Estava eu trocando por e-mail uma ideia federal com o mano Marcio Policastro, quando o assunto derivou pro tema eleições. Daí, como ambos havíamos gastado duas preciosas horas assistindo ao recente debate promovido pela Rede Globo, relatei minhas impressões a respeito e, como de costume, acabei vencido pela velha verborragia. Tanto que, quando pus o ponto final, reli o relato e pensei cá com meus botões que o poderia aproveitar no blogue, visto que o assunto é atual e pertinente. Contei-lho e, como Poli corroborou minha intenção, cá estou eu outra vez metendo a pata onde não fui chamado, mas exercendo meu direito de cidadão e blogueiro semianônimo, feliz por viver num país onde qualquer um é livre pra falar o que quer e ouvir o que não quer. Abaixo, segue o relato, ligeiramente adaptado (caso contrário, não poderia ser publicado). A ele:
Com toda a humildade que me posso permitir, achei que o excelentíssimo senhor candidato Aécio Never estava arrogante pra c... (censurado), todo pimpão, mais cheio de si do que de costume (se é que isso é possível). Tanto que, pelo que lembro, foi o único que não levou "cola"; o que demonstra que tem uma baita autoconfiança, se julga um mestre do improviso ou, pior, não tá nem aí. Também, convenhamos, Aécio na Globo é Cruzeiro enfrentando a Portuguesa no Mineirão. Aliás, valendo-me da metáfora futebolística, era como se o não menos excelentíssimo senhor William Bonner fosse o juiz. Era só o Aecinho Cai-Cai se atirar na área, e o pênalti tava marcado. Só não lhe deu um direito de resposta por medo de a torcida gritar "marmelada!". Vou confessar: não suporto aquele risinho canalha que Mr. Never não tira do rosto nem pra dar pêsames. Parece plástica.
Em relação a nossa querida chefona, digo, presidenta (ai!) Dilma Rousseff, o que atrapalha é a falta de carisma. Eu sei que ela se esforça, estudou direitinho e tal. Aparenta mesmo sinceridade e honestidade; mas aquele jeito de caminhar que nem caubói de faroeste não contribui muito. Sem falar que tem um problema de prosódia. Imagino que ela deva ter feito muita terapia pra conseguir falar em público. Eu, no lugar dela, travaria as quatro rodas; mas ela não, segue ali firme e forte, vencendo a gagueira e mandando ver, didática e com o know-how (sorry, foi a palavra que apareceu...) de quem, como titular do cargo majoritário, diz "quem manda nessa p... sou eu!". Se ela tivesse o dom da oratória (como Lula), acredito piamente que teria dado um baile (não fosse o supracitado agravante de ter jogado na casa do adversário).
Quanto a nossa esbelta cara de ema, a ex-dulcíssima intocável e irretocável Marina Silva, a verdade verdadeira é que me proporcionou um constrangedor sentimento de pena... Tava patética, mais insegura que goleiro palmeirense. Tenho a impressão de que só ontem ela percebeu o quão caro foi o preço por ter vendido a alma ao diabo. Até bem pouco tempo ela ia pra cima, com a convicção de uma Luciana Genro (cujo pai, aliás, é a cara do Zé Rodrix). Agora, vestiu uma personagem, mas é fácil notar que treme na base, não demonstra mais convicção no que diz. Em determinado momento, quando falou que Aécio havia voltado atrás, este não perdoou e lhe deu o golpe de misericórdia ao dizer que quem costuma virar casaca é ela... Realmente uma pena. Principalmente porque, ao que tudo indica, mais uma vez vamos ter o PSDB no segundo turno...
Por fim, e claro, Luciana Genro e Eduardo Jorge detonaram, foram responsáveis por tirar o debate da mesmice. Aliás, tenho que admitir que o tal do Fidelix também se sobressaiu... Opa! Não me interpretem mal. Estou analisando friamente. Franco-atirador que é, se saiu bem dentro de seu jeito maluf/hitler de ser, direcionando o discurso apenas a seu pequeno rebanho e c...ando pro resto do Brasil. Enfim, deve ter agradado suas negas. Contudo, o mais engraçado de todos foi/é o tal do Pastor Everaldo. As caras e bocas que faz frente às câmeras são de rolar de rir. Dá a impressão de que está sentindo terríveis cólicas que em vão tenta disfarçar. Além do mais, foi responsável pelo momento mais hilário, quando, tendo que fazer a Aécio uma pergunta sobre previdência, perguntou-lhe sobre o PAC e tomou um pito de Bonner.
Na verdade, o que senti – e digo isso com tristeza – é que foi um debate cujo discurso teve não só o dedo, mas as quatro patas dos marqueteiros. Os três candidatos de ponta devem ter passado horas e horas treinando pra dizer só a mesma coisa sempre, independente das perguntas, às quais, diga-se, ninguém respondia. Era só chegar a vez de fulano/a responder, virava pra câmera e vinha com um discursinho ensaiado, como se o telespectador fosse criança (e é), dizendo qualquer coisa que não tivesse nada que ver com a pergunta. E não me refiro só a Aécio. Dilma principalmente perdeu a oportunidade de dar muitos esclarecimentos e apostou só na "colinha". Em determinado momento, quando Luciana lhe perguntou acerca de sobretaxar as grandes fortunas, Dilma desconversou. Na réplica, Luciana tascou: a senhora não respondeu, mas, claro, está atrelada aos interesses dos banqueiros, como iria responder?
Resumindo: quem tem aparelho excretor tem medo. Ou seja, os três candidatos com reais condições de ganhar não podiam ser por demais sinceros, pois tinham muito a perder. Assim, vimos de um lado atores desempenhando um papel e do outro os nanicos disparando seus torpedos... inutilmente. Espero, contudo, e do fundo do coração, que tanto Luciana Genro quanto Eduardo Jorge tenham votações significativas que lhes possibilitem chegar mais longe num futuro próximo (alô, protestantes de junho, tem alguém aí?). Seria imensamente benéfico pro Brasil. E que, em chegando lá, eles não virem a casaca, como fez a pobre da Marina Silva. Pra terminar, e como sou de dar a cara a tapa, declaro que pra presidente, governador e senador votarei ainda desta vez nos candidatos do PT, mas torcendo muito pra que algo fora do roteiro surja, nem que seja em relação à Petrobras, pra forçar dona Dilma a quebrar de uma vez por todas esse pacto com o diabo, digo, o PMDB. Sonhar é grátis...
Em tempo: muita filhadaputagem da "torcida organizada" do Never aplaudir suas respostas. Desrespeitaram um acordo de cavalheiros de forma descaradamente proposital, pra tentar mostrar ao ingênuo telespectador que Aecioporto tinha sido melhor. Depois, barraqueiros são os "cumunixtas"... Fosse um programa sério, o sr. Bonner teria mandado evacuar o recinto. Mas, lembremos, juiz que zela pelo nome da mãe não enfrenta torcida de time que joga em casa. Bom voto! E salve-se quem puder!
***
Leo, você arrasou!!!!Ri, refleti e aplaudi! Concordo em número, gênero e em tudo mais....Abraços!
ResponderExcluirValeu, Valéria!
ExcluirAbração,
Léo.