sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Crônicas Desclassificadas: 63) O Mr. Hyde nosso de cada dia

Viver é o ato de conviver. ... não, não queria começar este texto com uma afirmação tão peremptória. Até porque viver significa uma coisa diferente pra cada um. Reformulemos: em minha opinião (agora ficou melhor), acredito que viver seja o aprendizado do viver em comunidade, ou seja, do conviver, o viver em comum. E todos sabemos que não é um verbo fácil de ser conjugado (assim como o verbo "conjugar"). Há que se ter habilidade pra manter o equilíbrio sobre essa corda bamba que tem de um lado a diplomacia e do outro a hipocrisia, ambas divididas por um fio quase imperceptível.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Notícias de Sampa: 5) Sarau do Fim do Mundo

Queridos todos:

Aproveito este espaço (se não o fizesse, seria burro, não é mesmo?) pra divulgar, ainda que em cima da hora, este show/sarau que ocorrerá nesta fatídica quinta-feira, mais conhecida como dia 20 de dezembro, e também conhecida pelos fatalistas como a "véspera do fim do mundo". Como marketing ruim é marketing não feito, o intrépido Edu Franco, após ser convidado a encabeçar este acontecimento, não só disse (ante o altar) sim, como resolveu ainda convidar nosso mano Élio Camalle pra dividir com ele os votos, digo, o palco.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Ninguém me Conhece: 70) Renato Godá, sem pressa de entender

A primeira vez que ouvi falar a respeito de Renato Godá foi lendo uma crítica na Ilustrada, caderno de cultura da Folha de São Paulo, em que Ronaldo Evangelista, tal qual Pilatos, meio que na dúvida entre absolver e lavar as mãos, batia e assoprava. O cara na foto chamava a atenção, mas a dureza dos tons de cinza, digo, Evangelista, deixava subentendido que o melhor era se afastar. Estavam lá "clichê", "charme algo forçado", "chavequeiro de mão pesada" etc. Virei a página, mudei de assunto (lavei as mãos) e esqueci o moço.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

OS Manos e as Minas: 11) Carlos Gardel, un rayo misterioso

O tema de meu TCC (tese de conclusão de curso) na faculdade, De Noel a Gardel – um Samba e um Tango, foi fruto de um equívoco, aliás, dois. O primeiro foi que, segundo me constava, Noel Rosa e Carlos Gardel, sagitarianos como eu, faziam aniversário no mesmo dia, 11 de dezembro. Algum tempo depois, já com minha tese avançada, e lendo a biografia de Gardel pra me auxiliar, descobri que o nascimento do muchacho é até hoje envolto em mistério e suposições. O segundo equívoco foi que, como eu trataria em minha tese de uma letra de cada um (um samba e um tango), exploraria as qualidades de letrista de ambos. Só que... Gardel não era letrista!

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Crônicas Desclassificadas: 62) Guardiola e o ufanismo no país do futebol

Resolvi deixar de ser besta e tratar aqui de um assunto que REALMENTE interessa ao país! Nada de música ou de poesia... Cinema? Necas! Política, então, nem se fala; agora que passou a eleição, o mensalão perdeu a graça e deixamos em paz o BatBarbosa e sua Liga da Justiça. Além disso, acabou também a Avenida Brasil, e aconteceu o que ninguém imaginava: o Tufão ficou com a Nina! Assim que sou obrigado a tratar do assunto que, passados os modismos, continua movendo a nação: o futebol, obviamente.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Crônicas Desclassificadas: 61) Rebentação

Hoje revisava um livro didático que versava acerca da história recente da poesia brasileira (mais precisamente da Semana de Arte Moderna até os dias correntes), suas influências, seus expoentes, afluências e afluentes, quando me peguei jogado sem paraquedas num céu de brigadeiro, digo, de poetas, esbarrando em Bandeiras, Quintanas, Drummonds, Joões Cabrais e tudo o mais... e olha que voltei pra casa ainda (di)vagando ao sabor dos ventos de suas primeiras páginas...

domingo, 2 de dezembro de 2012

Os Manos e as Minas: 10) O meu amigo... Roberto Carlos!

Eu, em meu aniversário de cinco
anos (sem óculos, pra sair bem na 
foto), com alguns presentes: um 
terninho feito por minha mãe, 
uma Caloi e um disco de RC 
(a boneca era de minha tia, 
deixemos claro!).
Corriam os primeiros anos da década de 1970 quando chegamos a São Paulo, não em pau de arara, mas de ônibus (após quase três dias de desconforto). Meus pais, uma tia adolescente (irmã de minha mãe) e eu, então um pingo de gente. Um tio viera na frente e fomos morar com ele. Adeus, Ceará! Íamos viver na cidade grande, Sumpaulo, mo fi! Pouco tempo depois a família descobriria os prazeres dos "aparelhos ligados na tomada", novidade pra nós: a dupla fogão e geladeira, que nos passaria a ser indispensável (até hoje), o ferro elétrico, e a supérflua, mas encantadora, radiola, que seria durante muitos anos (até que nos sobrasse pra TV em preto e branco) nossa menina dos olhos. 

