sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Entrevistando: 6) José de Abreu (por Alberto Pereira Jr.)

Sou do tempo em que artistas eram de esquerda. Sempre enxerguei a arte como uma ferramenta social capaz de, senão mudar o mundo, ao menos abalar um tiquim suas estruturas. Claro que arte é muito mais que isso, é algo muito complexo, caminha pelos labirintos do subconsciente. Uma arte, pra ser boa, não precisa necessariamente ser engajada. Contudo, quando o artista se posiciona à direita, é sinal de que algo vai mal. Ver, por exemplo, Caetano Veloso, que foi preso e exilado na época da ditadura, declarar voto em ACM Neto em Salvador é algo que frustra quem nele viu algo de revolucionário quatro décadas atrás. Conheço mesmo alguns artistas que se declaram malufistas (afe!)!

Mas falar de Maluf hoje, pra quem, como eu, se considera de esquerda, é algo muito deprimente. Só o fato de Maluf apoiar a candidatura de Haddad em São Paulo é reflexo do que virou a ideologia hoje: um grande balcão de negócios, um jogo de interesses no qual ideologia faz parte do passado. O PT, que surgiu nos idos 1980 como a salvação da ética e da ideologia, provou do veneno do poder e aprendeu, como os outros, que os fins justificam os meios. Será?

E os erros do PT abriram espaço pra que as raposas direitistas (em nome daquele velho papo de família e bons costumes, e usando a Igreja como bandeira) viessem com as quatro patas querer destruir de vez a esquerda no Brasil. O uso político do mensalão atualmente é o exemplo perfeito. Ninguém acha aí que há algo pensado nessa coincidência de a novela do mensalão passar na mesma época da eleição? Capa recente da Veja, um dos maiores veículos da direita neste país, mostrando a foto de um garoto negro e com a manchete "O menino Pobre que Mudou o Brasil" é de uma cara de pau sem tamanho, principalmente vindo de quem veio. Sobretudo porque se sabe que essa prática do mensalão não foi inventada pelo PT, o próprio PSDB, que hoje posa de santo, já o praticou (e não foi julgado). 

Enfim, anos de peessedebismo em São Paulo só me fazem crer cada vez mais que tal partido não tem o menor interesse em melhorar as condições de vida das classes mais pobres da sociedade. É um governo burguês que governa pra burgueses (sem falar nas críticas ao aborto e ao "kit gay" e o flerte com as religiões e seus malafaias). Os anos de FHC (a grande esperança dos intelectuais brasucas) na presidência do país são prova disso. Alckmin, então, nem se fala! E Aécio, "por ser de lá" (Minas), não encontra em seu partido o apoio que espera pra ser a bola da vez. Já vai longe o café com leite. Ou seja, o PSDB hoje é um partido sem comando, que se autodestrói por sua própria vaidade e pelo "fogo amigo". Tanto que nem o uso político do mensalão foi suficiente pra favorecê-lo nessas eleições.

Cony já escreveu dia desses na Folha (e eu já tinha publicado em texto anterior) que "na caça aos votos, tudo parece permitido. Há legislação específica que regula a consulta popular, mas o processo usado custa um dinheiro que nem os partidos nem os candidatos possuem, por mais ricos e pródigos que sejam. No Brasil, temos a prova de que 99% da corrupção se deve aos gastos das campanhas, cujas sobras terminam no bolso dos interessados, que, às vezes, nem chegam a ser candidatos. [...] E o mensalão, que está sendo julgado no STF, é prova de que os gênios da humanidade precisam criar outro processo para que o poder emane realmente do povo". Concordo. Do crime pelo qual o PT hoje é julgado nenhum partido está livre. Não quero com isso dizer que os julgados são inocentes, apenas quero acrescentar que, se é pra julgar, julguemos "geral".

