quinta-feira, 28 de abril de 2016

Canções que Amo: 5) Novas canções de protesto, por Fernando Cavallieri (na voz de Karina Ninni); Kleber Albuquerque + Adolar Marin; e Max Gonzaga

Nossa democracia nem bem teve tempo de crescer e aparecer e já se depara novamente – em pleno século XXI! – com artifícios da direita, que nunca soube admitir a soberania do voto e os avanços sociais e busca camuflar um novo golpe travestido de processo legal. Trata-se, obviamente, de artimanha de uma corja que só atende a interesses próprios (e de quem a mantém, por supuesto). Em nossa mais recente ditadura (até hoje, porque, como gostamos de ditaduras, não será de causar espanto se cairmos no abraço madrasto de uma nova nos próximos dias), os compositores engajados nunca se deixaram calar e compuseram uma série de clássicos que, batizados de "canções de protesto", viraram verdadeiros hinos de resistência.

terça-feira, 26 de abril de 2016

Esquerda, Volver: 5) Em defesa do cuspe

Chegou o momento de o cuspe ter seus 15 minutos de fama. É um tal de cospe pra lá, cospe pra cá; e, como tudo o que tá na moda, o cuspe tem suscitado muita polêmica. Já há a turminha do pró-cuspe e a outra do contra cuspe. E eu, que nunca gostei de ficar em cima do muro e sempre procurei não passar ao largo do clamor dos mais fracos e oprimidos cuspidores, venho por esta me posicionar (salivar?) ao lado da galera da cusparada. Sim, porque o cuspe é a arma da impotência, é o digno desprezo da vítima ante um algoz mais poderoso e, não raro, injusto. O cuspe é o três-oitão do lutador pacífico, daquele que sabe que não pode contra o adversário, mas nem por isso se deixa subjugar por este. Não à toa, em espanhol cuspir significa escupir; porque cuspir não deixa de ser uma forma de esculpir.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Notícias de Sampa: 19) A música subversiva da nova MPB Universitária

O charmoso clube paulistano Garagem Vinil acolheu semana passada um show coletivo de artistas contra o golpe, que foi também marco inicial do novíssimo movimento musical MPB Universitária. Mais abaixo, um de seus membros – e seu mentor intelectual –, Edu Franco, explicará a que vem esse movimento (do qual também faço parte juntamente com Adolar Marin, Fernando Cavallieri, Kleber Albuquerque, Marcio PolicastroMarco Vilane, Max Gonzaga, Rica Soares, Ricardo Moreira e nossa musa/madrinha/produtora Solange Rocco... outros estão chegando); antes, contudo, aviso aos navegantes que nesta quinta-feira próxima, 21 de abril, não coincidentemente quando se comemora o Dia de Tiradentes, alguns dos membros do movimento sobem novamente ao palco do Garagem Vinil pra mais uma apresentação, que, ao que tudo indica, estará em cartaz nessa mesma casa em datas a confirmar. Se você estiver por aqui, venha prestigiar. Como disse o amigo Vlado Lima, não é necessário apresentar carteirinha da UNE.

sábado, 16 de abril de 2016

Esquerda, Volver: 4) O rumo dos ex-petistas

Eu, desde criança, sempre fui petista. Tive até um tio que foi candidato a vereador pelo PT. Ele não ganhou, mais tarde se desiludiu com o partido da estrelinha, pegou sua trouxa e se picou pras bandas de outros partidos. Importante frisar: outros partidos mais à esquerda que o PT. Ou seja, chutou o balde. E era justamente esse o ponto nevrálgico no qual eu queria tocar. Hoje, vemos um país dividido entre petralhas e coxinhas, tendo uma razoável parcela da sociedade sentada em cima do muro esperando a banda passar. E eu vim aqui hoje justamente conversar com você, meu amigo ex-petista. Eu também sou um ex-petista. Quem acompanha meu blogue sabe que, durante esses anos em que escrevo minhas inofensivas bobaginhas por aqui, tenho sido crítico ferrenho do governo petista.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Trinca de Copas: 34) Lalo Guanaes, Márcio Guimarães e Marcio Policastro

1) ANACORETA BLUE

Ano passado, o bróder Sander Mecca me apresentou a um músico feraça chamado Márcio Guimarães e me disse que, como este se tratava de um "monstro", acreditava que nós nos iríamos dar bem (cri, naquele momento, que ele me chamava também, de tabela, de "monstro". rsrs – putz, usei um "rsrs" num texto! Phodeu!). Fiquei com o nome do do sujeito na memória, pois, quando algum amigo faz esse tipo de apresentação, costuma dar samba. Já me havia ocorrido o mesmo tempos antes quando outro chegado, o também parceiro Daniel Ramos, numa feliz madrugada, me apresentou ao próprio Sander.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Esquerda, Volver: 3) Crônica da morte anunciada de um jornal

Quando estudava no então colegial, eu era um completo alienado. Mas não estava só; todos os meus amigos também me acompanhavam nessa alienação. Todos, menos um. Havia em minha classe um sujeito meio esquisito e um tanto arredio que foi o primeiro cara que pertenceu a meu círculo de amigos que lia jornal – era assinante da Folha de S.Paulo, ou seu pai, acho. Pra nós, era como se ele falasse russo. Toda a galera discutindo futebol, falando de mulher e balada, e lá vinha ele tratar de algum assunto que lera no jornal. Na época, eu achava que ele não tinha o que falar e por isso, pra ter algo e assim ser mais popular, repetia os temas das manchetes – ipsis litteris. Contudo, minha turma era bacana e o acolheu assim mesmo. Até porque, se alguém de fora nos olhasse de perto, acharia que éramos todos esquisitos.