domingo, 25 de novembro de 2012

Trinca de Copas: 14) Hermannd Coutinho, Lúcia Santos (+ Kana e Lis Rodrigues) e Marcio Policastro

1) BACANTE

Não é segredo pra ninguém a admiração que tenho pela poesia tão pessoal de Lúcia Santos. Foi ela, a poesia, a responsável pela amizade que veio depois. E assim, de modo a me sentir também seu parceiro, que acabei "terceirizando-a", ou seja, apresentei-a a parceiros meus, como Adolar, Camalle, Clarisse e Kléber, que tiveram o privilégio de musicar alguns de seus poemas (tô me repetindo, eu sei...).

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Cançonetas: 3) "A Flor do Meu Amor", por Kléber Albuquerque

Alguns amigos têm me criticado por deixar de lado a música, que é (ou deveria ser) o foco principal deste blogue, pra tratar de assuntos espinhosos (e polêmicos), como a política. A estes eu respondo: ora, meus caros, tudo é política! As relações humanas, sejam elas de foro privado ou público, estão impregnadas de política. Diria mais, viver é um ato político, a não ser que você seja um ermitão (e nesse caso não estará lendo agora as perfumadas abobrinhas expostas nesta feira virtual xispoemística). Portanto, e mais uma vez lembrando grandes bordões políticos, relaxem e gozem, sejam vocês alckmistas, lulistas ou outroístas.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Crônicas Desclassificadas: 60) De mensalão, ideologias, reforma política, voto vinculado etc.

José Dirceu (2º em pé, da esquerda 
para a direita) foi um dos 15 pre-
sos políticos soltos em troca da li-
bertação do embaixador ameri-
cano Charles Burke Elbrick
Foto: Reprodução
A página 2 da Folha de São Paulo de hoje praticamente se dedicou a espinafrar o PT, com tintas de deixar roxa a Veja! Meio que como uma edição do Jornal Nacional de dias antes das eleições, quando este dedicou cerca de vinte minutos de sua programação ao mensalão. O PT errou? Sim, errou. E está pagando o preço. Descobriu-se que o partido dos ex-barbudos não é constituído de santos, mas de gente feita do mesmo barro de onde saíram seus adversários.

domingo, 11 de novembro de 2012

Trinca de Copas: 13) Dose Tripla de Élio Camalle (+ Ana Paula Xavier)

Seguramente o cara com quem mais filosofei, briguei, bebi, discuti, compus, joguei conversa fora, ri (chorei?) e outros tantos verbos atende por Élio Camalle (em segundo lugar, pra evitar ciumeiras, vem outro camarada, Antônio Carlos, com quem fiz tudo isso, menos compor). Assim que, quando no começo deste ano ele se mandou pra uma temporada na França, sua ausência (como na canção de Chico César) se fez mais presente. Claro que ele deixou a meus cuidados seu pupilo Gabriel, mais uma coisa é uma coisa e outra coisa é algo completamente distinto.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Crônicas Desclassificadas: 59) Mexericos dos candinhos

Eu nem era nascido, foi lá por meados dos anos 1960, quando a voz de Roberto Carlos ecoou nas rádios cantando "A Candinha vive a falar de mim em tudo/ Diz que eu sou louco esquisito e cabeludo/ Que eu não ligo para nada, que eu dirijo em disparada/ [...] Ela diz que eu sou maluco e que o hospício é o meu lugar/ Mas a Candinha quer falar [...]". Ao que me consta, Mexerico da Candinha (mesmo nome da canção acima) era uma coluna semanal voltada a fofocas de artistas numa revista chamada Rádio, na qual vez em quando sobrava alguma alfinetada na direção do Rei. E a coisa chegou a tal ponto, que ele teve que extravasar "dedicando-lhe" a supracitada canção.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Crônicas Desclassificadas: 58) Outras danças

O historiador Eric Hobsbawm, morto recentemente, certa vez estando em Paraty disse à Folha, em tom de brincadeira, que por uma questão de sobrevivência decidira ser esperto quando se dera conta de que era muito feio. Não sou tão feio quanto ele (acho), embora infinitamente menos esperto, mas também tive que tomar algumas decisões. Nunca em toda minha vida conquistei uma única garota usando as pernas. Fosse numa danceteria, num show de rock, numa festa, num arrasta-pé ou mesmo num baile de grupo de jovens da paróquia... necas!

