terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Notícias de Sampa: 15) Considerações sobre o lançamento do "Filho da Preta!" + o Baile do Baleiro



Com Rennan e Marcelo, da
Reformatório: gratidão! 
Ó, ninguém é de ferro. Por isso, dei uma escapada da poluição (e do estresse) paulistana(o) e vim aqui ver como vai Santos (e vai bem, obrigado). Dei uns tchibuns, comi uns camarões, tomei outras e umas e, agora, em vez de cair num sono profundo (o dos justos), resolvi vir aqui relatar o que de mais importante me aconteceu nessa semana que acabou de acabar (escrevo no momento em que o sábado encerra seu turno e dá lugar a seu dominical rendedor). Eu podia estar dormindo, eu podia estar roncando, mas, em vez disso, estou aqui escrevendo pra vocês, meus três ou quatro (in)fiéis leitores. Mas com um diferencial: pela primeira vez, desde que inaugurei este blogue, faço-o na condição de quem pode se candidatar a uma vaga na ABL (ouvem-se risos: os meus).

sábado, 13 de dezembro de 2014

Trinca de Copas: 27) Três vivas musicais a Marcio Policastro

Poli com outro sagitariano,
o saudoso Zé Rodrix (ao fundo)
No dia de hoje, também conhecido como 13 de dezembro do ano da graça de 2014, e na boa companhia de Luiz Gonzaga, aniversaria outro querido sagitariano (como eu – refiro-me ao sagitariano, não ao querido), meu mano Marcio Policastro, o cara (ao lado de outro mano, Gabriel de Almeida Prado) com quem mais fiz música neste 2014 que dá seus últimos suspiros. Como forma de homenageá-lo (refiro-me a Poli, não ao ano, embora em relação a este eu também não tenha do que me queixar), escolhi três parcerias nossas pra publicar aqui. A elas, pois:

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Grafite na Agulha: 33) Noel Rosa

Estivesse vivo, Noel Rosa comemoraria hoje 104 anos. Quer dizer, esse "estivesse vivo" é força de expressão, pois, levando a vida que levou, mesmo que tivesse escapado da tuberculose, teria morrido de cirrose no máximo dez anos depois. Azar o nosso, que deixamos de ganhar possíveis outras centenas de obras-primas, pois Noel, com seus pouco mais de 26 anos, deixou-nos 300 e tantas canções, a maioria de qualidade indiscutível. Meu parceiro Ayrton Mugnaini Jr. escreveu sobre como a descoberta de Noel influenciou em sua obra. O paulistano Ayrton, pra quem não conhece, é jornalista, compositor, escritor, pesquisador de música popular e tradutor; tem cerca de 20 livros publicados; foi integrante dos grupos Língua de Trapo e Magazine; e é um dos produtores do programa Rádio Matraca, que passa todos os sábados na USP FM. É pouco ou quer mais? Manda bala, Ayrton!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Notícias de Sampa: 14) A orelha do "Filho da Preta!" – por Zeca Baleiro

Desde que me entendo por gente, sempre me acompanharam os livros. Retificando: depois que abandonei os gibis, obviamente. Acho que chega a ser quase uma dependência. Se vou à padaria e não levo um livro, parece que falta alguma peça de meu vestuário. É meio como se eu tivesse que estar preparado pra algo fora do roteiro, manjam? Exemplo: vai que o pão acabou e eu preciso esperar 15 minutos. Tendo um livro, nem vou perceber o tempo passar; já sem ele, os 15 minutos virarão uma eternidade. Sacaram? E vejam vocês: já houve ocasiões em que saí com um livro debaixo do braço, bebi até perder o centro, e acordei no dia seguinte preocupado, com medo de tê-lo esquecido... e lá estava ele, na cabeceira da cama.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Notícias de Sampa: 13) Vasco Debritto: fênix ou Sísifo?

Segundo a lei da gravidade, cair é fácil, subir é que são elas. Não à toa, existe até aquele ditado que diz que na descida todo santo ajuda. Há uns que até descem na banguela. Só que, quando o assunto é show business, aí a lógica se inverte. Sucesso e fracasso, ascensão e queda, são dois lados de uma mesma moeda que costuma cair sempre com a cara pra baixo. Assim, quando um artista está em evidência, sua subida é tão fácil, que às vezes parece que fulano é uma espécie de Super-Homem, basta socar o céu com o punho fechado e gritar "para o alto e avante!" pra sair por aí voando. Já quando a derrocada começa, aí a queda vem aos trancos e barrancos. Se bem que, se pensarmos na existência em termos de vida e morte, a descida é natural, tanto pra Frank Sinatra quanto pr'aquele anônimo cantor de barzinho.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Grafite na Agulha: 32) Las tramas y los desenlaces de Jorge Drexler... y los míos

Girei a chave, abri a porta e me deparei com um lençol amarrado feito uma trouxa. Eram roupas. Detalhe: roupas minhas! Ao redor, espalhados pelo chão, demais pertences meus, de várias categorias e espécies. Ela surgiu e, entre gritos e lágrimas, tentou me fazer entender que eu acabava de ser desincumbido de minhas funções de marido. Era uma decisão unilateral que não me deixou oportunidade de réplica. Nem precisei cumprir aviso prévio. Arranjei um carro – não lembro se de algum parente ou amigo –, joguei minhas tralhas dentro, consegui fazer que ela me deixasse ao menos escolher alguns livros e CDs, joguei-os rapidamente numa mochila e disparei rumo a um futuro incerto. Meu pai estava internado, em situação delicada; eu estava com 37 anos, desempregado, e voltava, depois de mais de dez anos, à casa que um dia fora meu lar.