segunda-feira, 21 de maio de 2012

Os Manos e as Minas: 8) La música sin fronteras de Marcela Viciano

Nesses quase 20 anos que tenho como compositor posso me considerar um cara de sorte, pois tive o privilégio de conhecer muitas e maravilhosas pessoas, viajar bastante, entrar em contato com outras línguas e culturas e, principalmente, regar a flor da sensibilidade, que me possibilitou enxergar a vida com olhos mais apurados, o que não se deve em nada aos muitos graus das lentes de meus óculos, mas sim aos das lentes interiores.

A música, creio, funciona meio como um organismo vivo, que precisa ser alimentado pra crescer; vejo no meio musical muitos amigos que se frustram e desabafam dizendo que a música não lhe deu nada em troca de toda uma vida que lhe dedicaram. Eu procuro não cantar nesse coro, até porque não existe nenhuma relação que se dê simplesmente da música pela música, sempre há os bastidores, as relações de amizade, de interesses, de grana... E nesse meio há aqueles que sabem transitar com mais desenvoltura, ao passo que outros caminham esbarrando em tudo e em todos.

Daí que nessa busca desabalada pelo sucesso nem sempre qualidade é sinal de resultados. Conheci grandes compositores que eram pessoas equivocadas; outros, em compensação, eram boas pessoas, mas compositores medianos; e, entre eles, equilibrando-se nessa corda bamba, conheci uns poucos que conseguiam ser bons compositores sem abrir mão de ser boas pessoas. Nessa categoria enquadro Marcela Viciano.

Já tratei sobre ela aqui anteriormente, a intenção deste texto não é chover no molhado, nem os parágrafos acima são aleatórios, o que me moveu a escrever novamente sobre ela foi o desejo de contribuir de alguma forma (além da contribuição como parceiro) na divulgação e na valorização de um novo projeto que ela vem desenvolvendo atualmente, que se chama Músicos Sin Fronteras. Pois quem faz merece, no mínimo, respeito.

Marcela, pra quem não sabe, é uma cantautora argentina. Mas não pare de ler, não! Deixe o preconceito de lado! A moça, assim como o título de seu projeto, não obedece a fronteiras político-geográficas. Amante da música brasileira, da mesma forma que a japonesa Kana, pesquisou bastante acerca do tema e hoje é dona de um repertório brasuca invejável. Tanto que em seu primeiro CD, Mar de adentro, com exceção de duas canções de sua autoria cantadas em espanhol, todas as demais são sucessos brasileiros, e cantados em português, pois Marcela, além do mais, fala português fluentemente... Mas com um charmoso sotaque portenho, por supuesto.

Tentar não é, necessariamente, sinônimo de conseguir. Mas há que se tirar o chapéu pra quem tenta, pois estes são uma minoria. Pois quem tenta sabe quanta dor e quanto prazer há nesse caminho. Foi imbuída desse espírito que Marcela enviou seu projeto ao idea.me, mais um desses sites que ajudam os artistas a realizar seus projetos por meio de financiamento coletivo. Ou seja, o artista envia seu projeto pro site, este o avalia e, se o projeto for bem avaliado, passa a ser divulgado nesse site, que se encarregará de receber as contribuições do público interessado.

Mas cada pessoa que contribui recebe algo em troca, ou seja, não se trata de doação, seria mais como uma compra antecipada de um produto, o que facilita ao artista, tendo o dinheiro em mãos, finalizar seu projeto. E Marcela foi ambiciosa, ousada, enviou ao site um projeto de realização de um disco inteiramente composto e gravado por artistas dos dois países, Brasil e Argentina. Marcela tem vários parceiros brasileiros (entre os quais me incluo), quase todos (se não todos) membros do Clube Caiubi de Compositores, que lhe foi apresentado por mim. Marcela é, inclusive, a organizadora das noites autorais caiubistas em Buenos Aires.

