2006
JUNHO
SÉTIMO DIA
JUNHO
SÉTIMO DIA
Sábado, 24.
Passamos esta noite em claro. Chegamos tarde do Dos Gardenias, tivemos que preparar as bagagens, deitamos às 2h30 e fomos acordados pelo recepcionista às 3h30. Como fui acometido por novo acesso de tosse, sono foi coisa que não vi (nem me viu). Às 3h50 chegou o taxista que nos levou ao aeroporto local, onde, depois de três ou quatro filas, sentamo-nos em cadeiras desconfortáveis e esperamos até às 7h da matina, quando um avião, que mais parecia um trem paulistano de subúrbio, nos levou a Santiago de Cuba. Quando digo “trem paulistano de subúrbio”, quero dizer que havia todo tipo de cubano neste avião, inclusive mulheres carregando rosas, crianças, e havia até uma senhora carregando um maço de cebolinha, como se estivesse num ônibus, de volta da feira. Havia um jovem homossexual fazendo amizade fácil com uma passageira ao lado e lhe mostrando fotografias de suas andanças por Cuba, dançando… Enfim, dormi e acordei uma hora e meia depois. Quando fechei os olhos durante o voo estava praparado pra morrer, pois o avião não era dos mais confiáveis, então, quando chegamos sãos e salvos, senti uma súbita felicidade.
Pegamos um taxi até o Hotel Las Américas, que é melhor que o Inglaterra, pero no mucho. Ao menos, há uma piscina carente de uma limpeza, mas, antes uma piscina sujinha que nenhuma piscina.
Dormimos até a hora do almoço, acordamos e caminhamos cerca de três quilômetros, até o centro. Segundo informação turística, aqui há o melhor carnaval da América Latina, depois do Rio, e acontece em julho.
Almoçamos num restaurante bom e barato (cujo nome esqueci, verei se amanhã lembro), caminhamos nas calles (que têm um pouco de Paraty e um pouco do Pelourinho) e fomos abordados por uma infinidade de “amigos”. Pra falar a verdade, minha gentileza dos primeiros dias já se esgotou. É muito chato ser abordado a cada dez metros por um “amigo” que só quer seu dinheiro. Percebi que estes tipos são em geral rapazes bonitos, na maioria negros, que, por meio de sua lábia e sua autoconfiança, acham que nos podem passar a perna em algum trambique pequeño. E, algumas das vezes, conseguem.
Voltamos ao hotel, de táxi… E aqui vai outro conselho: prefiram sempre o taxímetro à oferta do taxista. Sai mais barato em 90% das vezes. Precebemos isso quando, ainda em Havana, pegamos um motorista que me pareceu o mais chato, mas acabou sendo o mais honesto (e barato). Ah, e sempre é mais confiável pegar um táxi oficial (de placa azul). Continuando, voltamos ao hotel, de táxi, dormimos más un poquito, acordamos a tempo de dar uns tchibuns na piscina, vendo, de longe, a Argentina despachar o México (droga!) na Copa.
Novo cochilo (uma noite em claro, depois dos trinta, não é como aos 20), saímos novamente, pra jantar. Outro desses bonitões falantes nos indicou um restaurante onde haveria um frango maravilhoso e música da mais alta qualidade, tudo isso por uma ninharia. Resultado, era um restaurante onde quase todos eram cubanos, o frango só tinha osso, e a atração principal, embora cantasse bem, estava praticando um karaokê na karadura. Rapaz, como ficamos enfezados. Então era isso que os cubanos viam? Karaokê? E bregaço, ainda por cima. Tinha mais a ver com música mexicana que cubana. E me deu outra raiva. Pensei: além de pagarmos mais caro, sermos abordados direto por camaradinhas espertos, ainda estamos vendo a desintegração de Cuba. Sim, pois quem tem acesso ao melhor são os turistas, ao passo que o cubano não passa de um garçom em seu próprio território… Daí pensei outra coisa, essa mais assustadora: Se Fidel morre e a droga invade a ilha, vai abaixo o trabalho de uma vida…
Me deu um alívio ler este trecho: "(...)fotografias de suas andanças por Cuba, dançando" Ufa! Imagina se fosse "(...)por Cuba, lançando"...
ResponderExcluirNão resisti à piadinha infame! Hehehehehe!
Beijo!
Hahaha!!! Dança, Cuba, dança. Quero ver, quero ver Cuba dançar.
ResponderExcluirTava com saudades de te ler por aqui.
Beijos do
Léo.
Hahahahaha!
ResponderExcluirA gente não perde o amigo, nem a piada! :)))
Beijão!
Tampoco la broma... Ôps!
ResponderExcluirBesos de
Léo.