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Trinca de Ouro: 6) Dose tripla de Kana (+ Paquito D’Rivera)

Há alguns dias chegou o quarto CD da Kana, Em Obras. Ontem chegou o terceiro, Imigrante, com um atraso de quatro anos! Mas o importante é que chegou, agora oficialmente, e agora nosso, pois o compramos da Koala Records, de Vasco Debritto, que estava sem condições de lançá-lo. Pra comemorar, resolvi postar aqui uma canção de cada disco acima e mais uma, do Imitação, com suas respectivas histórias. A elas, pois:

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Entrevistando: 6) José de Abreu (por Alberto Pereira Jr.)

Sou do tempo em que artistas eram de esquerda. Sempre enxerguei a arte como uma ferramenta social capaz de, senão mudar o mundo, ao menos abalar um tiquim suas estruturas. Claro que arte é muito mais que isso, é algo muito complexo, caminha pelos labirintos do subconsciente. Uma arte, pra ser boa, não precisa necessariamente ser engajada. Contudo, quando o artista se posiciona à direita, é sinal de que algo vai mal. Ver, por exemplo, Caetano Veloso, que foi preso e exilado na época da ditadura, declarar voto em ACM Neto em Salvador é algo que frustra quem nele viu algo de revolucionário quatro décadas atrás. Conheço mesmo alguns artistas que se declaram malufistas (afe!)!

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Ninguém me Conhece: 69) Vamos liberar o pedaço pra Luiz Tatit


São Paulo, apesar de ser a capital financeira do Brasil, sofre de falta de amor-próprio, artisticamente falando. Os artistas daqui têm que sair Brasil afora pedindo perdão por serem paulistanos, afinal, aqui é o túmulo do samba, e Nelson Motta acha que temos... sotaque carregado (sou do Ceará, mas já vivo aqui há tanto tempo, que seria hipocrisia não me considerar paulistano... não o digo com orgulho)! Já falei aqui que, na realidade, quem tem sotaque carregado é estrangeiro falando português, brasileiro tem acento regional que identifica de onde ele é, e só.

sábado, 20 de outubro de 2012

Versão Brasileira: 2) "Libélula" por Kana

No mesmo dia em que acabou a novela Avenida Brasil (19/10) chegou o novo CD da Kana, Em Obras. Achei muito simbólica essa coincidência. Bom sinal. Fiquei duplamente feliz, pois estava um tanto incomodado com esse vício de noveleiro, a hora da novela era praticamente sagrada pra mim. Mas não fui o único, o Brasil inteiro se encantou com a trama, as personagens, os atores... Mas agora é bola pra frente, trabalhar esse CD e fazê-lo rodar o Brasil, se Deus quiser!

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Crônicas Desclassificadas: 57) O forte e o fraco


Há algum tempo escrevi um texto chamado João Pereira Coutinho e Eu, que, por sua vez, gerou outro de meu amigo Élio Camalle, O  Centro, escrito quando de sua estada em Paris. Este já de volta a Sampa, encontramo-nos algumas vezes e em mais de uma delas voltamos ao assunto dos textos. E o tema me pareceu tão assustadoramente rico, que me deu vontade de explorá-lo um pouco mais também por aqui. Claro que, a meu modo, não faltarão os exageros apocalípticos, mas é que a coisa me pareceu meio assustadora mesmo.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Joaquín Sabina en Portugués: 14) Ito Moreno e a versão de "Calle Melancolía"

Alguns amigos se preocuparam com as tintas carregadas de meus mais recentes textos. Escrevo pra tranquilizá-los. Está tudo bem, ninguém morreu, apenas resto eu cá com minhas contradições. Explico: adoro a liberdade que a solidão me proporciona; em contrapartida, às vezes a mesma liberdade me sufoca, pois tenho certo problema de foco. Quando há uma mulher a meu lado, sinto-me forte, traço metas, quero ir adiante. Já quando estou só, perco-me em fantasias, divagações, chamo a depressão pra dançar, e acabo tendo dificuldades de produzir. Sinto-me meio um peixe que quer viver em terra firme...

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Crônicas Desclassificadas: 56) A companhia da depressão

A depressão é muito apegada a mim. Trata-me com zelo, cuidando de que eu não descuide dela, não a esqueça. Contudo, não me sufoca. Deixa-me livre durante dias, que é pra eu sentir sua falta, valorizá-la. E então, quando sabe que eu estou carente dela, aparece, com malas de quem veio pra ficar. E fica e me nina e me põe pra não dormir. Ela me ouve e me entende, possui a delicadeza de não me enxugar as lágrimas. A depressão me dá a maior atenção.

sábado, 6 de outubro de 2012

Crônicas Desclassificadas: 55) O aprendizado da perda

No decorrer da vida, por meio de árduo aprendizado, ficamos craques em perder. Já estreamos perdendo nosso primeiro lar, a barriga da mãe, e logo em seguida o peito dela; perdemos os dentes de leite; perdemos a infância (e, com ela, a pureza); perdemos a virgindade; perdemos aquela(o) garota(a) com quem teríamos dado tudo pra viver uma história de amor; saímos da escola e perdemos praticamente todos os amigos que lá fizemos; perdemos sucessivamente amores, empregos, tempo; perdemos a liberdade quando nos casamos (e tudo no qual investimos quando nos separamos); alguns perdem a fé, outros, a vergonha...

