domingo, 28 de maio de 2017

Eu Não Vi, Mas Me Contaram...: 8) Os complexos desejos da vocação

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ATENÇÃO! 
Excepcionalmente, esta postagem é desaconselhável a menores (e também a conservadores, preconceituosos, radicais religiosos, reacionários, skinheads, partidários do politicamente correto e congêneres patotas) 
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Era minha última chance. Eu só tinha alguns meses antes do dia que mudaria pra sempre minha vida. Ainda não dera nenhum passo em direção ao objetivo que não saía de minha mente havia dias, mas já arrastava meus passos pra cima e pra baixo com um antecipado complexo de culpa. Em algumas manhãs, despertava sentindo-me mais forte e decidido a não ceder; porém em outras eu era todo fraqueza e desejo. Deixara de me masturbar fazia dois anos, orava muito, chegava a castigar meu corpo, mas este continuava me desobedecendo. Parecia que, quanto mais eu pedia ao Pai pra afastar de mim a tentação, mais ela penetrava em minha carne, espalhando-se por minhas veias como um vírus ou uma droga.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Entrevistando: 13) Pepê Reis e eu (eu e Pepê) no Sons do Brasil

Não imaginei que ia me enrolar com a falta de tempo como me tem acontecido ultimamente. As 24 horas do dia seriam do tamanho certinho se eu não precisasse dormir as 8 horas diárias que durmo. Quanta perda de tempo! Ainda mais imaginando que quando eu morrer terei a eternidade pra dormir... Lembrei-me de um samba do mestre Wilson das Neves em parceria com outro mestre, Paulo Cesar Pinheiro, que diz assim: "Se alguém me bancar eu sei me vestir/ Só me falta é roupa, Iaiá, só me falta é roupa." No meu caso, só me falta é tempo (e grana). Além dos afazeres domésticos e dos trampos que aparecem picados, mas constantes, estou terminando mais um romance que inventei de começar (o terceiro – e nem lancei o segundo!) e ainda por cima resolvo uma série de assuntos referentes a uma mudança de residência... da qual tratarei mais tarde.

terça-feira, 16 de maio de 2017

Esquerda, Volver: 17) A esquerda Duvivier

Meu amigo Teju Franco apontou há alguns dias (aqui) certa guinada à direita nos discursos de Gregório Duvivier, humorista e – entre outras coisas – colunista da Folha de S.Paulo, sobretudo no que diz respeito a Lula. Eu, como admirador do moço, saí em sua defesa – embora ele não tenha me dado procuração pra tal – alegando que cada um é livre pra dar sua opinião e ninguém tem a obrigação de gostar de Lula – nem entre os que se dizem de esquerda. A crítica de Teju era fruto de uma entrevista que o rapaz concedera ao El País (leia aqui). Contudo, em sua mais recente crônica publicada na Folha (leia aqui), Duvivier pegou pesado com Lula, comparou-o a Moro, perdeu o humor e agiu – sem provas, mas com convicção – como se fosse um agente da PF (refiro-me à polícia federal, não ao prato feito). Daí, após ler a crônica, fui obrigado a concordar com Teju que o rapaz, no mínimo, anda perdendo a mão.