Depois de dois anos longe de casa, foi com imensa alegria que reencontrei os amigos do peito dia 22 último no lançamento de meu novo romance. Entretanto, percebi um tanto frustrado que não tô com essa bola toda, pois achei que após esse longo período minha presença em solo pátrio iria mobilizar mais gente nesse evento, mas não foi o que aconteceu. Entendo que os tempos são outros e que a galera anda um tanto dispersa mesmo, mas minha expectativa era a de ver mais amigos. Como as férias passam num piscar de olhos e semana que vem já volto pra Terra do Sol Nascente, aproveito pra encarecidamente convidar aos que não foram ao primeiro lançamento a que prestigiem o próximo, que já vai ser como uma espécie de bota-fora.
Desta vez, o evento terá lugar na Patuscada, livraria, bar e café de Eduardo Lacerda, da editora Patuá. A casa fica na rua Luís Murat, 40, em Pinheiros, Sampa City. Começa às 20h e contará, como da vez anterior, com amigos e parceiros fazendo um som autoral de primeira qualidade. Além disso, a arte da capa ficou, com o perdão da redundância, uma verdadeira obra de arte, o que me faz lembrar que minha gratidão (aqui usada no sentido certo da palavra) a Francisco Daniel, seu autor e conterrâneo meu, é imensa, pois seu trabalho valoriza o conteúdo — e lhe acrescenta mais responsabilidade, é verdade.
Contudo, gente como Marcelo Nocelli (editor de meu primeirinho, o Filho da preta!) e Zeca Baleiro (parceiro e amigo querido) teceram elogios ao trabalho, considerando-o, inclusive, superior ao primeiro. Leiamos o que eles disseram:
"Tive o prazer de editar o primeiro livro de Léo Nogueira, Filho da preta!, romance corajoso em que o autor se permitiu, logo de cara, experimentações ousadas de linguagem. Agora, com A Confraria dos Mascarados, ele nos apresenta uma linguagem mais apurada e madura, em uma trama muito bem costurada com doses certeiras de tensão e ironia, sem exageros, sem deixar sobrar ou faltar nada. Eis um autor com um projeto literário em formação consistente, que vale a pena acompanhar de perto." (Marcelo Nocelli — editor)
"Léo Nogueira é um letrista de canções engenhoso e original. E, em seu segundo romance, mostra seus já conhecidos engenho e originalidade, criando uma narrativa farsesco-psicanalítica, em que o protagonista passeia por seus traumas e recalques, com direito a final surpreendente, inesperado, cinematográfico." (Zeca Baleiro — cantor e compositor)
O multiartista Érico Baymma também canetou acerca d'A Confraria dos Mascarados: "Léo Nogueira reafirma sua linguagem em que progride a narrativa com fatos aparentemente banais do cotidiano de sua personagem, como escavasse um grande buraco negro, culminando num gran finale inesperado, tal extirpasse pouco a pouco os ciclos de pedaços quebrados que escondem a alma dessa personagem, dizendo: não adiantam arrependimentos, todos temos 'responsabilidades', pequenas ou grandes, neste jogo social."
A orelha ficou a cargo do amigo (e grande cantautor) Fernando Cavallieri: "O escritor, poeta e letrista Léo Nogueira vem de uma brilhante estreia como romancista com o denso e inquietante Filho da preta!, no qual provou ser talhado para o ofício. Não que antes lhe faltassem 'troféus', acumulados pelo sucesso de suas centenas de letras de música, ao mesmo tempo viscerais e arrebatadoramente poéticas. Agora, ele nos brinda com este novo livro, de título mais que feliz, A Confraria dos Mascarados, um (falso?) híbrido de ficção e realidade, em que um aparente alter ego seu exorciza muitos demônios, enquanto destila sua sagacidade ferina e corrosiva, em personagens e situações que ficarão a bailar por muito tempo no imaginário do leitor. É mais um golaço de Léo Nogueira, ao qual a Literatura e seus amantes devem agradecer e aplaudir de pé!"
Pra finalizar, deixo-os com o prefácio do livro, que é de ninguém menos que Arnaldo Afonso, grande compositor e jornalista e também responsável por nosso cantinho no Estadão, o blogue Sarau, Luau e o Escambau (visite-o aqui). Ei-lo:
"Foi numa já distante e imprecisa edição do divertido sarau Sopa de Letrinhas, do poeta Vlado Lima, que conheci (e rapidamente simpatizei com) um cara legal chamado Léo Nogueira. Já tinha ouvido falar desse letrista de mão cheia, parceiro de muitos craques da música, como Adolar Marin, Augusto Teixeira, Gabriel de Almeida Prado, Kana (com quem é casado e mora no Japão), Marcio Policastro, Tavito e Zeca Baleiro. Depois, descobri o talentoso escritor: seu romance Filho da preta! é um comovente retrato dos conflitos da alma brasileira, uma crítica reflexão sobre os dramas e a beleza de nossa miscigenação (além de ser leitura prazerosa).
"Não bastasse isso tudo, o cara ainda mantém um blog onde comenta música, literatura e política: O X do Poema, com quase uma década de regular publicação (entre lá e confira, pois, além de poesia, ele esbanja informação). Por sua vasta cultura, por sua postura democrática, por suas aventuras poéticas, digitei-lhe (em meu blog) estas elogiosas linhas tortas:
"Léo Nogueira escreve escava crava. Labuta. Letra poema pedra fruta locomotiva. Queima teima inventa. É chama viva. Qualquer tema fato formato o diabo a quatro ele lapida. Craque da palavra lavra livro blog song comportamento política. Léo não cabe no pouco. Não basta em si. É louco pelo outro. Pelo reverso do verso. Enxerga no escuro. É vasto amplo e complexo. Mas tudo ele esclarece, descomplica recicla. Mergulha na estrutura. E a tritura. A escritura é fácil quando se sabem os atalhos. Seus versos têm cheiro de gol. De placa, pura pintura. Tudo é tempero pra sua fina mistura. Vida sonho e literatura se confundem. O que é real ou ficção? Onde o limite do possível? Quando tudo parece perdido, Léo nos desilude. Ele escreve de onde as fronteiras humanas se fundem."
Sobre o livro, escreveu ele: "A exatidão do que houve depende de quem ouve e de quem conta ou oculta a urdidura. Um escritor nunca é o inocente de alma pura. Quanto mais mascara, mais desnuda. Em sua nova escritura, nosso herói ecoa vozes mudas e fatos não acontecidos pra alterar os destinos da nossa vida dura (ao menos da sua). E não se trata aqui de uma óbvia crítica às fake news, mas o ficcionista é surpreendido na própria impostura. O pêndulo da vingança oscila sua lâmina afiada e rubra. Um tirano apontaria seu míssil ou afrontaria com prisão e ditadura. Nosso frágil e hábil Léo só tem a literatura, esse inutensílio imprescindível que ele mais e mais apura. Sabe bem, que, para além de qualquer história vivida, é ela, a escrita (maldita!), quem perdura."
Espero que tantas generosas palavras lhes tenham tocado o coração e que possamos nos encontrar dia 4 na Patuscada. No mais, a presença de vocês seria pra mim um grande presente de aniversário (que foi dia 1º). Até lá!
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O link do evento no fb: www.facebook.com/events/553222318573158/
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