segunda-feira, 27 de julho de 2015

Grafite na Agulha: 35) Na trilha de Bob Dylan

Sam Peckinpah foi um diretor estadunidense que nos presenteou com um punhado de clássicos do cinema (Sob o Domínio do Medo, Os Implacáveis, Meu Ódio Será Sua Herança, Tragam-me a Cabeça de Alfredo Garcia etc.). Por isso, quando, há alguns anos, fui ver Pat Garrett & Billy the Kid, minhas expectativas não eram das menores. Após o "the end", até que não achei o filme ruim, só que percebi que ele estava bem abaixo tanto da média dos faroestes (incluam-se os italianos spaghetti western) quanto da média do próprio Peckinpah. Fiquei encafifado e pensei: "Será que o problema foi minha grande expectativa?" Só que depois pesquisei a respeito e descobri que não estava só em minha decepção. Li que as exigências dos produtores acabaram prejudicando o resultado final, o que refletiu num público abaixo do esperado.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

A Palavra É: 9) Plural

Não sou capaz de jurar, mas acho que essa grande bobagem começou na época em que José Sarney herdou a presidência do Brasil e começou com aquele papo de "brasileiros e brasileiras": De lá pra cá, a coisa só piorou... Já houve entre nós um tempo em que se desejava "paz na terra aos homens de boa vontade"; um compositor popular cantava "esses moços, pobres moços"; cheguei a assistir a um clássico do faroeste que se chamava Da Terra Nascem os Homens; na literatura, fez muito sucesso por estas plagas o romance Capitães de areia; uma peça muito famosa foi intitulada Os pequenos burgueses; havia mesmo um provérbio (se não me engano, árabe) que dizia que "os cães ladram e a caravana passa"; um poeta escreveu "eles passarão, eu passarinho"; etc. etc.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

O X do Poema – 5 anos!

E não é que O X do Poema chega ao quinto ano de existência? Parece que foi ontem que comecei, atabalhoadamente, a cometer os primeiros disparates por escrito. De lá pra cá, apesar de longe ainda da excelência, sou obrigado a reconhecer que aprendi bastante acerca do ofício da escrita. A teimosia, a persistência, a força de vontade pra superar por vezes textos que ficaram à míngua e, naturalmente – e principalmente –, o tesão de escrever por escrever, todas essas coisas juntadas à liberdade de expressão que meu país logrou me possibilitar propiciaram a meu espacinho chegar a seu quinto aniversário.

sábado, 4 de julho de 2015

A Palavra É: 8) Dezesseis

O sumido Belchior costumava cantar "Presentemente eu posso me considerar um sujeito de sorte/ Porque apesar de muito moço me sinto são e salvo e forte/ E tenho comigo pensado: Deus é brasileiro e anda do meu lado/ E assim já não posso sofrer no ano passado". Eu, apesar de não ser mais tão moço assim, poderia ter escrito esses versos, pois me considero um sujeito de sorte. Mais, considero-me mesmo um vencedor. Vindo de onde vim, passando pelos becos e presepadas por que já passei, tô no lucro. Sem falar que, salvo alguma marmelada extracampo, ainda vejo longe o fim do tempo regulamentar das batidas del mio cuore. E, assim como disse Belchior, "já não posso sofrer no ano passado".

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Crônicas Classificadas: 39) A little help, my friends

Já falei mais de uma vez isso por aqui, mas não custa repetir: considero meu camarada Edu Franco uma das inteligências mais apuradas dentre meu rol de amizades. Além de músico e compositor, versa com naturalidade e desenvoltura sobre os mais diversos assuntos. Aliás, na escrita, sua pena é toda estilosa, tanto que, até quando verborrágica (o que costuma suceder amiúde), prende-nos a atenção, e a leitura resulta prazerosa. Só lamento que Edu tenha mais talento pra teorizar que pra executar. Contudo, seus pensamentos filosóficos sempre desaguam em boas prosas. E importantes, sobretudo no meio musical – que é aquele pelo qual transitamos –, visto que estamos um tanto carentes de ideias/cabeças lúcidas que saibam, senão enxergar uma luz no fim desse interminável túnel, ao menos iluminar a escuridão.