terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Trinca de Ouro: 10) Marcela Viciano, Marcio Policastro e Zeca Baleiro (com Dois Africanos)

1) DIA DE SÃO NUNCA

E eis que chegou da fábrica há alguns dias o primeiro (e maravilhoso) CD de meu mano Marcio Policastro, em minha humilde opinião um dos melhores compositores em atividade. Como Poli demorou anos entre a concepção e o acabamento desse seu primeiro rebento, o resultado final ficou parecendo uma espécie de the best of Policastro, ou seja, só petardo! Já escrevi a respeito desse CD em minha coluna Grafite na Agulha (num texto que foi uma dobradinha, no qual tratei também do novo de outro mano, Gabriel de Almeida Prado, que também acaba de lançar seu não menos belo primeiro disco – leia sobre ambos aqui), e enfatizo: o CD é altamente recomendável! Inclusive, a pedido dele, às vésperas de um show de pré-lançamento que ocorreu há alguns dias, escrevi o seguinte:

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Crônicas Desclassificadas: 169) O aniversário do filho pródigo

Era a primeira vez em 15 anos que ele ia passar o aniversário na casa dos pais. Aproveitou a viagem da esposa e lá foi, ele também numa viagem, só que de volta ao passado. Quando desceu do metrô, podia pegar um ônibus, mas, como o tempo estava agradável (fazia mesmo um friozinho bom, raro naquela estação), resolveu caminhar. A cada metro quadrado tropeçava, não em astros, mas em lembranças. Era como se visse um filme antigo, mas do fim pro começo, ou rebobinasse uma velha fita. O bairro evoluíra, era verdade – aliás, como a maioria dos bairros da cidade –, contudo ainda conseguia ver por trás do progresso as tintas desbotadas de um tempo em que, se não era tão bom quanto o de hoje, ao menos tinha a vantagem de, por meio da nostalgia, lhe fazer parecer que fora melhor.