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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Um Cearense em Cuba: Décimo Quarto Dia
2006
JULHO
DÉCIMO QUARTO DIA
Sábado, 1º.
Como já expliquei, há escassez de transportes em Cuba. Dessa forma, há um serviço pau-de-arara que leva as pessoas como sardinhas em lata. São, em sua maior parte, caminhões (abertos ou fechados) que entalam viventes até não caber mais mosquito, passam uma corda de lado a lado e partem, soltando uma fumaça de deixar doente quem respira. Há também um exótico mas não menos incômodo ônibus com frente de caminhão, que seria engraçado se não fosse de chorar. Quando os vejo, me dá uma saudade danada de nossos trens lotados. E fico feliz por dentro por não ter nascido cubano…
sábado, 4 de dezembro de 2010
Um Cearense em Cuba: Décimo Terceiro Dia
2006
JUNHO
DÉCIMO TERCEIRO DIA
Viernes, 30.
Pontualmente às 6h da manhã chegamos a Havana. Tomamos um táxi até o Hotel Riviera, o melhor de todos até agora, felizmente o último. Dormimos até meio-dia. Acordamos, fomos até o Jazz Café almoçar, boa comida e barata. Voltamos pro hotel e caímos na piscina. Não sem antes ver a cobrança de pênaltis que eliminou a Argentina frente à Alemanha. Fiquei feliz, mas também, inexplicavelmente, um pouquinho triste.
Um Cearense em Cuba: Décimo Segundo Dia
2006
JUNHO
DÉCIMO SEGUNDO DIA
Jueves, 29
Arrumamos as malas, fomos à casa de Jorge ter trinta minutos de aula de dança com suas irmãs, tivemos, despedimo-nos, Jorge ficou de arrumar o carro de um amigo pra nos levar à rodoviária, aceitamos, voltamos pro hotel, antes passamos por um restaurante e almoçamos, e eu fui comprar alguns livros, enquanto Kana terminava de arrumar a bagagem. Daí aconteceu uma situação inusitada. De manhã tinha encontrado (e comprado) dois livros de autores cubanos famosos, indicados pela recepcionista em questão (La Última Mujer y El Próximo Combate*, de Manuel Cofiño López, e El Recurso del Método, de Alejo Carpentier, este último nome, não de todo estranho), mas o escritor de que ela gostava mais, Daniel Chavarría, estava com um livro nas lojas a 20 pesos, ou seja, fora do meu poder de fogo. Agora à tarde voltei a procurar em outra loja e achei-o novamente a 20. Perguntei pro balconista, um senhor idoso e sem uma mão, se não havia um outro livro desse camarada mais em conta. Ele procurou e encontrou outro, chamado Joy, que estava saindo a oito pesos. Imediatamente comprei, porém, na hora de pagar, ao lhe dar dez pesos, ele me perguntou se eu não tinha trocado. Procurei e achei apenas um peso. Ele mo pediu. Quando lhe entreguei, ele me devolveu os dez pesos e disse que estava certo. Olhei-o interrogativamente, ao que ele me respondeu “Todo bien, este basta”. Estupefacto, agradeci-lhe e saí avoado. Daí pensei que, pra ele me vender um livro de oito por um, quanto estaria faturando se eu lhe houvesse pago os oito?
domingo, 21 de novembro de 2010
Um Cearense em Cuba: Décimo Primeiro Dia
2006
JUNHO
DÉCIMO PRIMEIRO DIA
Miércoles, 28.
Fomos à praia. Uma das melhores de Santiago. 40 minutos de táxi. Calma lá, não foi essa fortuna toda que vocês estão pensando, apesar de não ter sido barato. Contratamo-lo via Cubatur, e ele marcou hora pra nos levar e trazer de volta. Uma das melhores praias de Santiago equivale a uma das piores de Varadero. Uma praia cheia de rochas e pedras pequenas; pra entrarmos no mar tínhamos que fazer um baita malabarismo e nos contorcer todos até nos afastarmos do perigo de cortar os pés ou escorregar. Até esqueci o nome da danada da praia, mas não faz diferença, pois não vou indicá-la. O bom foi que ficava dentro de uma espécie de clube, segurança total (se bem que por aqui a segurança é total em praticamente todo lugar). Havia também goiabeiras espalhadas por toda a margem, que nos davam uma bela sombra. Nessa praia, um dia alguém teve uma ideia maravilhosa: fez uma espécie de cerco redondo, todo feito de rochas, dentro do mar, com apenas duas entradas pra água do mar penetrar e uma escadaria que acabava dentro das águas, e foi justamente ali que desfrutamos, pois, fora do cerco, além das pedras, havia ondas violentas. Na volta o taxista nos descontou cinco pesos, pois trouxe também dois amigos alemães, que falavam muito bem espanhol. Um deles era fanático por salsa e já havia vindo a Cuba umas quatorze ou quinze vezes.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Um Cearense em Cuba: Décimo Dia
JUNHO
DÉCIMO DIA
Martes, 27.