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Crônicas Desclassificadas: 54) O olho da rua

Saio às ruas, não sei se à procura de mim ou pra de mim me esconder. O fato é que saio às ruas. Penetro em pulgueiros, bares, drogarias, lupanares, mercados (negros), tomando todo o cuidado pra não penetrar naqueles templos onde todos gritam ao mesmo tempo palavras desencontradas. Quebro à esquerda, depois à direita, passeio pela transversal pisando em versos, com a boca seca e os dentes afiados. As ruas se multiplicam e eu me divido nelas, querendo abarcar todas. As ruas são o lar de meus pés, que, cegos, pisam devagarim, reconhecendo pelo tato, pela planta.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Crônicas Desclassificadas: 53) O jogo da verdade

O garçom trouxe a colher que Leandro pedira, e este, fazendo suspense, respirou fundo e lançou um longo e penetrante olhar inquisidor aos demais membros da mesa. Sueli não se conteve e, arfando, pediu pressa. Leandro aproximou-se mais dela e, como quem vai condenar alguém por bruxaria, de colher em riste se aproximou mais dela e disse "BUM!". A coitada quase desfaleceu. Ele, em seguida, deu uma sonora gargalhada e começou, professoral:

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Crônicas Classificadas: 26) Gritaria

No primeiro dia ela chegou assustada, assim como um bicho acuado que entra pela primeira vez numa jaula do zoológico, os olhos procurando pr'onde olhar (ou onde se esconder). Possuía uma qualidade rara de timidez, dessas de quem já tomou porrada da vida, mas não perdeu a pureza, pelo menos foi isso o que imaginei ver em seus olhos (e eu confio muito mais no que dizem olhos que bocas). Parecia tudo menos revisora minha nova colega de trabalho.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Crônicas Desclassificadas: 52) Às palavras, com amor


Às vezes acho que não existo, sou apenas palavras. Eu escapo pelas palavras, escoo pelas palavras (ecoo palavras). Vivo impregnado de palavras. Acho que sou mesmo é um poço de palavras ("aquele poço não tem fundo..."). Palavras vãs, palavras vivas, lavras de palavras, lavas de palavras. Palavrões, palavrinhas, enfim, palavras. Limpas ou sujas, puras ou putas, blasfemas ou bentas, sedentas. Palavras que explicam meus pensamentos, meus questionamentos, fixadas em meu cérebro como cimento, palavras que, por me caírem bem, têm o maior cabimento!

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Crônicas Desclassificadas: 51) Neologismos, blogues e outras blogagens

Divulgando o texto sobre Ayrton Mugnaini Jr., grafei a palavra blogue, assim, aportuguesada, como tenho o hábito de fazer já há algum tempo. Meu camarada Carlos Lindberg, abismado com tal impropério, escreveu-me um espirituoso e-mail de resposta, no qual grafava shopingue, marquetingue, rot-dogue, entre outros neomonstrengos, pra me fazer ver meu disparate. Pois bem, achei que era chegada a hora de filosofar um pouco sobre essa deliciosa questão. Como a maioria sabe, trabalho como compositor, mas, como o salário dos direitos autorais não basta pra pagar meus excessos, tenho como hobby (passatempo, lembram?) ser revisor ortográfico nas horas livres. Assim, é do alto de minha "patente" que redigo, digo, redijo as desalinhadas linhas abaixo.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Os Manos e as Minas: 9) Mario Benedetti, ¡gracias por el fuego!

Tenho pena dos pobres mortais que passam a vida sem descobrir o prazer da leitura. Eu, apesar de também mortal, e mais ainda pobre, alcanço um êxtase praticamente sexual que me faz beirar a imortalidade (e a riqueza) com determinados livros. E ainda mais com determinados autores.

Quem já provou dessa droga barata (caríssima) que é a leitura sabe do que estou falando. E, da mesma forma que as drogas em geral, a leitura, de tempos em tempos, instiga-nos a explorar novos sabores. E foi assim que, todo un explorador, deparei-me com Mario Benedetti.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Crônicas Classificadas: 25) Um (longo) desabafo

Recebi via Caiubi o texto abaixo e tenho que admitir que gostei do que li e me enxerguei em várias coisas nele. Principalmente no que se refere a uma palavrinha que muda tudo: parâmetro! Quanto mais conhecimento temos, mais nosso leque se abre e mais temos elementos pra explicar até algo que dizem ser inexplicável, o gosto.

domingo, 9 de setembro de 2012

Crônicas Desclassificadas: 50) De Serras, Russos, Rossis & cia. ltda.

