sábado, 24 de outubro de 2015

Grafite na Agulha: 36) Os santos e as flores de Vanusa

Acho muito difícil que haja algum brasileiro que viveu a década de 1970 e não tenha se encantado/emocionado com a voz de Vanusa e as canções interpretadas por ela. Sem falar que era uma gata (e ainda é, hoje, do alto – não de altura, claro – de seus 68 anos)! Sim, o país vivia tempos funestos, mas a música brasileira ia bem, obrigado. Pode-se dizer também que ia bem obrigada. Pensando nisso, tenho até a impressão de que, quanto mais amordaçam um compositor, mais ele descobre artifícios pra que sua arte não se cale (Cálice, por exemplo). Atualmente, apesar dessa liberdade toda, deparamo-nos com tantos compositores sem nada pra dizer... Até a outrora tão criativa MPB agora agoniza vítima de sua própria empáfia.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Trinca de Copas: 30) Augusto Teixeira, Clodoaldo Santos e Marcio Policastro

1) EVEREST

Queria ter escrito sobre Clodoaldo Santos há tempos, não só porque é um querido amigo, mas sobretudo por se tratar de um baita compositor. Conheci-o no já lendário (e saudoso) Café do Bexiga, no coração do Bixiga, bairro boêmio paulistano que ainda sobrevive, apesar das marés baixas. Clodoaldo é filho de outro baita compositor, o sergipano (é, eles existem!) Batista, que então dirigia o bar. Confesso que sinto imensas saudades da época. O Café do Bexiga era reduto da boa música, mas era, além disso, um ponto de encontro das mais variadas vertentes de compositores nordestinos que residiam em Sampa. E como Kana, minha nordestina japa, tocou lá durante homéricos fins de semana (muitos deles sob a batuta do grande Vidal França), varei noites de felicidade – num tempo em que eu podia fazer isso sem ser acometido por amnésia alcoólica.