Na terça-feira última eu e Kana fomos ao coquetel de lançamento da revista Onda Magazine, que, como o próprio nome denuncia, é dedicada ao surfe e a suas adjacências. Mal entramos na Mário Ferraz, já avistamos o logo da revista projetado num muro. A casa, a novíssima Josephine SP. Durante o curto espaço de tempo em que lá estivemos, pudemos perceber que se tratava de uma bem-cuidada festa, repleta de pessoas bonitas e sorridentes que, informalmente vestidas, abraçavam-se calorosamente e conversavam na maior animação.
Fartamo-nos de temaki e mojito, o que resultou numa combinação bem palatável. Nesse meio tempo, sentíamo-nos quase seres liliputianos, rodeados por rapazes altos e bronzeados e garotas que pareciam ter saído das passarelas. Pra compensar o possível complexo de inferioridade, tome mojito! E tome temaki! Aliás, registro aqui meus parabéns à organização do evento e aos rapazes que preparavam o temaki, que estava a não dever nada aos feitos pelos orientais (Kana está de prova).
O que vocês devem estar se perguntando (e não os culpo) é o que um camarada como eu, que mal consegue se equilibrar sobre duas pernas e capacitado a se afogar em piscina infantil, poderia estar fazendo em tal evento. Esclareço: Meu chegado Zé Edu, que já me salvou em momentos críticos, me indicou como revisor, visto que a rapaziada da Onda (que está em sua primeira edição) estava precisando de um.
E agora explico o porquê destas mal-traçadas: Eu, tão acostumado a serviços de revisão técnicos e/ou burocráticos, acabei me surpreendendo com a prosa fácil da revista. Seus colaboradores (boa parte deles surfistas) escreveram textos tão naturalmente coloquiais que senti como se não os estivesse lendo e sim ouvindo. E, além disso, tinham boas histórias pra contar, entre as quais destaco a de uns "malucos" que moravam numa kombi que também os levava litorais afora; a da surfista havaiana Bethany Hamilton, que, após ter, aos 14 anos, seu braço esquerdo mutilado por um tubarão-tigre, deu a volta por cima e pouco tempo depois voltou às competições, surfando com um só braço; e uma entrevista com doutores de física quântica, que trata do poder da mente sobre as ondas. Sem falar que os camaradas possuem uma filosofia de vida tão saudável e fraternal que, fosse adotada por mais gente, fatalmente tornaria o mundo melhor.
Senti-me compelido a me desviar um tanto da música, tema principal deste blog, e exercitar um momento "plim-plim", como uma maneira de desejar ao publisher Fernando Haber (quem me contactou) e a todo o pessoal da OM bons fluidos nesta etapa que se inicia... Aliás, boas ondas!
Aos leitores, recomendo. A edição é caprichada; os textos, interessantíssimos; e as fotos, de tirar o fôlego (só senti falta, na condição de compositor, de umas "bolachas" brasucas na coluna musical Só Pedrada. Fica aí a sugestão, não de revisor, mas de leitor). Pra terminar, lembrei-me do excelente filme Caçadores de Emoção (Point Break, de Kathryn Bigelow, com Patrick Swayze e Keanu Reeves), que conta a história de uma turma de surfistas que uma vez por ano punha máscaras de ex-presidentes americanos, invadia um banco e de lá saía com uma grana que lhe propiciava doze meses de aventuras sobre pranchas. A metáfora das máscaras é bem sugestiva! É claro que nem todos os políticos são ladrões, mas faria um bem danado à humanidade se um punhado de líderes mundiais, em vez de brincar de war, experimentasse pegar umas ondas de vez em quando pra refrescar as ideias.
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