isso não é ter empenho, valentia e talento, não sei o que é. (...) Suponho que Fito, acima de tudo o mais, é isso: artista!". O testemunho acima foi dado por Joaquín Sabina em sua biografia Sabina en Carne Viva, numa época em que ambos estavam de relações cortadas. Nesse livro Sabina dedica um capítulo inteiro a seu "enemigo íntimo". Claro que há nele tintas carregadas de ironia, mas uma coisa Sabina não põe em dúvida: o talento do parceiro/desafeto.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Ninguém me Conhece: 48) Lucio Dalla, una testa piena di pensieri

Em minha adolescência tive um arremedo de paquera que não durou mais que um suspiro, mas deixou marcas profundas nel mio cuore. Apaixonei-me por uma jovem italiana que viera ao Brasil em missão religiosa. Futuramente ela se tornaria freira em clausura, o que, sinceramente, achei um desperdício, pois sua boca nascera pra mais que orações.

O fato é que la ragazza, de nome tão curto quanto poético (Tea), antes de pegar seu Alitalia rumo à solidão, presenteou-me com uma fita que a acompanhava na viagem e que continha alguns sucessos italianos, como Azzurro ("il pomeriggio è troppo azzurro e lungo per me"...), na voz do canastrão Adriano Celentano, e duas canções que me marcaram durante anos, de autoria de (e na voz de) Fabio Concato, um cantautore de voz delicada e requintadas melodias (não confundir com requentadas). Eram elas: Guido Piano e Fiore di Maggio. Essas duas canções me marcaram sobretudo porque eram as preferidas dela.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Esclarecimentos musicais a respeito d'O X do Poema

Léo by Kana
Muitas das pessoas que acompanham meus textos, principalmente os referentes ao Ninguém me Conhece, reclamam que não está claro o modo como disponibilizo as canções pra audição. Dessa forma, muitos, apesar de lerem os textos e se sentirem instigados a conhecer um pouco da obra dos homenageados, acabam não o fazendo, por dificuldades, digamos, técnicas. Pensando nisso, resolvi escrever este texto, da forma mais didática possível, pra que ninguém mais reclame a respeito do assunto. Vamos lá.