terça-feira, 22 de março de 2016

A Palavra É: 13) Verborragia

Em dias envergonhados, coro; em dias de esquecimento, decoro; em dias preguiçosos, escoro. Na roupa, me visto; na dúvida, me revisto; na concepção de meus inimigos, me malvisto. Quando tô no sol, vejo; quando tô na chuva, esbravejo; quando tô no arco-íris, percevejo. Ouvindo música, canto; bebendo vinho, decanto; cansando, recanto. Na coragem, me escondo; no medo, me expondo; na quimera, me macondo. Em seu coração, amo; em seu corpo, derramo; em sua rosa, ramo. Com pessoas, converso; com palavras, verso; com mundos, universo. Pela boca, digo; pela mente, desdigo; pelos olhos, mendigo. Verso, enfeito; poema, feito; poeta, satisfeito.

sexta-feira, 18 de março de 2016

Esquerda, Volver: 2) A lista (macarthista) de Rodriguinho

Sempre que vi o tal Rodrigo Constantino em vídeo (foram poucas, confesso), fui tomado por uma sensação de me achar diante de uma pessoa com algum problema mental, fosse por seus gestos, sua voz sempre um tom acima (do tipo "você sabe com quem está falando?") ou ainda por sua cara de criança grande. E, quando o masoquismo me permitia ler suas escrevinhações, a impressão se confirmava, pois seus textos me pareciam mais ser gritados que escritos. Tanto que, quando o vi se lastimando por, após ter levado um pé na bunda da Veja, saber que esta havia apagado todos os seus artigos, fiquei mesmo com pena, como se presenciasse uma criança chorando pelo pirulito roubado. Mas agora, ao saber de sua mais recente patacoada, vejo-me obrigado a admitir que esse sujeito REALMENTE não bate bem da cachola.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Esquerda, Volver: 1) Por que você odeia (só) o PT?

Dois amigos que, no âmbito das ideologias, se situam tão à esquerda quanto eu (ou mais) me convidaram a criar um blogue político. Como não tenho o conhecimento político necessário pra tal, resolvi, em contrapartida, lhes oferecer uma nova coluna em meu blogue, que, antidemocraticamente, batizei de Esquerda, Volver. Minha proposta é de que tratemos, com clareza de raciocínio – e dando direito a voz àqueles que queiram debater sem agredir –, tantos assuntos importantes que são pauta diária tanto em telejornais, mídia impressa ou mesmo redes sociais. Mas minha (nossa) maior intenção – deixemos desde já claro – é defender a tão combalida esquerda, visto que, nessa imbecil dicotomia da qual somos todos vítimas, notamos claramente uma guinada à direita.

quinta-feira, 10 de março de 2016

A Palavra É: 12) Ética

Apesar dos tantos pesares de nossa época – e lembrando que todas as épocas têm seus pesares –, devemos nos considerar privilegiados por vivermos nela. O que pra gerações anteriores era tão difícil, como o acesso a informação, pra nós está ao alcance da mão, ou melhor, a um clique. Contudo, o fato de ainda haver hoje tanta ignorância demonstra que só acesso a informação não basta. Afinal, informação demais – e não peneirada – também representa perigo, principalmente quando não há critérios nessa busca. Porém, como eu sou eu, e possuo meus critérios, só tenho a agradecer por tais facilidades. Por exemplo: sempre respeitei e admirei bons professores, e hoje há na internet uma fartura de vídeos com aulas e palestras de professores notáveis, o que democratiza o acesso a eles. Ou seja, fora das salas de aula também podemos adquirir conhecimento.

terça-feira, 1 de março de 2016

Notícias de Sampa: 18) Chegou o Dia de São Nunca! (30 de fevereiro)

E eis que, finalmente, chegou o Dia de São Nunca, esse santo tão poderoso, padroeiro das causas impossíveis! Aliás, pra quem crê, não há dias – nem causas – impossíveis, e o dia de hoje, este metafórico 30 de fevereiro, é exemplo disso. E vejam vocês como a arte tem o dom transformador. Dia de São Nunca (a canção) tem uma letra que resvala na autobiografia, feita após um período tenebroso, de depressão e angústia, em que seu autor/protagonista comia as migalhas do pão que o diabo amassou (as que sobraram após os cães terem se fartado, deixemos claro), depois de uma separação traumática e uma volta ao lar materno – em condições vexantes, acrescente-se. Meses depois, veio a reconciliação, que inspirou a letra.