Alguns amigos haviam me cobrado que usasse meu blogue menos pra falar de meu umbigo e mais pra me posicionar politicamente nessas eleições. Pois bem, não sou de passar a mão na cabeça de ninguém. Sou da opinião de que o que é errado é errado e acabou-se. Mas sei também que os mais culpados são os primeiros a apontar o dedo na direção do outro. E, em política, a culpa sopra a favor do vento (ou da Rede Globo). E eu, como "arteiro" e como esquerdista (e sabedor de que, se a esquerda no Brasil hoje praticamente inexiste, a direita anda turbinada, se reinventando), não posso me furtar a declarar que nesse domingo votarei pela derrocada do PSDB em São Paulo, pelo bem das classes mais pobres.

E aproveito pra postar entrevista que José de Abreu, o Nilo de Avenida Brasil (sem dúvida um dos melhores atores brasileiros), concedeu à Folha dias atrás. É um pouco longa, mas vale a pena, além de ser bastante esclarecedora acerca dos assuntos de que tratei acima e outros:





"O PSDB está acabando, o DEM acabou", diz ator José de Abreu
Por Alberto Pereira Jr., para a Folha de S.Paulo

José de Abreu, 66, acompanha com a mesma intensidade o desfecho de Avenida Brasil e a conclusão do julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal).

Leonardo Wen/Folhapress
No caso do folhetim da Globo, que termina na sexta-feira, a morte de seu personagem, Nilo, que começaria a ser exibida no capítulo de terça (16), não o elimina da lista de suspeitos do assassinato de Max (Marcello Novaes), seu próprio filho.

Em conversa com a Folha, o ator fala da novela e de política. Confira a íntegra da entrevista abaixo:


Avenida Brasil

"O fim de de um trabalho dá uma certa dor, porque você sabe que não consegue manter a amizade e o contato com essa família que se forma. Foi um privilégio trabalhar com a Vera Holtz. Que mulher! Que atriz!. A Adriana Esteves também, o Juca de Oliveira, a Débora Falabella, que está indo gravar doentinha, que vontade de pegar no colo."

"Ator é um ser privilegiado. Em cada personagem, a gente encarna de novo. Como se fosse uma nova vida. E a impressão que a gente tem é que isso nos faz ficar melhor, entender o outro melhor. O Nilo, por exemplo, me faz entender um mundo que eu nunca vivi, que eu nunca tive. Costumo brincar que o bom de fazer vilão é que não precisarei fazer maldade na vida real [risos]."

"Costumo brincar que estou na Globo há 32 anos e os diretores sempre pediam menos, , menos. Nesse personagem eles disseram para eu fazer mais, que eles iam atrás. Fizemos algo incrível nessa novela, um lixão bonito e lúdico. A casa do Tufão (Murilo Benício) como uma Torre de Babel, onde todos falavam ao mesmo tempo. O João Emanuel Carneiro foi buscar inspiração em Charles Dickens (1812-1870). Viajei a Londres, durante um intervalo na novela, com minha mulher e meu filho, para pedir a bênção ao escritor na casa que foi dele. Fiz um um Nilo meio inspirado naquele judeu Fagin, do livro Oliver Twist. Uma obra de arte quando dá certo, o Boni (ex-diretor da Globo) falava de química, quando a soma dos componentes funciona e dá a química é impressionante. Acho que deu certo."

"A risada. O hihihi do Nilo fui eu quem trouxe. Tinha a necessidade de mostrar o trabalho das maquiadores da Globo, que conseguiram deixar meu dente apodrecido para o personagem. Depois, o autor começou a colocar a risada no texto."

"Estou bastante feliz com o Nilo, é sem dúvida um dos meus melhores personagens e sabia que iria ouvir as piadinhas da direita. Até coloquei no meu perfil do Twitter 'piadinhas sobre o Nilo e o Zé de Abreu é muito fácil de fazer'. Recentemente, um cara escreveu: 'revelada a verdadeira personalidade de Zé de Abreu: um lixão'. Eles me atacam demais. Eu me envolvo. Não é sempre que você está a fim de ser xingado."

