quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Crônicas Desclassificadas: 75) Ainda a literatura brasileira – qualidade vs. quantidade

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Aviso
O texto abaixo é o segundo da trilogia (ui!) iniciada por 
Literatura brasileira em trocentos tons de cinzaSe 
você não o leu, sugiro que o faça antes de encarar este.
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Procuro manter o hábito de escrever sempre, ainda esperançoso de ser contratado pelo jornal cearense O Povo, quando (notem o "quando" em lugar do "se"... sou um otimista!) meu nome se tornar suficientemente "vendável", ou, pra ser mais atual, garantia de vendabilidade. Só que alguns assuntos, que se tornam mais urgentes pela temporalidade (como o da blogueira cubana, por exemplo), vão atropelando outros, assim, uns ficam pra trás ou vão sendo escritos aos poucos, o que resulta numa verdadeira colcha de retalhos. E eis que chega a vez deste, que eu pretendia ter postado na sequência do Literatura Brasileira em Trocentos Tons de Cinza, mas quis o destino que só hoje encontrasse seu espaço.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Crônicas Desclassificadas: 74) A Esquerda com que sonhei (+ carta de Saramago)

No intuito de fazermos justiça, precisamos tomar muito cuidado pra não nos tornarmos iguais aos que criticamos. Quem quer criticar devia ser o primeiro a dar o exemplo. Mais, devia SER exemplo. Tenho visto e lido absurdos praticados por uma esquerda "engajada" que endureceu, mas perdeu a ternura. Essa não é a esquerda com que sonhei. A esquerda com que sonhei não era pra ser intolerante, berrar a plenos pulmões xingamentos a pessoas a quem não dão o direito de se defender, como fizeram com a blogueira cubana Yoani Sánchez em Feira de Santana, que, se deixassem, teriam queimado numa fogueira. Isso não é esquerda, é inquisição. 

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Crônicas Desclassificadas: 73) A dona da voz

"Vivo en un país libre/ cual solamente puede ser libre/ en esta tierra, en este instante/ y soy feliz porque soy gigante". Esses versos do compositor cubano Silvio Rodríguez, cantados com emoção por Chico Buarque num disco deste, me calaram fundo na alma. Nem lembro que idade eu tinha, lembro apenas que meu esquerdismo começava a engatinhar, e Cuba representava pra mim algo de extraordinário, ainda mais em comparação com o Brasil ditatorial do qual havíamos recém-saído (ouvi a canção com alguns anos de atraso). O tempo passou, tive a oportunidade de viajar a Cuba por duas semanas, onde escrevi um diário (que postei no blogue, aqui), e aos poucos minhas convicções foram mudando...

Crônicas Desclassificadas: 72) O bloco dos mal-humorados


Quando estou com tempo, o que é raro, costumo me divertir bastante lendo, nos "cantinhos dos leitores" da vida, cartas (vá lá, e-mails) que estes mandam aos jornais, pois ali é um espaço democrático no qual quem costuma ler pode ser lido. Ou melhor, nem tão democrático assim, pois as cartas lá publicadas são escolhidas (por alguém) dentre tantas. Não me refiro, claro, aos direitos de resposta, pois, se alguém se sentiu diretamente ofendido, tem o direito de defesa. Mas não é este o caso aqui, o fato é que percebi que grande parte dessas pessoas que buscam um espaço público sofre de mau humor.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Crônicas Desclassificadas: 71) Os diálogos do silêncio

1) Cara

As coisas são assim. Um dia eles estão alegres, gargalhando, os olhos nos olhos irradiando energia positiva, como se todo o magnetismo do mundo existisse apenas pra que estivessem ali, rindo, entregues, o mais perto da felicidade que alguém já pôde chegar. Ele seria capaz de deixar seu bem mais precioso a cargo daquelas mãos, suaves, mas seguras. A certeza é moeda que valoriza dia a dia. A magia daquele encontro não carece de palavras pra ser explicada. E, porque não carecem de palavras, deixam-nas de lado. Mágica não se explica.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Cançonetas: 4) "Se o Papo É Amor", por Denilson Santos (+ Danny Reis)

Ando fazendo umas parcerias "nervosas" com Denilson Santos, a quem, a bem da verdade, nunca vi mais gordo. Coisas da "mudernidade". Denilson, baita cantor e não menos inspirado compositor, mora no Rio. Conhecemo-nos (virtualmente, obviamente) na M-Música, lista que vira e mexe cito por aqui. Ia mesmo escrever um Trinca de Copas acerca de nossas parcerias, mas lembrei que uma delas era um soneto, então, pra não virar bagunça, achei melhor postar (ao menos esta) aqui no Cançonetas.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Crônicas Desclassificadas: 70) Júlio, Cortázar e eles

Eles começaram a chegar, aglomeradamente. No começo eram apenas vozes, altas vozes. Júlio não quis se virar, estava sentado de costas, absorto com o livro. Mas a concentração se fora. Pôs uma mão na fronte, à Chico Xavier, e continuou a leitura, fingindo que não tinha nada a ver com eles (e não tinha). Uma moça esbarrou em sua cadeira, mas não pediu desculpas. Pareceu-lhe proposital, pra que ele se tocasse. Virou o pescoço e olhou pra cima. Ela lhe deu um sorriso amarelo, entre tímido e despeitado. Despeitado por ele ter se virado, como quem, estando errado, reclama tacitamente.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Crônicas Desclassificadas: 69) Escrever: "do nada também se cria"

Uma amiga que escreve (e muito bem, por sinal) me confidenciou, meio como se pedisse ajuda, sua frustração por estar há meses sem conseguir escrever nada. Era sábado e fazia um belo sol lá fora. Eu, tendo que trabalhar, dei-lhe uma resposta um tanto enviesada. Embora em tom de brincadeira, chamei a isso cagaço. Ela, bicho do mato que é, encolheu-se toda e se recolheu a seu casulo de (des)proteção. Era um papo rápido, via mensagem de celular. Não me fiz entender, e no mesmo dia repetiria a dose com outro amigo. Daí resolvi escrever estas linhas não só pra me redimir, como também pra lhe dar a explicação que ela, nas entrelinhas, me pedia. Ao menos a que está a meu alcance.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Crônicas Classificadas: 27) Sado gay: Sufrir por amor

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ATENÇÃO! 
Excepcionalmente, esta postagem é desaconselhável a menores (e também a conservadores, preconceituosos, radicais religiosos, reacionários, skinheads, partidários do politicamente correto e congêneres patotas) 
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