Enfim, este sonho de executar e propagar a música por seus autores, que nasceu numa ruazinha de um bairro paulistano, idealizada por meia dúzia de lunáticos, hoje extrapolou fronteiras, atingiu o impressionante número de quase 8 mil membros e agora vê em Marcela um perfeito exemplo do sucesso do clube. As TVs em geral, e a brasileira em particular, não se cansam de exibir programas que buscam revelar novas vozes, mas sempre ignoram o fato de que, sem compositores as vozes não têm o que cantar...

Voltando a Marcela, tenho certeza de que ela vai conseguir realizar seu objetivo. Não sei se por meio do idea.me ou por outros meios, mas o mais importante é que ela sabe que as coisas são difíceis e que não é porque encontramos um buraco na rua que devemos voltar pra casa. Há pouco tempo o Caiubi desenvolveu um projeto parecido e, embora tendo os supracitados quase 8.000 membros, por pouco não conseguia realizá-lo. Se você que está lendo estas linhas quiser colaborar, ainda dá tempo, aqui vai o linkhttp://idea.me/proyecto/139/musicossinfronteras

Marcela, vá em frente! Sabemos que viver é seguir sambando, e com o coração nas mãos, como num tango.

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Durante estos casi veinte años que llevo como compositor puedo considerarme un hombre afortunado, porque tuve el privilegio de conocer a mucha gente maravillosa, viajar mucho, tener contacto con otras lenguas y culturas y, sobre todo, regar la flor de la sensibilidad, que me permite ver la vida con ojos más precisos, lo que no se debe al mucho aumento de las lentes de mis anteojos, sino más bien a los de las lentes interiores.

La música, creo, funciona como una especie de organismo vivo que necesita ser alimentado para crecer. Veo a muchos amigos que se sienten frustrados y se desahogan diciéndome que, a cambio de una vida dedicada a la música, ella no les dio nada. Trato de no cantar en ese coro, porque no existe ninguna relación que se dé simplemente de la música por la música, siempre hay detrás de eso escenas, amistades, intereses, plata... Y hay quienes saben moverse con más facilidad en este universo, mientras que otros van chocando con todo y con todos.

Por lo tanto, en esta búsqueda frenética del éxito no es siempre la calidad un sinónimo de resultado. Conocí a grandes compositores que eran personas equivocadas; otros, por el contrario, eran buenas personas, pero no eran buenos compositores; y, entre ellos, manteniendo el equilibrio sobre la cuerda floja, conocí a unos pocos que sabían ser buenos compositores sin renunciar a ser buenas personas. En esta categoría incluyo a Marcela Viciano.

He tratado de ella aquí antes, pero la intención de este texto no es llover sobre mojado, ni tampoco son aleatorios los párrafos anteriores; lo que me motivó a escribir de nuevo sobre ella fue el deseo de contribuir de alguna manera (además de la contribución como parceiro) en la difusión y la valorización de un nuevo proyecto que ella desarrolla en la actualidad, que se llama Músicos sin fronteras. Pues quien produce merece como mínimo respeto.


Marcela, para quienes no la conocen, es una cantautora argentina. Pero no pare de leer, ¡no! ¡Dejemos de lado los prejuicios! La muchacha, al igual que el título de su proyecto, no obedece a las fronteras políticas ni geográficas. Es, como la japonesa Kanauna amante de la música brasileña que ha investigado mucho sobre el asunto y hoy es dueña de un envidiable repertorio brasilero. Tanto es así que en su primer CD, Mar de Adentro, con la excepción de dos temas propios cantados en español, todos los demás son éxitos brasileños, ¡y ella los canta en portugués!, porque esta lengua Marcela la habla con fluidez... Pero con un hermoso acento porteño, por supuesto.

Intentar no es necesariamente sinónimo de lograr. Pero hay que quitarse el sombrero ante cualquiera que intente, ya que forma parte de una minoría. Pues aquellos que intentan saben cuánto dolor y cuánto placer hay en este camino. Imbuida de ese espíritu, Marcela envió su proyecto a idea.me, uno de esos sitios web que ayudan a los artistas a realizar sus proyectos a través del financiamiento colectivo. Es decir, el artista envía su proyecto, donde lo evalúan, y, si es bien valorado, se divulga en este sitio, que se encarga de recibir las contribuciones del público interesado.


