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Com Rennan e Marcelo, da Reformatório: gratidão! |
Ó, ninguém é de ferro. Por isso, dei uma escapada da poluição (e do estresse) paulistana(o) e vim aqui ver como vai Santos (e vai bem, obrigado). Dei uns tchibuns, comi uns camarões, tomei outras e umas e, agora, em vez de cair num sono profundo (o dos justos), resolvi vir aqui relatar o que de mais importante me aconteceu nessa semana que acabou de acabar (escrevo no momento em que o sábado encerra seu turno e dá lugar a seu dominical rendedor). Eu podia estar dormindo, eu podia estar roncando, mas, em vez disso, estou aqui escrevendo pra vocês, meus três ou quatro (in)fiéis leitores. Mas com um diferencial: pela primeira vez, desde que inaugurei este blogue, faço-o na condição de quem pode se candidatar a uma vaga na ABL (ouvem-se risos: os meus).
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Com Sonekka, também o mestre de cerimônia. |
Foi uma semana longa, mas, depois de uma verdadeira maratona, consegui separar um tempinho pra vir aqui (tentar) relatar os dois últimos eventos dos quais tomei parte. Mas comecemos pelo começo. Terça-feira passada, dia 16 de dezembro, já entrou pra (minha) história como um de meus mais felizes dias. Aliás, o dia nem tanto, pois foi envolto em insônia, espera, expectativa, ansiedade, cagaço, covardia, insegurança, e teve seu ápice com este narrador que lhes escreve prensado que nem sardinha num vagão do metrô hiperlotado em horário de pico. Contudo, quando penetrei nas dependências do Hussardos Clube Literário, exatamente às 18h45, todo o perrengue prefacial que durara até as 18h44 se transformou em página virada, literatura barata que quando acaba não deixa ecos em nossas lembranças.
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Amigas do trabalho |
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Amigos da faculdade + professora
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Saibam vocês que, até então, eu não havia tido nenhum contato com meu primeiro filho (da preta), fisicamente falando. E, nem bem pisei meus pés no Hussardos e recebi de Marcelo Nocelli um exemplar, mal pude embalá-lo, e lá já estava meu camarada Jorge Sucena exigindo o autógrafo número 1 que lhe era de direito. Sem falar que eu já encontrara no térreo, resolvendo umas pendências celulares, meu brou Ricardo Moreira. Mas o que eu queria dizer era que, das 18h45 até umas 23h e lá vai pedrada, praticamente não tive tempo de descansar a munheca, pois não sei de onde saiu tanta gente exigindo de mim autógrafo. Abusando da sinceridade, foram todos cobaias, pois até então eu não fazia a menor ideia do que iria escrever. Mas, como um bom doutor em verborragia, ainda sem saber, soube.
Claro, senti algumas ausências, pois, como o pastor do evangelho que deixa seu rebanho pra ir procurar a ovelha que se desgarrou, fiquei encafifado pensando o que teria levado fulana e sicrano a desistirem de ir mesmo após contundente confirmação. Mas isso foi apenas uma mágoa inicial que se dissipou no instante seguinte, ao me deparar com tanta gente que não parava de chegar. Inclusive, muitas dessas pessoas eu não havia sequer convidado e, ali, pensei em como puderam ter sabido desse humilde evento. Em texto que escrevi há algum tempo, disse que um escritor mira num alvo e acerta em outro (aqui). Com as devidas exceções, um lançamento de livro é algo parecido. Por isso, queria aproveitar pra fazer um brinde a essas pessoas que representam esse inusitado alvo. Agradeço também aos amigos músicos, que abrilhantaram ainda mais a noite. Tim tim!
Olha, hoje é dia de confissões: demorei uns três dias pra que a ficha caísse e eu pudesse manusear meu "filho". Acho que um leigo não pode sentir a dimensão do que representa pra um escritor (até então) inédito o ato de ter em mãos um primeiro livro seu, cheirá-lo, virar suas páginas, observar os detalhes da arte, enfim, embalá-lo. E, besta que sou, mais por caipirice que por vaidade, comecei a lê-lo como um leitor comum. Sim, pois uma coisa é escrever trocentas linhas num documento do word e passar anos revisando-as, outra coisa bem diferente é ver seus garranchos bem aprumadinhos num book, dando o face a tapa. Até agora, cinco dias depois, vira e mexe ainda o pego nas mãos, com o maior cuidado de pai de recém-nascido, e solto aquela gargalhada boa que só os débeis mentais e os felizes sabem dar.