“Está cerrado”. Ouvimos hoje esta frase não poucas vezes. Um senhor de 65 anos, cujo nome me escapou, morreu pela manhã. E o que tem isso com as portas fechadas? Este senhor foi um dos criadores do Festival Caribenho, que acontecerá semana que vem, e durará a semana toda. Por conta disso, todos os ensaios e apresentações que estavam marcados pra hoje não ocorreram, e muitas casas fecharam, por luto. Kana ficou deveras desapontada, pois marcamos pra ir a uma praia próxima amanhã, mas se soubéssemos que o dia ia ser improdutivo, teríamos marcado pra hoje. De bom, apenas a vitória do Brasil por 3 a O sobre Gana e a plena recuperação de Ronaldo. A onda de improdutividade recaiu sobre o outro, o Gaúcho. Engraçado que Adriano, sem praticamente fazer nada durante o jogo todo, acabou fazendo um gol de joelho que, se minha vó não fizesse, minha mãe certamente o faria. E o outro jogo, Espanha e França, terminou em 3 a 1 pra esta última. Esperamos todos que Ronaldo não “amarele” de novo…
sábado, 6 de novembro de 2010
Um Cearense em Cuba: Nono Dia
2006
JUNHO
NONO DIA
Lunes, 26.
JUNHO
NONO DIA
Lunes, 26.
Não retomei. Dormi. Livros, se não os levamos nas viagens, fazem-nos falta, se levamos, não temos tempo pra lê-los…
Hoje, após o café da manhã, fomos à Casa del Estudiante, que fica exatamente ao lado do Hotel Casagranda, do outro lado da rua. Lá acontecia um ensaio de um grupo de dança chamado Matumba (se não me engano), dedicado à música folclórica. O espetáculo, a cujo ensaio assistimos, mescla três influências da música cubana. Do lado oriental do país há a influência francesa, do lado ocidental há a africana, e há também uma outra (cuja origem esqueci completamente), todas juntas formando uma trilogia a que o espetáculo se dedica. Este grupo é muito famoso, e já viajou por vários países da Europa, além do Canadá. O diretor é rigorosíssimo, um negro pequeno, com tranças e uniforme de basquete, que certamente deve ter trocado com alguém (o uniforme, não as tranças). Ao final, coversamos com o coreógrafo, e Kana o filmou. Foi ele quem nos deu todas essas informações. A dança é muito vigorosa, pois remete às origens africanas dos cubanos.
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Um Cearense em Cuba: Oitavo Dia
2006
JUNHO
OITAVO DIA
Domingo, 25.
Hoje vivemos momentos dramáticos, dignos de roteiro de filme sul-americano. Vamos a eles:
JUNHO
OITAVO DIA
Domingo, 25.
Hoje vivemos momentos dramáticos, dignos de roteiro de filme sul-americano. Vamos a eles:
Começamos o dia, como diriam os supersticiosos, com o pé esquerdo. Pensamos que o café da manhã era até as 10h, como sempre acontece, dessa forma, chegamos às 9h35, porém, era até as 9h30, então já estavam retirando tudo. Deixaram-nos, contudo, entrar, mas não havia pratos, xícaras, ninguém nos atendia, finalmente Kana reclamou a um garçom, e uma funcionária da recepção, que nos havia recebido gentilmente no dia anterior, levantou-se e nos disse, em espanhol e a toda velocidade, que isso e que aquilo. Não acreditamos que uma funcionária pudesse se dirigir dessa forma a um cliente. Desistimos de comer, arrumamos nossas malas e fomos a outro hotel, o Hotel Casagranda, bem no centro da cidade. Um hotel, diga-se de passagem, bem melhor que o outro, de ruim apenas a falta de piscina.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Um Cearense em Cuba: Sétimo Dia
2006
JUNHO
SÉTIMO DIA
JUNHO
SÉTIMO DIA
Sábado, 24.
