Fiquei sabendo pelas redes sociais que Zélia Duncan foi chamada de oportunista por um sambista que se sentiu ofendido ao ver, no Prêmio da Música Brasileira, o nome dela indicado ao lado do dele na categoria de melhor disco de samba. Na sequência, li a resposta que ela lhe deu na coluna que assina n'O Globo (leia aqui) e fiquei encantado com essa moça, com vontade de lhe tascar um beijo pleno de afeto e admiração. Aliás, diria que estamos afinados no que se refere à questão. Eu, por exemplo, sempre gostei de samba, mas odeio o "sambismo", da mesma forma que sempre gostei de rock, mas sinto particular pena daqueles que se reduzem a "roqueiros" ignorando que há uma infinidade de estilos musicais maravilhosos mundo afora dos quais abrimos mão ao nos autorrotularmos um "ista" ou um "eiro".
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domingo, 29 de maio de 2016
domingo, 22 de maio de 2016
A Palavra É: 15) Felicidade
Estava começando a escrever sobre o assunto do momento, cultura, agora que o presidente golpista tá brincando de tira e põe com esse ministério e alguns imbecis ainda vêm com aquele papinho de "nós não precisamos de cultura, precisamos de mais hospitais, de mais empregos; abaixo a Lei Rouanet; e blá-blá-blá e nhem-nhem-nhem e ti-ti-ti"; só que meu amigo Henrique Barros, que está à frente de uma revista eletrônica chamada Papel da Música, me pediu pra escrever umas linhas introdutórias sobre a canção que escolheu pra primeira edição, que é justamente A Felicidade, de Élio Camalle, então, inspirado pelo que escrevi pra ele, resolvi fazer um tricô por aqui entre esses dois temas, que, aliás, estão interligados: cultura e felicidade. Afinal, a felicidade plena só pode existir numa sociedade que leva a sério sua cultura.
quinta-feira, 19 de maio de 2016
Entrevistando: 10) Kana & Sander Mecca no Na minha Casa
O programa Na Minha Casa, de meu mano Adolar Marin, começou 2016 com o maior gás e já de cara trouxe dois artistas muito próximos a mim, Sander Mecca (parceirão, baita intérprete, visceral, "nervoso", enfim, total em cada nota; de quebra, também um inspirado, ainda que bissextamente, compositor) e Kana (minha japa do coração, charmosa, polivalente, toda empatia, cantora de timbre peculiar e compositora originalíssima). Portanto, eu não podia deixar a ocasião passar em branco, tinha que trazê-los pra cá, pra este espaço que, de uma forma ou de outra, se irmana com o projeto de Adolar.
segunda-feira, 16 de maio de 2016
A Palavra É: 14) Corrupção
Admito que a nova coluna de meu blogue, Esquerda, Volver, por motivos óbvios, tem ganhado mais atenção minha que as demais colunas. Mas constato isso com tristeza; preferia estar tratando mais de música, literatura, enfim, de assuntos do meio ao qual pertenço, só que os acontecimentos atuais ou me desmotivam a fazê-lo ou tornam tudo o mais coisas de somenos importância. Contudo, pra democratizar o espaço e deixar o desequilíbrio da balança um pouco menor, maquiei um assunto e o travesti de palavra pra trazê-lo pra esta coluna. Sim, caros, a palavra é a que está, aliás, tem estado na moda há pelo menos três anos: corrupção. E, mais, desde que Chico Buarque deixou de ser unanimidade em solo pátrio, é uma das poucas unanimidades por aqui. Ou seja, NINGUÉM é a favor da corrupção. Nem os corruptos (pelo menos em público)!
quinta-feira, 12 de maio de 2016
Esquerda, Volver: 8) O luto e a luta
Tô puto. Num mato sem cachorro. Nem sei pra onde corro. Esta quinta-feira sem eira nem beira, 12 de maio de 2016 (tá bom pra vocês?), é um dia de luto. Dia em que os filhos da puta (piratas de gravata) tomaram a pátria à força (bruta) graças a mamatas entre os trutas, com a ajuda dos otários de amarelo e do elo com um judiciário salafrário, casa de demagogos de toga onde a justiça se afoga (a ferro e fogo) mudando a seu bel-prazer as regras do jogo. Essa liga da justiça de uma figa carece de heróis no lugar de caubóis fora da lei. Em terra de sócios, quem tem quadrilha é rei (onde foi que eu errei?). Quem tem filha que a tranque em casa, quem ora assume o poder é o caralho de asas.
terça-feira, 10 de maio de 2016
Esquerda, Volver: 7) O que não queria magoar e o injuriado
"Eu sei que já faz muito tempo que a gente volta aos princípios/ Tentando acertar o passo, usando mil artifícios/ Mas sempre alguém tenta um salto, e a gente é que paga por isso/ Fugimos pras grandes cidades, bichos do mato em busca do mito/ De uma nova sociedade, escravos de um novo rito/ Mas, se tudo deu errado, quem é que vai pagar por isso?" Estes são alguns dos preciosos versos de Bernardo Vilhena sobre melodia de um compositor que não existe mais. A canção, atualíssima, chama-se Revanche, e o dono da melodia e que já não a canta faz um tempo se chama Lobão. Sim, aquele mesmo que preferia viver dez anos a mil a viver mil anos a dez na nervosa Décadence Avec Élégance; aquele da Vida Bandida; dos Canos Silenciosos; que puxava a orelha do (e na) Mano Caetano; que...
quinta-feira, 5 de maio de 2016
Esquerda, Volver: 6) Fragmentos de "A desobediência civil" e outros textos de Thoreau
Certa vez, estava eu assistindo a um filme antigo (cujo nome esqueci) dirigido por Douglas Sirk, quando reparei que em uma cena a personagem principal folheou meio por acaso um livro que até então repousava sobre uma mesa. Sou muito curioso em relação a capas de livros; quando estou em algum transporte coletivo e vejo alguém lendo, dou sempre uma pescoçada (in)discreta pra ver o nome. Assim, congelei a imagem na cena em que apresentava um melhor ângulo da capa do livro em questão e li Walden, Henry David Thoreau. Anotei título e autor e mais tarde fui pesquisar a respeito. Descobri que o tal de Thoreau foi um polêmico estadunidense que viveu no século XIX e era um ferrenho crítico da escravidão, do ideal de viver em função do trabalho e, sobretudo, do american way of life.
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