Eu não sei nada sobre a paz. Desde que me entendo por gente, estou em guerra. Estive em guerra contra minhas raízes, contra meus prazeres, contra minha fé (posteriormente, contra a falta dela), contra minha preguiça... E isso vem de antes de eu nascer. Já na barriga de minha mãe imagino que eu estivesse em guerra pra não sair lá de dentro. Depois estive em guerra contra a escola, contra a leitura obrigatória de Machado de Assis (mais tarde eu iria entrar em guerra pra deixar de lê-lo), contra minha extrema timidez que me causava rubor e um rombo no coração. Enfim, sou um guerreiro. E, enquanto isso, bombas explodiam em várias partes do planeta. E eu, que, apesar de guerreiro de minhas causas, sempre estive em guerra contra as guerras, rezava pra que elas não chegassem até aqui pra atrapalhar as minhas.
Colunas
- Crônicas Desclassificadas (195)
- Ninguém me Conhece (86)
- A Palavra É (51)
- Grafite na Agulha (50)
- Crônicas Classificadas (49)
- Os Manos e as Minas (40)
- Trinca de Copas (40)
- Esquerda Volver (32)
- Textos Avulsos (28)
- Notícias de Sampa (23)
- Joaquín Sabina en Portugués (19)
- Eu Não Vi Mas Me Contaram... (16)
- Entrevistando (15)
- Um Cearense em Cuba (15)
- De Sampa a Tóquio (14)
- Trinca de Ouro (12)
- 10 textos recomendados (10)
- Cançonetas (9)
- Canções que Amo (6)
- Minhas Top5 (5)
- Versão Brasileira (5)
- Cinema & Cia. (3)
- No Embalo da Toada (3)
- A Caverna de GH (2)
- Canções em Colisão (2)
- PodCrê (2)
terça-feira, 28 de abril de 2015
quinta-feira, 23 de abril de 2015
Ninguém me Conhece: 81) Sander Mecca, animal!
Taqueopariu! Velho, manja quando você vai num (a um) show? O quê que cê quer? Cê quer ser arrebatado! Cê quer que seu ânus vire do avesso (não, não tô me referindo à hemorroida), cê quer ficar arrepiado, cê quer gozar, cê quer que o cara (ou a mina) no palco propicie a redenção de todas as suas frustrações... Cê vai ali comprar uma hora e meia de vida, cê quer abastecer seu coração de adrenalina, de pletora, mora? Cê quer que, no mínimo, o show seja o máximo, tá ligado? Então, dia 22 último eu vi um show assim. E assado! Mas peraí, vamo' fazer um flechibeque: a ideia inicial era que seria só mais um show pra burguês ver no Tom Jazz, onde a breja é longuineque e o público é alforriado.
sexta-feira, 17 de abril de 2015
A Palavra É: 1) Cabeça
A cabeça é o fim ou o princípio do corpo? Tudo depende do ponto de vista. Saca só: se um camarada passa a vida olhando pro chão, a impressão que temos é de que a parte mais distante de seu corpo são os pés. Seu objetivo a ser alcançado é um subsolo, um porão ou algo do gênero. Ou até, quem sabe, possa ser que aja como um avestruz e viva procurando um buraco onde enfiar a cabeça. Portanto, podemos dizer que o corpo dele principia por esta. Já há outros que vivem com a cabeça nas nuvens; estes, certamente, foram começados pelos pés e cresceram como árvores, pra cima, até chegarem à cabeça. Mas não pararam por aí, continuaram crescendo pra fora do corpo, como um invisível arranha-céu, em cujo topo, no heliponto mais especificamente, fincaram sua cabeça, meio como se fosse uma bandeira. Ou uma biruta...
segunda-feira, 13 de abril de 2015
Crônicas Desclassificadas: 160) Perdido na manifestação (como cego em tiroteio)
Nesse domingo, eu disse "Hoje me vingo". Assim meio sem jeito, cobri o peito com uma estampa de Che Guevara e fui encarar Sampa, dar à tapa a cara. Já na escada, ouvi da mulher um "É piada? Tá procurando treta? Pode trocar essa camiseta!". Obediente, acedi. Acendi a luzinha da razão, meti uma regata sobre o coração – que me dizia "bata!" – e ganhei a rua, que é sua, mas também é minha, calminha! Rolava no escutador uma canção de amor (à arte) de Kléber Albuquerque que dizia que essa tal de poesia é coisa que vicia – "sou poeta que sabe que a morte é certa e ainda canta. Sou criança que sabe que a vida é dança enquanto dança. Sou artista operário operando o maquinário desse trem de ilusões. São só canções, são só canções, não valem nada, eu sei". Mas aí parei...
quinta-feira, 9 de abril de 2015
Os manos e as minas: 19) Traçando um paralelo entre "A marca humana", de Philip Roth, e meu "Filho da preta!"
Eu sempre fui um cara tímido. Aliás, mais que tímido, covarde. De repente, descobri que as palavras poderiam me levar a enveredar por arriscados caminhos pelos quais eu jamais pensara que pudesse ir... E com (quase) total segurança. Foi então que elas me transformaram num fanfarrão. E assim me tornei compositor. Ou melhor, letrista de música popular (como bom covarde, minhas melodias são bissextas). Mas aí, sob o jugo da coragem de que as palavras me revestiam, inventei de escrevinhar. Primeiro, contos; depois, crônicas; e, por fim, um romance. Mas não foi algo que eu tivesse elaborado, pensado, ansiado... Foi apenas algo que acabou por ser tão natural quanto respirar, comer, defecar, trepar...
Assinar:
Postagens (Atom)