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Salve Jorge (nova novela das nove da Globo)

"Certamente, se não estivesse em Avenida Brasil, eu participaria de Salve Jorge, da Gloria Perez, com quem trabalhei em Amazônia, de Galvez Chico Mendes (2007) e Caminho das Índias (2009). Essa novela será o contrário da atual. Deve vir muita dança, cor e alegria. Mas também o lado negro do tráfico de mulheres. Acho que tem que ser isso mesmo. A Globo investe nessas mudanças. Você vê a diferença de na novela das sete atual (Guerra dos Sexos), com a anterior. Não sou muito consumidor de novela, mas por acaso eu assisti [a] Cheias de Charme bastante, porque gostei muito."

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O Mensalão e o PT

"Eu nunca conversei com o  (José Dirceu) a respeito das denúncias. Acho que o PT fez o que sempre se fez. É errado? Sim! Mas fez o que sempre se fez."

"Por que o PPS apoia o Serra em São Paulo e o Paes/Lula/Dilma no Rio? Qual o sentido disso? Roberto Freire (presidente do PPS) passa 24 horas por dia no Twitter metendo o pau no Lula, chamando de ladrão e de corrupto, e fecha com o Paes aqui, com um vice-candidato a prefeito do PT? É venda de espaço, venda de horário, venda da sigla. Vou ser processado. Já estou sendo processado pelo Gilmar Mendes (ministro do STF, por chamá-lo de corrupto no Twitter). Agora, talvez seja processado pelo Freire."  procurado pela reportagem, Roberto Freire declarou: "Esse ator tem uma ética política que orbitava ao redor do PCB (Partido Comunista Brasileiro). Agora, ele não tem mais nada disso. Não merece meu respeito nem a minha resposta."

"Às vezes no Twitter eu passo um pouco do ponto, como no caso do Gilmar Mendes. O pessoal do PT está me enchendo o saco porque pedi retratação. Pedi retratação para deixar de ser réu primário. Preso é impossível. A retratação pública não é um pedido de desculpas. É um termo jurídico. A militância queria fazer passeata. Para que eu vou brigar com o Gilmar? Para provar que eu sou macho? Eu quero é acabar com a fome do mundo. Eu quero ver todo mundo bem, podendo comer, viajar de avião, como minha empregada, que vai viajar todo ano. Isso é um sonho de juventude. Eu fico muito feliz."

"O Supremo quer mudar a maneira de fazer política no Brasil. Ótimo, maravilha! Óbvio que tinha que começar com o PT. Então, agora para ser condenado no Brasil basta ser preto, puta, pobre e petista."

"O grande organizador da base foi o Zé Dirceu. Eu não tenho informação de cocheira para falar. Lendo a imprensa, deu para notar o seguinte. Antes do Lula ser eleito, houve uma reunião dele com o Zé Dirceu dizendo que ele não queria mais concorrer, né? E o  o convenceu com a ideia do José de Alencar (ex-vice-presidente) ser vice, de abrir um pouco mais o PT, de fazer coligação etc. Isso tudo foi o Dirceu quem fez, não o Lula. Mas se for a história do domínio do fato, tem que prender o Fernando Henrique por comprar a eleição dele, porque tem provas. Agora se fala, eu sei que houve, mas não sei quem fez. O deputado Ronnie Von Santiago (que era do PFL-AC) falou que ganhou R$ 200 mil para votar a favor da reeleição do Fernando Henrique. Ah, o FHC não sabia? Mas pelo domínio do fato, não saber é como saber. Então se pode enquadrar qualquer um, até o Lula, [o] que sem dúvida nenhuma é o grande objetivo..."

"O PT está virando o Brasil de cabeça para baixo, está colocando uma mulher na presidência, um negro na presidência do STF, tirando 40 milhões da pobreza, fazendo um cara que sai do Bolsa Família, do ProUni, fazer mestrado em Harvard, ter os primeiros lugares do Enem."