Reparem nos olhares
de mãe e filho ao fundo...
No conturbado momento em que vivemos, a política anda bastante desacreditada (diria mesmo desclassificada). Nesse carnaval de bizarrices, o mensalão é o carro alegórico que vai na frente, tendo como puxador do enredo o deputado  João Paulo (Cunha), cantando (silenciosos) versos bem distintos dos de outros carnavais. E o PT, que em carnav... digo, em eleições anteriores era o próprio estandarte da ética, vai ridiculamente percebendo que, sim, o poder corrompe. Mesmo que seja em nome do famoso jargão "os fins justificam os meios". Mas, ah, como é doce o poder!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Joaquín Sabina en Portugués: 13) Tato Fischer e a versão de "Cristales de Bohemia"


Ofereço este texto (e sua respectiva canção) a todos aqueles que tiveram a coragem de, pra esquecer um amor, fugir ao lugar mais distante possível (mesmo que esse lugar fosse o boteco da esquina; afinal, depois de duas doses, até o boteco da esquina pode se tornar o lugar mais distante do mundo!). ¡Ay, Praga!

Fazia muuuito tempo que eu não vinha por estas plagas tratar de Joaquín SabinaSabina, que, aliás, anda feliz da vida, em turnê internacional com o grande Joan Manuel Serrat. Desta feita com repertório novinho em folha, todo composto a quatro mãos pelos dois muchachos, repertório esse que resultou num belíssimo CD (que, obviamente, não chegou - e, infelizmente, nem chegará - por aqui), o La Orquesta del Titanic.

domingo, 2 de setembro de 2012

Ninguém me Conhece: 68) Ayrton Mugnaini Jr., o homem da vida... dele!

Numa época em que eu era mais mané que hoje, conheci Ayrton, primeiro virtualmente, na RSMB (leiam mais no texto sobre Adolar), rede criada pelo compositor Madan. Finalmente a RSMB passou a promover eventos esporádicos, e Ayrton cantou num deles. E acho que foi numa dessas noites que o conheci pessoalmente. Figuraça! Magérrimo, não exatamente um galã de TV, ostentando um penteado feito no mesmo cabeleireiro do Visconde de Sabugosa, era mesmo um tanto tímido. Mas, quando subiu no palco, a mágica se deu. Era impossível não rir de seu autodeboche. Puxando pela memória, acho que cantou O Homem da Minha Vida (tenho quase certeza de que acompanhado por Wilson De Repente, que de repente passou a se chamar Wilson Rocha - ou terá sido o contrário?), que contava da infelicidade de se sentir atraído pela esposa de um amigo, e arrematava: "A paixão e o desejo me consomem/ Você também se sente consumida/ Mulher de amigo meu pra mim é homem/ Por isso você é o homem da minha vida".

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Crônicas Desclassificadas: 49) "Pra que discutir com madame?"

Há alguns anos tive que ir a algumas escolas cumprir x horas de estágio, pra conclusão de meu curso de Letras. Eu, que nunca vira com bons olhos a possibilidade de vir a me tornar um professor, assassinei de vez tal hipótese depois da experiência obtida naquelas poucas (muitas) horas. De um lado havia as escolas públicas, onde a gritaria era geral, parecia que eu estava dentro de uma fábrica, tanta era a poluição sonora. Se fosse escolher ser um professor do ensino público, teria que trabalhar com protetor auricular pra evitar o risco da surdez.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Crônicas Desclassificadas: 48) De piadas e Olimpíadas

Uma imagem vale mais do que
mil palavras.
Saí de um emprego e entrei em outro. Nesse meio tempo, tirei cinco dias de "férias" e dei um pulinho ali em Buenos Aires, uma de minhas cidades do coração. Calhou que foi bem no começo das Olimpíadas. Daí que acabei não acompanhando nada, só pela internet. Semana passada, já de volta e de emprego novo, tampouco tive tempo de acompanhar de perto. Dessa vez, só por jornal. Assim, não chorei, não sofri e não ri por nenhuma conquista/derrota. Mesmo no sábado, em que me preparara pra assistir a Brasil x México, sonso que sou, acreditei ter lido que o jogo seria às 16h; daí que, lá pelas 13h e pouco, lendo o jornal, deparei-me com o equívoco e quando liguei a TV foi justamente na hora em que uma cabisbaixa seleção recebia a medalha de prata...

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Crônicas Classificadas: 24) Verano del 42

Este julho que acaba de terminar me deu a alegria de ver meu blogue batendo o recorde de visitas num mês: 3.328. Sei, não é nada de extraordinário, outros conseguem isso num só dia. Porém, dada a peculiaridade dos assuntos nele tratados, acho que é algo, sim, a se comemorar. Afinal, não estou tratando de filmes conhecidos, nem de artistas consagrados; muito pelo contrário, os temas que abordo interessam a um número bem restrito de leitores; contudo, estes vêm aumentando paulatinamente, inclusive fora do Brasil, sinal de que o trabalho tem agradado.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Crônicas Desclassificadas: 47) O calcanhar de Ulisses

Oi, gente! Acordei! Bom dia pra todo mundo! É sexta-feira! UHUUUUU!!!

