segunda-feira, 30 de abril de 2012

Crônicas Desclassificadas: 39) "La Famiglia" e as Famílias

Não conheço nenhuma família que não tenha problemas. Ao contrário dos amigos, que escolhemos, não podemos escolher nossos pais, irmãos, tios, primos etc. Daí que os laços que nos aproximam são, em alguns casos, meramente sanguíneos, e as relações, conturbadas. Contudo, sendo a família uma instituição tão importante na sociedade, temos que aprender a conviver com os de nosso sangue, engolir alguns sapos e, principalmente, tentar trabalhar pra que reine a harmonia acima das diferenças. Quando conseguimos isso, o afeto até pode se tornar verdadeiro. Aproveito o tema pra relatar alguns fatos que me serviram de experiência pra que mudasse meu comportamento na relação com os meus:

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Trinca de Copas: 9) Dose Tripla de Clarisse Grova

Esses dias tem me batido uma saudade de minha querida parceira Clarisse Grova, que se esqueceu de mim, não musica mais minhas letras, não aparece mais por Sampa (e, quando aparece, não avisa), e ainda por cima ouvi um zunzunzum de que se mudou pro Sul. Daí que me peguei reouvindo nossas canções, a maioria inéditas, e, em nome de nosso passado musical, e pra mostrar que a perdoo por fazer seus mil silêncios (que em parcerias que andam juntas ninguém faz), resolvi dedicar-lhe um Trinca de Copas, pra espanar o pó de algumas dessas canções e contar um pouco a respeito de como nasceram. A elas:

terça-feira, 24 de abril de 2012

Crônicas Desclassificadas: 38) Foi um rio que (não) passou

É, deu aquele bode... Depois de um fim de semana regado a cerveja e churrasco (e em boa companhia), com direito a futebol e piscina, o corpo arriou, e a mente, tendo que levantar o moral de combalido corpo, por sua vez, fumaçou, uns neurônios tiveram seus fusíveis queimados, e o blog ficou abandonado ao mar à mercê da própria sorte...

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Crônicas Desclassificadas: 37) Cordiais saudações

Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Deus é brasileiro. O Brasil é o país do futebol, do Carnaval, do futuro! Os estrangeiros vêm pra cá pra desfrutar um pouco dessa felicidade toda, dessa inexplicável alegria, que beira a euforia. Que coisa estranha... Contudo, tem certa lógica, pois deve fazer bem ao turismo vender esse sonho paradisíaco aos tristes endinheirados do mundo. Mas que tudo isso tem muito de folclore, ah isso tem. Caso contrário, sendo que a maioria dos brasileiros vive em condições precárias, o segredo da felicidade estaria em desfazer-se de posses pra atingir esse nirvana.


sábado, 14 de abril de 2012

Trinca de Copas: 8) Adolar Marin, Élio Camalle e Gabriel de Almeida Prado

Entre os leigos há muitas dúvidas e muitos equívocos no que se refere à feitura de uma canção. Por exemplo: mais de uma vez, estando eu em alguma roda de amigos ou familiares (ou mesmo numa entrevista), em companhia de Kana, apresentaram-nos a terceiros como sendo eu o compositor-marido e ela a cantora. Ora, gente, não é porque ela canta que não pode compor, né? Em outros casos, quando a cantora não compõe, dizem que a música que ela canta é dela. É muito comum alguém falar, por exemplo, que adora aquela canção da Gal, da Bethânia, da Elba, enfatizando a qualidade da letra, sem saber que as três acima não compõem ("A Bethânia é f..., ouve essa letra!") ...

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Os Manos e as Minas: 7) O coração do Homem-Bala

Estes são tempos difíceis pra quem gosta de música artesanal (e pra quem faz). As grandes gravadoras, em crise, mas sem dar o braço a torcer, tentam ver se conseguem chegar ao fundo do poço ("aquele poço não tem fundo"). Por sua vez, os mimados (e os nem tão mimados) artistas que outrora levavam multidões a seus shows sentem dificuldades pra se adaptar aos novos tempos, o das vacas magras. E muitos não conseguem manter a dignidade. E poucos conseguem ser generosos, preocupados que estão com o próprio umbigo.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Ninguém me Conhece: 63) Pedro Guerra, el encantador de gentes

Ser letrista não é fácil. Imagine você, caro (e raro) leitor, a dificuldade que é tentar ser original, criativo, não se repetir e ainda emocionar(!), tudo isso em meio a uma infinidade de letras maravilhosas que o cancioneiro nacional nos deixou de legado... E, se pensarmos no que já foi escrito em inglês, espanhol, italiano, francês... Aí é que o rabo torce a porca! Daí recebemos uma melodia e lá vamos nós nos esmerar pra fazer o melhor possível, ou então caprichamos quando nos pedem uma letra pra musicarem, mas tem que ser AQUELA letra! E depois no-la devolvem dentro de uma melodia assim-assim...

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Crônicas Desclassificadas: 36) As aventuras de uma linda garotinha, com suas malas e bonecas

Era uma vez uma linda garotinha cuja maior brincadeira consistia em fazer e desfazer as malas. Só dos 4 aos 17 anos, por exemplo, tivera que se mudar de cidade pelo menos dez vezes, daí que se viciara em tal passatempo. Sendo filha única, suas melhores companheiras eram as bonecas, que ora eram suas irmãs, ora filhas, de acordo com seu estado de espírito. Por isso, a cada nova viagem, sua maior tristeza era o momento de encaixotá-las. Chegava a fazer uns furinhos nas caixas pra que as pobrezinhas pudessem respirar.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Joaquín Sabina en Portugués: 12) Dimi Zumquê e a versão de "Amor se llama el juego"


Dia desses estava eu mostrando a um amigo canção nova de um compositor que admiro, e ele encasquetou com uma palavra que, segundo ele, já encontrara em duas ou três canções do dito compositor. Meio desconcertado, respondi-lhe que em muitas mais canções encontramos a palavra "amor". E ele não teve como não concordar. Afinal, mais que uma palavra, o amor é uma incógnita. Quanto mais gastamos palavras, teses, livros, canções etc., a seu respeito, mais nos parece misterioso o tal do amor.

E quando tratamos acerca do amor quase sempre vem à baila o casamento. Essa é outra palavrinha não menos complexa; o casamento hoje é uma instituição que obedece a leis, muitas vezes envolve dinheiro, advogados, polícia...

domingo, 1 de abril de 2012

Os Manos e as Minas: 6) 47 horas com Dany López ("Como si fuera un día nomás")

Agora se deu aqui, em Sampa, ao contrário das outras vezes, em Montevidéu. Encontrei-o no aeroporto de Congonhas com o kit completo de sempre: sorriso de orelha a orelha, abraço apertado, um beijo no rosto (costumbre de los hermanos), o bom humor contagiante e a velha inteligência. Vinha do Rio, onde, como bom turista, pegara uma insolação. Mas nada que o fizesse faltar com seu compromisso, a saber, a participação especialíssima em dois shows do compositor porto-alegrense Marcelo Delacroix (no CCBB), com quem mantém um trabalho paralelo em duo. Trata-se, claro, do incansável cantautor uruguaio Dany López.