"Como é que um operário sem dedo, semianalfabeto faz isso que nunca fizeram? O nosso querido Fernando Henrique Cardoso, que era a minha literatura de axila na faculdade, que era meu ídolo. Não o Lula. O Lula era da minha geração, o FHC, de uma anterior. Fernando HenriqueFlorestan Fernandes eram os caras que queriam mudar o Brasil. Aí o Fernando Henrique tem a oportunidade e não faz? Vai para a direita? É uma coisa louca. O que aconteceu? O PT e o PSDB nasceram da mesma vértebra. Era para ser um partido só. O que acontece é que chegam ao poder e vendem a alma ao diabo. Fica igual ao que foi feito nos 500 anos. O PT teve o peito de tentar romper, rompeu e está pagando por isso."

"Eu votei no Fernando Henrique na primeira vez (na eleição de 1993). Achava que ele era melhor do que o Lula naquela oportunidade. E foi mesmo. O Lula foi melhor depois."

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José Dirceu e a Ditadura

"Conheci o Dirceu quando entrei na faculdade (no curso de direito da PUC-SP), na década de 1960. Eu entrei na faculdade já no pau, tem uma piadinha que eu faço, que quem não era de esquerda não comia ninguém. Porque ser de direita naquela época era ou ser extremamente mau-caráter ou alienado. Alienado era bobão, não sabia nem que existia a ditadura. Eu fui um dos representantes da faculdade na UNE (União Nacional dos Estudantes). Foi nessa época que eu fiquei mais próximo do Dirceu."

"Não fui torturado durante a ditadura. Fui preso junto com o Zé Dirceu em Ibiúna, no congresso da UNE, em 1968. Eu fiquei preso uns dois meses, levei uns tapas na cabeça, quando ia para o Dops (Departamento de Ordem Política e Social) prestar depoimento."

"A coisa ficou pesada depois do AI-5 (ato institucional que restringiu mais as liberdades civis), eu fui solto dois dias antes, foi a maior sorte. No dia 13 de dezembro, fui na faculdade, no Tuca, e o porteiro disse que a polícia tinha ido atrás de mim, de armas. Nunca peguei em armas, fui embora para o Rio, e fiquei prestando apoio logístico para uma organização de esquerda. A única ação que eu fiquei sabendo depois e eu participei foi transportar o dinheiro tirado de um cofre do governador Adhemar de Barros (1901-1969)."

"O meu contato com a organização era um concunhado que foi preso junto com a Dilma, na rua da Consolação. Só tinha duas atitudes, ou entrar na luta armada ou deixar a organização. Minha companheira estava grávida do meu primeiro filho. Conversamos. Eu nunca pensei que poderíamos derrotar as forças armadas. Éramos 500 mil, 600 mil estudantes, tinha operário e militar, mas a grande maioria era estudante classe média."

"Foi quando eu fui para a Europa, em 1972, para Londres, Amsterdã. Virei místico, fui estudar hinduísmo, filosofia oriental. Fiz ioga, meditação, macrobiótica, fui vegetariano, meditava quatro vezes por dia, vivia numa ilha grega, comendo frugal. Lá tomei ácidos. Muitos com orientação, para fazer pesquisa. Tinha um livro que ensinava. Tinha uma pessoa que brincava com o incenso. O contato foi maravilhoso. Era algo cósmico. No Brasil, enquanto a gente estava gritando paz no Vietnã, nos EUA eles gritavam make love [faça amor]. Era a mesma coisa, mas um tinha um lado hippie, lisérgico. A minha geração, alguns amigos ficaram na esquerda, outros fizeram a revolução já hippie. Eu tive o privilégio de fazer parte dos dois lados."

"Quando voltei ao Brasil anos depois, fui dar aulas em Pelotas, me desliguei dessa parte política e me foquei na arte. Me meti na profissão, fui ter filho e cuidar deles, como o John Lennon fez. Limpando a bunda, acordando de madrugada para dar de mamar. Sendo um pai e mãe. Dividindo igualmente tudo e foi lindo.Depois fui para Porto Alegre, comecei a produzir música, levei Gilberto GilRita LeeNovos Baianos. Montei uma peça do Chico BuarqueSaltimbancos. Acabei fazendo um filme muito louco, A Intrusa, ganhei um prêmio em Gramado e a Globo estava lá e me chamou."