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Com minha prima Auri Rodrigues, minha primeira leitora |
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Com a querida Teodora Freire, minha ex-professora de espanhol |
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Vitor, parceiro novo, já se divertindo na página 2, acompanhado de perto por Eliza, Solange e Adolar |
Mas, voltando ao dia 16, os agradecimentos são tantos, que nem sei por onde começar. E tenho mesmo até medo de entrar nessa "roubada", pois fatalmente irei me esquecer de alguém. Pra vocês terem uma ideia, meu camarada Carlos D'Orazio, no dia seguinte, veio me perguntar quem era uma gata que estava conversando animadamente com minha mulher no final da noite. Fui sincero ao lhe responder, "Nem vi", ao que ele retrucou um "Não acredito!". E foi exatamente assim que aquela noite passou por mim. Perigava ter aparecido a Gisele Bündchen em trajes sumários e nem assim eu teria reparado (minto, nesse caso acho que repararia). Quando se pisa em astros distraído, tem-se uma dimensão um tanto desfocada do resto da humanidade pisante.
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Engambelando Lúcia, sob o olhar 43 do parceiro Agusto Teixeira |
Agora já é segunda-feira, e escrevo de Sampa City. Sóbrio, atento, editei os parágrafos anteriores e cheguei mesmo a apagar dois deles, nos quais agradecia nominalmente às pessoas que foram ao Hussardos naquela noite. Em primeiro lugar, pra não correr o risco de esquecer alguém; em segundo lugar, pra não ser deselegante com quem não pôde ir. Em vez disso, agradeço novamente a todos, sem exceção, que contribuíram pra fazer daquela uma noite única. Nós, os escritores desconhecidos, contamos, antes de tudo, com os amigos, na falta de leitores. Inclusive, fui um tanto invasivo na divulgação, escrevendo pra cada um deles (esqueci vários). E agora novamente conto com eles, pois o boca a boca continua sendo a melhor propaganda (principalmente pra quem não conta com outra). Quem sabe, depois dele, os leitores surgem...
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No finalzinho da noite, deram o ar da graça meu mano Élio Camalle e... |
Todas as fotos acima foram tiradas por Chrystian Figueiredo, da Divino Studio (curtam a página deles aqui). Vejam todas as fotos do evento aqui.
Compre o livro aqui.
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E eis que quarta-feira passada, também conhecida como 17 de dezembro, ainda de ressaca espiritual da noite anterior, lá fui eu (com Kana, meu brou Adolar Marin e sua Solange) a mais um Baile do Baleiro. De ruim, duas coisas: a burocracia na hora da entrada (a casa fez um cadastro de todo o público que lá esteve, o que nos fez perder muuuuuito tempo na fila) e a visibilidade comprometida (o palco não era muito alto, então quem tinha menos de 1,60 tinha que – literalmente – dar seus pulos pra ver o show – e na parte de cima quem chegou primeiro monopolizou a vista). Fora isso, foi outra noite mágica, na qual, como de costume, Zeca abriu espaço tanto pra artistas novos (Jurema e Wado) quanto pra consagrados/esquecidos (Luiz Ayrão, Zizi Possi e Guilherme Arantes).
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... durante... |
Um momento em que me emocionei foi quando Luiz Ayrão disse que em seus 50 anos de carreira raramente conheceu artistas tão generosos quanto Zeca. Guilherme Arantes falou algo parecido. Pra resumir, fiquei sabendo que o baile foi filmado e vai passar em breve no Canal Brasil e talvez vire um programa. Oxalá vire. E, finalizando, por volta das 4h e lá vai pedrada da madruga, após o fim da longa noite, ainda fomos lá pentelhar um cansado, mas sempre gentil, Zeca. Tá, mas explico: não ia, mas foi o próprio quem me havia pedido, horas antes, pra ir lá dar-lhe um abraço e entregar meu livro autografado. Motivos mais que suficientes. De quebra, oportunidade boa pra lhe apresentar meu brou Adolar. Ah, e Zeca convidou oficialmente Kana a participar do Baile do ano que vem. Bons ventos sopram 2015 em nossa direção.
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... e depois (com os parceiros Adolar, Kana e Zeca – Solange fez a foto) |
Semanas assim não são pra qualquer dezembro!
Aproveito pra desejar aos amigos/leitores boas festas e um ano novo espetacular. Por ora, darei um descanso a seus generosos olhos. Ano que vem volto... ou a qualquer momento, em publicação extraordinária. Fui!
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