Galera, tive um sonho horrível! Sonhei que morava numa casa no campo, sem telefone, celular, eletricidade, água encanada e, pior, sem internet! Ao meu redor, só o som de pássaros, verde (muito verde! Aaagh!) e cabras pastando. Um inferno! Acordei suado, mas feliz da vida, ao ouvir o som do despertador do meu celular (oi oi oi!).

Escovando os dentes depois de uma boa chuveirada.

Café da manhã sem leite (acabou!)... M... Ainda bem que sobrou um resto de coca-cola na geladeira... Pão com manteiga na coca. Rsrsrs!

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Crônicas Desclassificadas: 46) O Brasil de "Avenida Brasil"

Suponhamos que Freud tivesse nascido em nosso país e fosse nos dias de hoje um, digamos, quarentão. O que será que teria a dizer sobre o capítulo de ontem de Avenida Brasil? Provavelmente encontraria material pra escrever um livro! Deixando a frescura de lado e dizendo como a galerinha atual, "fala sério"! Esse povão de meu Deus que acorda às 4 e lá vai pedrada da matina deve ter se sentido vingado mais que os corintianos com a vitória na Libertadores! Afinal, corintianos são uns poucos, mas aqueles a quem, dizem, Deus ajuda porque madrugam, são muitos! Mas voltemos um tiquinho no tempo...

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Crônicas Desclassificadas: 45) A música brasileira no Japão

Há poucos meses Kana fez um show de encerramento dos 20 anos do Curso de Letras-Japonês da Unesp, na cidade de Assis-SP, o que rendeu a ela, entre outros frutos, uma matéria num periódico japonês de Curitiba(!), o Jornal Memai (leia a matéria aqui), e a mim, subsequentemente, um convite (feito pela editora Marília Kubota) pra escrever acerca da música brasileira no Japão. Como não sou crítico, apenas um reles curioso, rasurei umas palavras a respeito do tema sob a ótica de minha experiência pessoal naquele país, que ora compartilho com vocês.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Notícias de Sampa: 4) O Fim do Mundo e Outras Eternidades

Casa das Rosas apresenta
o show O Fim do Mundo e Outras Eternidades
dentro do sarau Chama Poética
cuja temática será Tempo & Movimento
organizado por Fernanda de Almeida Prado (que também apresenta e declama)
participação especial da poeta Raiça Bonfim

sábado, 21 de julho
às 19h
GRÁTIS
av. Paulista, 37
Sampa-SP-Brasil-América do Sul-Terra-Sistema Solar

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Versão Brasileira: 1) "Al otro lado del río" por Élio Camalle

Como tratei há pouco de Jorge Drexler, resolvi inaugurar esta coluna justamente com ele. Na verdade Drexler, antes de Sabina, foi alvo de meu desejo de gravar um disco de versões. Na época falei com Vasco Debritto, produtor responsável pelo disco Imigrante, de Kana, que se interessou por bancá-lo, desde que contasse com a participação do próprio Drexler. O cantor do disco seria Élio Camalle.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Crônicas Desclassificadas: 44) A biblioteca de Zé Rodrix

Li que hoje é o Dia do Rock. Pensei, "ferrou"! Quando algo (ou alguém) precisa de um dia pra ele é sinal de que foi relegado à categoria de minoria. Hoje é dia do rock, mas houve um tempo em que todo dia era dia de rock. Que nem antes era de índio, como na canção. E, falando em canção, passeando pelo facebook me deparei com mensagem de Júlia Rodrix, na qual dizia de sua saudade do marido e postava um vídeo de uma canção cujo nome é, a propósito, Hoje Ainda É Dia de Rock*. Estou me referindo, claro, a Zé Rodrix, que, entre outras coisas, ficou conhecido como um dos mentores do rock rural.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Versão Brasileira - Prefácio

Os leitores/ouvintes que costumam frequentar este espaço sabem que toco um projeto de versões em português pra canções do cantautor espanhol Joaquín Sabina. Por conta disso, pedi a alguns amigos/parceiros que interpretassem essas versões, e posto-as aqui, vez em quando, na coluna Joaquín Sabina en Portugués. Meu objetivo era (é?) juntar as melhores delas num disco. Ano passado, de férias, cheguei mesmo a viajar pra Espanha, onde conversei com Pancho Varona, músico de Sabina, entreguei-lhe as gravações feitas até então, e ele as fez chegar a Sabina.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Ninguém me Conhece: 67) Creo que he visto una luz: Jorge Drexler