Sin embargo, cada persona que contribuye recibe algo a cambio, es decir, no se trata de una donación, sino de una compra anticipada de un producto, con lo que le posibilita al artista tener dinero en mano para terminar su proyecto. Y Marcela ha sido ambiciosa, atrevida, ha enviado a ese sitio un proyecto para llevar a cabo un disco enteramente compuesto y grabado por artistas de ambos países, Brasil y Argentina. Marcela tiene varios parceiros brasileños (entre los cuales me incluyo), casi todos miembros (si no todos) del Clube Caiubi de Compositores, el cual se lo presenté yo. Marcela también es la que organiza las noches caiubistas de autores en Buenos Aires.

Este sueño de interpretar y difundir la música por sus autores, que nació en una pequeña calle de un barrio de São Paulo, creado por un puñado de locos, ha traspasado las fronteras, alcanzó la impresionante cifra de casi 8.000 miembros y ahora encuentra en Marcela un ejemplo perfecto del éxito del club. La televisión en general, sobre todo la de Brasil, no se cansa de mostrar los programas que buscan revelar nuevas voces, pero siempre ignora el hecho de que sin los compositores no tienen las voces qué cantar...

Pero tratemos de Marcela. Estoy seguro de que ella logrará su objetivo. Si no lo logra a través de idea.me, lo hará por otros recursos, pero lo más importante es que ella sabe que las cosas son difíciles y que no es que porque encontremos un hueco en la calle, debamos a volver a casa. Recientemente, el Caiubi desarrolló un proyecto similar, y, aunque tiene casi 8.000 miembros, poco faltó para que no lo lograra. Si usted que lee estas líneas quiere colaborar con Marcela, aún hay tiempo, aquí está el enlace: http://idea.me/proyecto/139/musicossinfronteras

Marcela, ¡adelante! Sabemos que vivir es seguir sambando, y con el corazón en las manos, como en un tango.

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PS: A tradução ao em espanhol foi revisada por meu camarada colombiano Javier Trujillo.

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4 comentários:

  1. Acho muito legal seu trabalho divulgando compositores, cantores e todos que convivem com esse mundo maravilhoso da MUSICA, mas muito cruel, quando o vemos pela imensa batalha que travamos com a mídia. Quando vejo um vídeo de uma cantora, a primeira coisa que reparo são os músicos. Depende dele a boa performance do artista que canta. Quem é a violonista e o tamborim? Nada escrito. Aí tenho que catar... caro Léo, nós que precisamos deles (compositores, músicos, técnico de som, de luz) nos focamos no cantor apenas.
    A Marcela está com o Violão de Karin Martins e a Percussão de Roberto Lerner. Amado Régis é o compositor ( pra facilitar quem lê aqui)

    Desejo muita sorte para a Marcela e seus músicos!!

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    1. Irinéa, compreendo seu ponto de vista, mas se eu for muito detalhista acabo gastando um tempo muito maior, um tempo que não tenho. Não sou repórter, não ganho pra isso, faço apenas de coração e do meu modo. Foco no artista, escrevo pra leigos, meu intuito é gerar interesse. Se isso acontecer e as pessoas forem atrás do som, ou, como você fez, dos músicos, já é uma vitória. Aliás, muitas vezes escolho o vídeo na hora e nem mesmo eu sei quem são os músicos acompanhantes...

      Mas valeu pelo toque, pela presença e pelo comentário.
      Léo.

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  2. Leo, gracias! Tal cual comentas, de una forma u otra voy a llevar a acabo el proyecto! Gracias Irinéa por tu aporte! Karin y Roberto me acompañaron maravillosamente en esa orpotunidad!

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    1. Marce, lo siento que sólo tuve tiempo para escribirte este texto demasiado tarde. Pero el texto existe y te puede servir en el futuro.

      Besos,
      Léo.

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