Se você for uma pessoa hipersensível, pare de ler este texto
imediatamente. Bom, quer continuar? A partir de agora, está por sua
conta e seu risco. Só não vá reclamar depois dizendo que eu não avisei.
Seguinte: é com muito pesar — e não poucas lágrimas derramadas — que
venho por esta comunicar um falecimento. Senhoras e senhores, o e-mail
partiu desta pra melhor! E o pior não é que ninguém sabia; o pior é que
ninguém quis nem saber! A coisa foi assim se dando aos poucos, que nem
aconteceu comigo em relação à televisão. Explico: no começo, só o fato
de eu estar em casa já era sinônimo de tevê ligada. Depois, o hábito foi
diminuindo, diminuindo — e tanto que nunca cheguei nem mesmo a comprar
uma de plasma — até que um dia, quando percebi, já não havia mais uma na
sala. E... sinceridade? Nem me faz falta.
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terça-feira, 31 de outubro de 2017
domingo, 29 de outubro de 2017
Trinca de Copas: 39) Homenagem a Marito Correa
Soube da morte de Marito num sábado, véspera de uma viagem que tinha agendado fazia tempos. As lágrimas me pegaram de jeito; dias depois, transformei-as na homenagem abaixo, num tempinho que encontrei durante essa viagem. Contudo, o tempo passou e perdi a oportunidade de publicá-la. Assim, optei por esperar que chegasse a data de seu aniversário pra fazê-lo. E eis que a data chegou e, cumprindo a promessa que fiz a mim mesmo, venho oferecer flores em morte ao mano Marito, com a consciência tranquila de quem tantas vezes lhe ofereceu também em vida. Feliz aniversário, don Maritón! A festa aí no céu dos compositores deve estar sendo de arromba!
A primeira vez que perdi um amigo pra pálida dama foi traumático. Eu era jovem, e morte era algo que não fazia parte de minha realidade. Eu não morria; meus amigos e parentes não morriam; morte era um acontecimento que passava a outros, e a maioria das vezes apenas no cinema. Creio que não fui o único. Jovens em geral têm essa ilusão de eternidade. Todos nos sentimos meio que vampiros de filmes pra adolescentes. Aí o tempo passa, a fase adulta chega como uma bigorna que caísse em nossas cabeças, e com ela chegam também os fracassos, as desilusões... e a morte.
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A primeira vez que perdi um amigo pra pálida dama foi traumático. Eu era jovem, e morte era algo que não fazia parte de minha realidade. Eu não morria; meus amigos e parentes não morriam; morte era um acontecimento que passava a outros, e a maioria das vezes apenas no cinema. Creio que não fui o único. Jovens em geral têm essa ilusão de eternidade. Todos nos sentimos meio que vampiros de filmes pra adolescentes. Aí o tempo passa, a fase adulta chega como uma bigorna que caísse em nossas cabeças, e com ela chegam também os fracassos, as desilusões... e a morte.
quinta-feira, 26 de outubro de 2017
A Palavra É: 33) Cabral
Desde tempos imemorias, de
guerra ou de paz (tanto faz), o concreto fato (do índio ao sem-teto) é
que o pobre paga o pato; mas tenho cá pra mim que não foi sempre assim.
No princípio (muito antes de protesto e comício), o índio, mais que
cidadão, era tratado como pessoa, vivia numa boa e era levado em
consideração. Claro, havia uma hierarquia, mas o da alta extremidade não
tinha a leviandade de não dar bom-dia a quem quer que fosse, não fazia
cu-doce nem se achava the best — e isso era inconteste. Todos eram
iguais perante a lei — que, aliás, como direi? ... não havia. Mas uns não ficavam de
barriga vazia nem outros tinham demais. O sexo não era tabu e até o
nudismo era valorizado pra chuchu. Não havia catecismo e muito menos
ateus — até porque, deuses, eles tinham os seus.
domingo, 22 de outubro de 2017
A Palavra É: 32) Vampiro
Hoje é sábado. Aliás, já é domingo — passou da meia-noite. Ouço o barulho da chuva lá fora. Nessas noites, quando escrevo, componho, leio, ouço música, vejo um filme, bebo etc. (e esse etc. pode ser o que você imaginar) — às vezes mais de uma coisa ao mesmo tempo — e me lembro de que preciso dormir... me dá uma inveja danada dos vampiros. Quisera ser um deles e aproveitar a noite toda — a eternidade toda? Ir do livro de poesia ao filme clássico em preto e branco, lapidar aquele verso manco, ouvir um bolero instrumental — como faço agora — ou simplesmente bebericar uma vodca — como faço agora. A vida não é justa. Trabalhamos muito mais tempo do que gostaríamos (e ganhamos, em geral, muito menos do que achamos que merecemos), e durante esse tempo as horas se arrastam...
domingo, 15 de outubro de 2017
Crônicas Classificadas: 46) As mulheres aladas de Oliverio Girondo
Por Michael Parkes |
domingo, 8 de outubro de 2017
A Palavra É: 31) Paralelepípedo
Tenho absoluta certeza de que num belo e ensolarado domingo (ou quiçá numa segunda chuvosa) vocês ainda me verão caminhando por aí, com aquele sorrisão de orelha a orelha, de bem com a vida, assoviando um samba antigo (que eu provavelmente terei acabado de inventar) e ostentando uma camiseta (talvez roubada da lojinha de Vlado Lima) onde poderão facilmente reconhecer um "I" em inglês seguido de um enorme coração e finalizando com um charmosérrimo "paralelepípedo" tingido de arco-íris em letras garrafais. Yes, people! I love paralelepípedo! Claro, a menos que eu esteja subindo uma rua de paralelepípedos dirigindo um fusca ano ____ (preencha a lacuna) amparado por quatro pneus carecas... Como tantas vezes soeu (e doeu) acontecer em meu passado.
quinta-feira, 5 de outubro de 2017
A Palavra É: 30) Rede
Quando levei minha esposa (que é japonesa, pra quem não sabe) pra conhecer a cidade em que nasci (Senador Pompeu, sertão do Ceará), tive algumas surpresas em relação a seu comportamento: a primeira foi o fato de ela ter adorado o caldinho, que meus parentes ofereciam religiosamente após o farto almoço, quase como se fosse uma sobremesa, mas na verdade sendo um prato sobressalente, só pros fortes. Eu, fraco, geralmente passava. A segunda coisa foi que ela, acostumada a dormir em tatames em seu país, adorou dormir em redes. Já eu, cearense corrompido por décadas de garoa, optava pela velha e boa cama (detalhe extrarredial: lá pras bandas de meu rincão o que não rola é tempo ruim; as mesas são fartas e a recepção é sempre acolhedora. Alguns parentes ficaram, inclusive, chateados porque não deu tempo de visitarmos todos).
domingo, 1 de outubro de 2017
Grafite na Agulha: 41) A modernidade etérea de Fernando Cavallieri
Pra começar, preciso afirmar que Fernando Cavallieri é um de meus compositores favoritos e que sua discografia tem um peso na balança de meus sentimentos como poucas tiveram até hoje no decorrer de minhas quase cinco décadas de vida regadas ao amor à música. Isto posto, a informação seguinte, e mais importante que a anterior, é que a primavera de 2017 nos presenteia, depois de um triste hiato, com um disco novo de Fernando Cavallieri. Fosse o Brasil um país digno de seu povo e da cultura que aqui pulula, essa informação por si só seria capaz de gerar capas de revistas e matérias de página inteira nos melhores cadernos de cultura dos jornalões brasileiros.
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