Canções são capazes de mudar vidas? Em minha opinião, sim. Aliás, eu não diria apenas canções, mas a arte como um todo. Pra quem tem a mente e o coração abertos, a arte vive mudando sua vida. Minha experiência de vida me deu vários exemplos consecutivos: ler O crime do padre Amaro, de Eça de Queiroz, mudou, de certa forma, os rumos de minha vida; tempos depois, ouvir pela primeira vez Construção, de Chico Buarque, com quase 20 anos de atraso, também; e, mais alguns anos depois, assistir a Diários de Motocicleta, de Walter Salles, deu uma guinada violenta em meus interesses como compositor, o que interferiria de forma direta em minha vida.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Texto de aniversário de dois anos d'O X do Poema

Hoje este espacinho que eu criei pra minha diversão e pra divulgar artistas que admiro completa dois anos de existência. Portanto, resolvi fazer um balanço acerca de sua utilidade, suas conquistas e derrapadas. Entre bolas fora, gols de placa ou de canela, acho que tem valido o tempo gasto e as noites de sono perdido buscando a palavra apropriada no tempo certo e as canções que merecem destaque.

sábado, 7 de julho de 2012

Crônicas Classificadas: 23) Vai, Boca!

Este não é um espaço que criei pra tratar (apenas) de futebol, mas de música. Contudo, quando outros assuntos vêm à baila, não tenho como fugir deles. E, como meu texto anterior, Em defesa do direito de ser anticorintiano, causou certo desconforto, vi-me na obrigação (e, por que não dizer?, no direito) de tecer algumas palavrinhas acerca do comportamento em sociedade hoje em dia.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Crônicas Desclassificadas: 43) Em defesa do direito de ser anticorintiano

Acabo de ler no feicibuque um amigo palmeirense, em caixa alta, parabenizar o Corinthians pela conquista da Libertadores da América. Fiquei pasmo! É o tempo do politicamente correto varrendo as paixões exacerbadas. Entendo que ele, como cidadão, e sabendo de fora seu time, escolha, entre um time argentino e um brasileiro, torcer por este em detrimento daquele, mas... Não, não, não, NÃO! Não consigo conceber um mundo assim tão cor de rosa...

sábado, 30 de junho de 2012

Ninguém me Conhece: 66) O outro planeta de Gabriel de Almeida Prado

Gabriel em começo de carreira (em
foto promocional), quando era
guitarrista da infântica banda de
diaper-rock Bebês de Rosemary
Há algum tempo precisei de um release de Gabriel de Almeida Prado e entrei em contato com ele pra que mo enviasse. Ele, espirituosamente, respondeu-me que não tinha um, porque um amigo que escrevia sobre música num blog (O X do Poema) ainda não tivera a feliz ideia de escrever a seu respeito na "famosa" coluna Ninguém me Conhece, daí que ia ficar me devendo. Achei muito original a forma como ele me cobrou tal texto. Na verdade, Gabriel é um tipo guloso, pois não se contentou com o quanto já escrevi a seu respeito aqui.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Crônicas Classificadas: 22) Qual a importância dos CDs na atualidade?

Recebi hoje, via facebook, o depoimento emocionado de um amigo compositor, o grande Edu Franco. Embora não tenha concordado com tudo o que ele escreveu, achei pertinente postar aqui seu depoimento, no intuito de, pelo menos, gerar um debate. Afinal, todos nós que estamos envolvidos com o universo da música nos preocupamos com o futuro da canção e, consequentemente, do CD.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Ninguém me Conhece: Aniversariantes do mês

Escrever é fácil... Pra quem sabe. Aliás, não, pra quem não sabe também não é lá assim tão difícil, desde que o teclarela tenha uma boa ideia e um mínimo de argumento. Agora, difícil é lidar com mecanismos que estão ao redor da escrita. Por exemplo: há quase dois anos trouxe meus trapos filosóficos, minha escova de mentes, meu pente de pentear ideias e mais outras tralhas pseudointelectuais pra este espaço que ora ocupo aqui, mas... MAS! Até hoje não sei bem como usá-lo. Na época de minha querida máquina de escrever, eu sabia mais que ela; mas agora, aqui, num espaço virtual onde as palavras são impressas em papel que não existe... Tsc tsc tsc...

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Trinca de Copas: 12) Guilherme Costa, Lalo Guanaes e Marcio Policastro

1) ESTUDANTE DO MUNDO

Já contei aqui que quando me classifiquei num festival pela primeira vez cheguei à cidade ansioso por conhecer os outros participantes, no intuito de fazer novas parcerias. Também contei que quebrei a cara, pois a maioria agia mais como adversária que como colega. Por essas e outras sou um tanto crítico desse formato que a maioria dos festivais usa. E há uns critérios que são realmente absurdos!

