quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Filho da preta! – na boca dos leitores (1)

Todo autor, obviamente, deseja que seu livro mereça uma crítica, uma resenha ou pelo menos duas ou três linhas em algum jornal ou revista de renome. Eu não fujo à regra. Aliás, tenho me empenhado pra que tal suceda. Contudo, como – parafraseando o bom e velho Zé Simão –, quem fica parado é poste, enquanto as críticas "profissionais" não vêm, tive a feliz ideia de publicar outras críticas, estas feitas por quem realmente interessa, que são os leitores, pessoas das mais variadas profissões que se deram ao trabalho de gastar (além de seu tempo) umas quantas linhas pra tratar de meu FDP!. Alguns depoimentos foram espontâneos, outros a pedido meu, mas agradeço a todos do fundo do coração e espero que esse punhado de opiniões sensibilize novos e – sempre – bem-vindos leitores. A eles:

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Crônicas Desclassificadas: 156) A questão não é ser ou não ser Charlie

Por Mario Alberto
Eu escrevo. Escrever é minha arma. Ou pode ser meu carma. Quem sabe, meu trevo. O fato é que escrever me dá prazer. Claro, às vezes masoquista. Mas quem não é, sendo artista? Escrevo o que quero, o que me á na telha; às vezes lero-lero, às vezes só groselha. Mas vez em quando desando, e a centelha incendeia, veia adentro, verbo afora. Nessa hora, periferia vira centro, e o que me feria... unguento. E posso ir mais longe, aguento. Só estou em paz quando me atormento. É por isso que escrevo. Porque devo, e é assim que pago: causando estrago, entre um e outro trago. Sem dar trégua, pra mais de légua! A inspiração é fértil, farta. Pode ser em rima, pode ser em carta. Pode ser em cima, embaixo, até sem clima me encaixo, caibo. A palavra é meu caibro, minha clave. Escrever: eis minha palavra-chave.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Crônicas Desclassificadas: 155) Tempos de secas e molhados

Johnny de Franco/
Estadão Conteúdo
Vivemos em São Paulo famigerados templos, digo, tempos. A seca e as enchentes quase que diariamente saem no tapa pra ver quem é que leva o troféu de vilão do mês. Nessa guerra santa, diga-se, a seca já sai em vantagem, pois tem ganho de lavada (ops!) nos últimos 12 (ou serão 13?) meses. Chega a ser tragicômico ver o bravo trabalhador paulistano voltar pra casa, após um árduo (e árido) dia de produção de suor e, depois de cerca de uma hora e pico em trânsito (embora imóvel) na condição de sardinha enlatada, sair pra rua em direção ao aconchego do lar e tomar aquela chuvarada que, embora lhe encharque o esqueleto, consegue apenas deixá-lo com essa paradoxal sensação de um ser com sede, apesar de molhado. Dá até pra parafrasear o nome daquela antiga banda e dizer que hoje vivemos os tempos de "secas e molhados".

domingo, 11 de janeiro de 2015

Crônicas Desclassificadas: 154) A Comissão Nacional da Verdade vs. o "outro lado"

Um ser humano em pleno domínio de suas faculdades mentais que sai às ruas bradando pela volta da ditadura é, em minha opinião, ou mal-intencionado ou um completo imbecil. No caso do mal-intencionado, é óbvio que tem interesses particulares pra soltar tal brado; pode pertencer à família de algum militar ou ser ele próprio um (ou ainda pode ser simplesmente um inimigo da liberdade de expressão e dos direitos humanos). Se bem que também nesse caso uma coisa não exclui a outra: não é impossível (diria mais, é até provável) que ele seja igualmente um imbecil. A diferença é que se trata de um imbecil que sabe pelo que está bradando. Já o completo imbecil é, na maioria das vezes, um mal-informado, pra não dizer um ignorante... e não vou chamá-lo de quadrúpede pra não ofender a quem de direito use as quatro patas.