Grafite na Agulha: 34) Um sonho em forma de show e CD

Fazia tempo que eu não publicava nada de novo nesta coluna, não por falta de material, mas por causa da escassez de tempo. Peço desculpas aos leitores e – sobretudo – aos colaboradores que estão há tempos esperando pra ver seus textos publicados. Pensando neles (e em vocês), arrumei um tempinho pra trazer pra cá esta bela homenagem feita pela carioca Danny Reis, que é cantora, compositora (parceira minha, inclusive), tradutora, revisora de texto, blogueira (visite seu blogue aqui) etc. Faltou dizer que sua homenagem em prosa mira Marianna Leporace, mas atinge também Sheila Zagury e... Edu Lobo e Chico Buarque. Mas (por falar em Edu) paremos com esse lero-lero e deixemos a menina sambar, digo, contar em paz. Ao texto:

Um sonho em forma de show e CD
Por Danny Reis

Ela me foi apresentada, em primeiro lugar, pela lista de discussão M-Música. Parecia ser muito simpática, e, além do mais, todos elogiavam seu show São Bonitas as Canções. Os elogios eram tantos que – mesmo com toda a minha relutância, na época, em conhecer pessoas que conheci na internet – resolvi tirar a prova e conhecer pessoalmente a Marianna Leporace.

Foi assim que assisti ao show dela na Sala Funarte. E, mesmo com toda a minha timidez, fui cumprimentá-la no final. Não era apenas impressão: Marianna era mesmo simpaticíssima e acolhedora. Fez um verdadeiro escândalo quando me apresentei!

Quanto ao espetáculo, em parceria com a pianista Sheila Zagury, era realmente deslumbrante – figurinos, cenário, roteiro, texto –, tudo impecável. Sem falar, claro, nas (de fato) lindas canções de Edu Lobo e Chico Buarque, feitas originalmente para o teatro.

Não tenho termo melhor para o impacto que o show causou em mim: fiquei de quatro! De quebra, fiz novos amigos: além da própria Marianna, conheci pessoalmente uma turma muito boa – Alexandre Feitosa, Tania Méliga, João Bani, Nana Soutinho, Nathércia Martinelli –, todos, até então, para mim, apenas personagens de internet, e que eu nunca sonharia em conhecer!

Voltando ao show... É claro que acabei comprando o CD de mesmo nome – afinal, queria levar para casa todo aquele impacto causado pelo espetáculo! E não me arrependi.

O CD tem exatamente a mesma atmosfera onírica do show: até mesmo aquele lindo texto foi gravado!

Danny

“Nosso pequeno picadeiro não tem nada de grande. Mas talvez tenha algo de místico.” Confesso que teria me decepcionado um bocado se não ouvisse essas palavras no disco.

E as canções... São realmente muito bonitas as canções!

Valsa Brasileira, Choro Bandido, A História de Lily Braun, Tango de Nancy, Verdadeira Embolada, Tororó, Abandono, Beatriz... Verdadeiras pérolas que esses dois autores já tão consagrados compuseram, que parecem ter sido feitas sob encomenda para esse espetáculo/CD.

Além do mais, tanto a Marianna (que, anos depois, viria a se tornar minha “madrinha musical”) quanto a Sheila são musicistas que se apropriam das canções, tornando-se praticamente coautoras. Feito que poucos conseguem.

Esse show e esse CD mexeram tanto comigo, que o antigo sonho de infância, de cantar, acabou virando coisa séria.

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São Bonitas as Canções – Marianna Leporace e Sheila Zagury (2000 – independente – relançado por Mills Records)

1. Na Carreira
2. O Circo Místico
3. Meia-Noite
4. Verdadeira Embolada
5. Nego Maluco
6. Tororó – participação de Chico Buarque
7. A História de Lily Braun
8. Tango de Nancy
9. Abandono
10. Beatriz
11. Na Ilha de Lia, no Barco de Rosa – participação de Edu Lobo
12. Valsa Brasileira
13. Choro Bandido
14. Bancarrota Blues
15. Na Carreira (vinheta)
(Todas as canções acima são de autoria de Edu Lobo e Chico Buarque)

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Ouça o CD na íntegra:

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