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Ninguém me Conhece: 65) A estrela de Rita Alterio


O Brasil, na condição de país jovem, ainda amargará muitas décadas, talvez séculos, antes de vir a ser uma nação plenamente justa. Mesmo entre os vizinhos sul-americanos foi o último a abolir a escravidão. E só há poucos anos a situação da mulher começou a dar sinais de melhora. Claro que no mercado de trabalho já há muitas delas em funções de comando, inclusive ter na presidência da república uma mulher é sinal de grande avanço, mas, assim como ainda persistem os preconceitos racial e social, a mulher, principalmente nas camadas mais baixas da sociedade, ainda é vítima da brutalidade masculina, e, enquanto a desinformação e a miséria continuarem, sempre haverá em algum canto do país uma boca sem voz (que é a pior das fomes).

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Trinca de Copas: 11) Terceirizando Gabriel de Almeida Prado (c/Adolar Marin, Élio Camalle e Sonekka)

Há um ditado que diz que toda forma de amor vale a pena. Isso também pode ser aplicado à música: toda forma de compor vale a pena (se a alma não é pequena... e o parceiro não é mesquinho). Como tenho composto bastante com Gabriel de Almeida Prado nos últimos tempos, resolvi dedicar essa Trinca a nossa parceria e suas várias facetas. ¡Adelante!

terça-feira, 12 de junho de 2012

Crônicas Classificadas: 21) O nosso argentino

Dizem que todo brasileiro é um técnico de futebol; taí uma grande verdade! Eu também não fico atrás, e aproveito o tema pra deixar uma pergunta no ar: como é que o senhor Mano Menezes, sabendo que Messi é atualmente o n°1 do mundo, permite que o muchacho fique livre pra dançar um tango com a zaga brasileira e sapecar por três vezes a rede da Seleção Canarinho??? E ainda sai satisfeito? Esse mano tá mais pra hermano... 

terça-feira, 5 de junho de 2012

Notícias de Sampa: 3) "Uns doidos de pedra soprando as estrelas pra manter acesa a chama"*

Segundo o Houaiss, doido é "aquele que age insanamente, apresentando sinais de loucura; louco, maluco; que age como doido, de maneira insensata, desajuizadamente". Mas, no mesmo Houaiss, podemos encontrar outros significados, no uso informal da palavra, "cheio de contentamento; muito feliz; encantado; que manifesta paixão, entusiasmo exagerado por; que não é comum, que é extravagante; exagerado". Com o que podemos afirmar que Cazuza era, pois, um doido, e, esteja onde estiver, deve seguir sendo, em companhia de outros incontáveis (e encantados) malucos-beleza...

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Entrevistando: 5) Lúcia Santos (por Patrícia Cunha)

Falar de Lúcia Santos é muito bom. Falar COM Lúcia Santos é melhor ainda. Falar dela (bem) é bom porque Lúcia dá assunto. É uma artista de personalidade e não se furta a dizer o que pensa quando solicitada. Isso quando não diz por meio de seus poemas. E seus poemas dizem muito. Eu, como letrista, tenho um grande defeito quando leio poesia: fico procurando nesta sonoridades melódicas. São as tais sonoridades que me ajudam a ter fluência na leitura, visto que venho de escola musical e não poética. E os poemas de Lúcia são supermusicais, mesmo os não musicados.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Crônicas Desclassificadas: 42) Parabéns pra mim - 2ª e última arte

2ª e última parte:

(leia a 1ª parte aqui)

Eles moravam de aluguel num terreno onde havia mais duas casas. O portão era de ferro e estava aberto, então fui logo entrando. A casa deles era a segunda. Bati na porta e a Suzana abriu.

"Pois não? O que a senhora deseja?" (mais uma que me chamava de senhora)

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Crônicas Classificadas: 20) O centro

A dor, a boa dor, só é boa se doer. Se fizer só cócegas não é dor. A fome, a boa fome, só é boa se causar tonturas, desmaios. Se for só uma pontadinha na barriga não é fome (tome cuidado, pode ser gravidez! Ou, nos homens, solitária...). O amor, o bom amor, é mais ou menos a colisão desses dois trens, o da dor e o da fome. Daí nasce o amor não por uma pessoa, mas pela humanidade! Às vezes daí também nasce o ódio por ela. Aliás, todos sabemos que o ódio é o negativo do amor.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Crônicas Desclassificadas: 41) João Pereira Coutinho e eu

Tenho uma relação de amor e ódio com a Folha de S.Paulo. Quando cursava o então 2° grau, em minha classe apenas um rapaz tinha o hábito de ler jornais todos os dias (que eu soubesse). E ele lia a Folha. Só que, como não tinha opinião formada sobre nada, quando tinha que opinar sobre qualquer assunto, limitava-se a repetir o que lera. Tempos depois, quando meu salário passou a me permitir certos luxos, resolvi assinar a dita Folha. Mas não por causa de meu colega de classe, muito pelo contrário, acho que se deu por conta de uma promoção, sei lá, pelo acaso...