quarta-feira, 30 de maio de 2012

Crônicas Desclassificadas: 42) Parabéns pra mim - 2ª e última arte

2ª e última parte:

(leia a 1ª parte aqui)

Eles moravam de aluguel num terreno onde havia mais duas casas. O portão era de ferro e estava aberto, então fui logo entrando. A casa deles era a segunda. Bati na porta e a Suzana abriu.

"Pois não? O que a senhora deseja?" (mais uma que me chamava de senhora)

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Crônicas Classificadas: 20) O centro

A dor, a boa dor, só é boa se doer. Se fizer só cócegas não é dor. A fome, a boa fome, só é boa se causar tonturas, desmaios. Se for só uma pontadinha na barriga não é fome (tome cuidado, pode ser gravidez! Ou, nos homens, solitária...). O amor, o bom amor, é mais ou menos a colisão desses dois trens, o da dor e o da fome. Daí nasce o amor não por uma pessoa, mas pela humanidade! Às vezes daí também nasce o ódio por ela. Aliás, todos sabemos que o ódio é o negativo do amor.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Crônicas Desclassificadas: 41) João Pereira Coutinho e eu

Tenho uma relação de amor e ódio com a Folha de S.Paulo. Quando cursava o então 2° grau, em minha classe apenas um rapaz tinha o hábito de ler jornais todos os dias (que eu soubesse). E ele lia a Folha. Só que, como não tinha opinião formada sobre nada, quando tinha que opinar sobre qualquer assunto, limitava-se a repetir o que lera. Tempos depois, quando meu salário passou a me permitir certos luxos, resolvi assinar a dita Folha. Mas não por causa de meu colega de classe, muito pelo contrário, acho que se deu por conta de uma promoção, sei lá, pelo acaso...

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Crônicas Desclassificadas: 40) Parabéns pra mim

Dia desses, remexendo nuns guardados à procura de não sei o quê, fiquei deveras emocionado ao encontrar um conto sobrevivente dentre os muitos que escrevi quando era moleque. Não sei precisar ao certo a idade que eu tinha quando o escrevi (nele não consta a data), mas, como estava batido a máquina (de escrever), imagino que eu tivesse por volta de 15 ou 16 anos (talvez menos). Comecei a lê-lo e me peguei sorrindo como um pai que reconhece lampejos de talento no filho.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Os Manos e as Minas: 8) La música sin fronteras de Marcela Viciano

Nesses quase 20 anos que tenho como compositor posso me considerar um cara de sorte, pois tive o privilégio de conhecer muitas e maravilhosas pessoas, viajar bastante, entrar em contato com outras línguas e culturas e, principalmente, regar a flor da sensibilidade, que me possibilitou enxergar a vida com olhos mais apurados, o que não se deve em nada aos muitos graus das lentes de meus óculos, mas sim aos das lentes interiores.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Notícias de Sampa: 2) Show "Do Japão ao Ceará" + Segunda Autoral Caiubista

Nesta quinta-feira, 17 de maio, Kana sobe mais uma vez ao palco do Novo Lua Nova, desta vez pra um show especialíssimo, que promete se repetir em outras ocasiões e cidades. O show foi intitulado Do Japão ao Ceará, não apenas por ser nome de seu primeiro disco (2001), mas porque Kana dividirá os vocais com o cearense Ítalo Queiroz, que é um baita sanfoneiro, cantor e compositor. Ítalo, que tem participado dos shows mais recentes de Kana, dessa vez divide o protagonismo do palco, num show todo dedicado à música nordestina. Tanto que o subtítulo do show é São João em Maio. Completa o trio o excelente baixista Zazá Amorim, que também é ótimo zabumbeiro.

domingo, 13 de maio de 2012

Crônicas Classificadas: 19) Manifiesto de otoño

Gosto das coincidências. Estava hoje (escrevo no sábado) pensando se deveria escrever algum texto em homenagem ao Dia das Mães. Ok, sou daqueles que não curtem muito essa coisa consumista de “dia disso” e “dia daquilo”, mas as mães em geral adoram ganhar presentes e almoçar com seus filhos. Tive então várias ideias, mas nenhuma que me instigasse a escrever algo. Foi aí que Evanir, uma colega de trabalho (sim, caros, trabalhei hoje), sabendo de meu interesse pela língua de Cervantes, trouxe-me de presente um jornal chileno.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Cançonetas: 2) "Desistências", por Pedro Moreno

Já falei aqui várias vezes da M-Música, lista da qual participo e por meio da qual adquiri muitos amigos, além de parceiros. Bem, não dá pra resumir em poucas palavras o que essa lista representou e representa na vida de várias pessoas, é preciso estar lá, proseando, filosofando, às vezes brigando, mas sempre tendo a música como foco.

sábado, 5 de maio de 2012

Crônicas Classificadas: 18) A noite de grande orgasmo brasileiro

*** Excepcionalmente, leitura desaconselhável a menores ***

Costumo discordar das opiniões de Arnaldo Jabor. Aliás, costumo discordar de quem tem opinião pra tudo e não se cansa de sempre demonstrar como é inteligente e antenado. Os que têm tais preocupações costumam incorrer no erro da arrogância, do não saber ouvir por achar que já sabem de tudo. E costumam dar suas opiniões também quando não as pedimos. Jabor é meio assim, meio faroleiro, meio Caetano. Inclusive, esses dois, quando falam a respeito de política, têm opiniões que estão muito mais ligadas a como esta os afeta pessoalmente do que como afeta o país. Ou seja, não importa o todo, importa o "eu".

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Ninguém me Conhece: 64) Os mil rostos de Alê Cueva

Quem não souber não tente fazer isso em casa! É um trabalho que requer seriedade e concentração. Existe toda uma técnica envolvida. Qualquer vacilo... E lá se vai uma unha! Aprendi só de olhar, pois costumava ficar ali, embasbacado que nem criança quando observa um adulto realizar ante seus olhos infantis o mais ininteligível dos trabalhos. Esquecia-me até de mim. E ele, apesar da concentração (um olho na lixa, outro nas unhas), podia dissertar acerca de qualquer assunto ao mesmo tempo que as lixava, como se estivesse se lixando pro que fazia, ou, melhor, como se o trabalho que estava realizando já se tivesse incorporado a seu ser a ponto de não lhe oferecer riscos mesmo quando ele erguia os olhos e fixava-os em seu interlocutor (nem assim errava o alvo!).