Passamos esta noite em claro. Chegamos tarde do Dos Gardenias, tivemos que preparar as bagagens, deitamos às 2h30 e fomos acordados pelo recepcionista às 3h30. Como fui acometido por novo acesso de tosse, sono foi coisa que não vi (nem me viu). Às 3h50 chegou o taxista que nos levou ao aeroporto local, onde, depois de três ou quatro filas, sentamo-nos em cadeiras desconfortáveis e esperamos até às 7h da matina, quando um avião, que mais parecia um trem paulistano de subúrbio, nos levou a Santiago de Cuba. Quando digo “trem paulistano de subúrbio”, quero dizer que havia todo tipo de cubano neste avião, inclusive mulheres carregando rosas, crianças, e havia até uma senhora carregando um maço de cebolinha, como se estivesse num ônibus, de volta da feira. Havia um jovem homossexual fazendo amizade fácil com uma passageira ao lado e lhe mostrando fotografias de suas andanças por Cuba, dançando… Enfim, dormi e acordei uma hora e meia depois. Quando fechei os olhos durante o voo estava praparado pra morrer, pois o avião não era dos mais confiáveis, então, quando chegamos sãos e salvos, senti uma súbita felicidade.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Um Cearense em Cuba: Sexto Dia
2006
JUNHO
SEXTO DIAViernes, 23.
“Thank you very much” disse-nos o músico, após termos falado com ele uns cinco minutos em espanhol e comprado o CD de seu grupo, que continha grandes sucessos da música cubana. Este fato reflete bem um sentimento de subserviência que acomete não só os cubanos, mas todos os latino-americanos. Por que cargas d’água, se eu sou brasileiro, o músico em questão é cubano, falamos em espanhol (ou quase) e ainda por cima compramos um CD suyo, POR QUE tinha ele que agradecer em inglês? Pra mim soou mais como ofensa, despeito. E, diga-se de passagem, a maioria dos músicos aqui vive uma situação entediante, repetindo diariamente as mesmas guantanameras da vida. Claro que no Brasil há os músicos de bar, mas estes podem galgar postos mais elevados, ao passo que aqueles ficarão eternamente ali, dizendo “thank you very much”.
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Um Cearense em Cuba: Quinto Dia
2006
JUNHO
QUINTO DIA
Jueves, 22.
Jueves, 22.
“¡Hola!”. Palavra que em espanhol significa olá. Dita pelos cubanos em geral, quando veem um turista en la calle. Rapaz, parece o som de uma caixa registradora. Cada hola é uma metida de mão no bolso, e vale, no mínimo, cinquenta centavos. “¡Hola! ¿De Brasil? Me gusta mucho Brasil. ¡Campeón de fútbol! Mira, saca una fotografía. ¡Solamente dos pesitos!”. Em Havana não há mendigos, mas há muitos PEDINTES. Somos abordados diariamente por dezenas de “amigos”, que querem apenas conversar sobre Brasil, futebol, e finalmente nos pedem “dos o tres pesitos, para la leche del niño”. Ontem, um chegou a nos abordar dizendo que era seu aniversário, perguntando em que hotel estávamos e se oferecendo pra nos levar a uma casa ótima, para dançar ao som do “disco”. Explico: aqui, há, naturalmente, muitas casas com música ao vivo, mas os jovens vivem a febre da… DISCOTECA! Lugares onde não há música ao vivo, apenas discoteca!
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Um Cearense em Cuba: Quarto Dia
2006
JUNHO
QUARTO DIAMiércoles, 21.
“Hidoi!”. Palavra que em japonês significa horrível. Dita por Kana, ao nos vermos a sós no Hotel Inglaterra, o mais antigo de Havana. Mais precisamente, existe desde 1875. Um hotel quatro estrelas. Talvez por isso a frustração da Kana. Se fosse no Brasil, um hotel com essa qualidade levaria duas estrelas chorando.
sábado, 11 de setembro de 2010
Um Cearense em Cuba: Terceiro Dia
2006
JUNHO
TERCEIRO DIA
Martes, 20.
Martes, 20.
“Samui!”. Palavra que em japonês significa frio. Foi dita pela Kana ao entrar na fonte da Cueva de Saturno. Não, amigos, não é nenhum parente transviado da família Cueva. É que cueva em espanhol significa cova, gruta. Mas este foi somente o segundo passeio do dia. O primeiro foi um snorking (ou snorkeling!), quer dizer, o bem e velho mergulho, com seus aparatos. O passeio foi muito bom, exceto pelo fato de que meu colete salva-vidas me estrangulava a ponto de eu não poder respirar, além do que bebi muita água, apesar dos óculos de mergulho (por pura incompetência do usuário. Porém, pudemos ver uma infinidade de peixes, tirar foto com eles e os et ceteras de praxe.
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Um Cearense em Cuba: Primeiro Dia
Aproveito esse hiato que penetrou em meus escritos (também um pouco pela tristeza que me abateu só de imaginar que alguém anda querendo destruir esse espacinho que só se dedica a fazer o bem...) e resgato interessante diário que escrevi em 2006, ao visitar Cuba por vez primeira (e única). Vale, sobretudo, pra acompanhar a transformação que se deu no peito deste comunista light:
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