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Internet

"Na segunda eleição do Lula, eu tinha um blog e fui muito atacado. Eu estava no Acre, fazendo a minissérie Amazônia. Aquela eleição já foi muito radicalizada. Eu sou viciado em internet há muito tempo. Fui um dos primeiros atores a ter uma senha do Ministérios das Comunicações. Em 1994, 1995, já usava internet num provedor que o Betinho (Hebert de Souza) tinha por causa do Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas). Eu, o Paulo Betti, o Pedro Paulo Rangel, fomos os primeiros atores a usar internet. Eu fiz muito ator comprar computador e ter internet. O mais comum era ouvir 'não gosto de internet'. Mas no futuro ia ser algo como não gostar de telefone, de liquidificador. O José Mayer me apelidou de Zé Windows."

"Sou geminiano, gosto de comunicação e caí no Twitter com a história da campanha da Dilma, que foi a primeira campanha em que as redes sociais foram muito usadas."

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Dilma Rousseff

"Não tive contato com a Dilma durante a ditadura. A gente era da mesma organização (VAR-Palmares). Só se for fazer muita ilação. Não vou dar uma de Joaquim Barbosa..."

"Lula é Dilma e Dilma é Lula. Isso é um mantra, a cumplicidade dos dois é total. Quando o Lula começou com essa história de ter Dilma como candidato, todo mundo [se] assustou. O pessoal do PT mesmo, o Lula pirou, como faz? Nunca tinha acontecido isso, uma pessoa que não tinha ganhado nenhuma eleição ser candidata a presidente."

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Ministério da Cultura e as Políticas de Cotas

"Eu não sei o que foi aquilo (Ana de Hollanda). Um dia a gente ainda vai saber o que aconteceu. Depois ferrou, a Dilma é teimosa, não ia tirá-la na pressão. Ela esperou acabar tudo para trocar o ministério. A Ana é esquisita, uma pessoa difícil. Eu fui falar com ela uma vez, foi muito difícil. Quando entrou, batia de frente com o PT inteiro, com os deputados todos que cuidavam da cultura. Achei uma desfaçatez com o Ministério da Cultura."

"Agora precisa um levantamento para saber o que deve ser feito. Mas a chegada da Marta (Suplicy) foi muito boa."

"Sou a favorzaço de cota em tudo. Nós temos uma dívida. Há quantos anos um negro não podia entrar na faculdade? Podia pela lei, mas não entrava. Não tinha oportunidade igual. Na minha classe, tinha um negro em 50 alunos. Os ricos têm a impressão de que vão roubar deles. Mas o Lula conseguiu mostrar que dá para dividir e eles ganharam mais dinheiro ainda, porque entrou muita gente no mercado para comprar coisas. Por mais que a Dilma dê porrada nas montadoras, elas estão amando a presidente."

"Foi uma surpresa [cota para negros em edital do MinC], eu não li o projeto, mas a rigor eu acho que o Brasil tem um débito muito grande e, se for contar a escravatura, o débito não se paga nunca."

"Não esperava que o Brasil fosse dar esse salto de assumir que é racista, de o governo assumir que existe racismo, de que existem problemas sérios, de que o brasileiro não é cordial com os seus. O brasileiro sabe explorar seus empregados. Hoje em dia, ter empregada doméstica está cada vez mais difícil. É claro! Quem quer lavar a cueca de um marido que não seja seu? É degradante."

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Futuro do PT e Presidência em 2014 e 2018


"Vou chutar aqui. Se o Eduardo Paes (prefeito do Rio) fizer um puta governo, agora com a Olimpíada, com a Copa, vai ganhar uma visibilidade absurda, pode enlouquecer e querer ser presidente pelo PMDB, sem ter sido governador. Obviamente, o Eduardo Campos (governador de Pernambuco, pelo PSB) é uma coisa natural, neto do Miguel Arraes."



"O PSDB está acabando, o DEM acabou, o partido do Kassab (PSD) conseguiu algumas coisas, mas ele tomou o partido e agora está perdendo força. Kassab quis ser o Lula. Se o Haddad fizer um bom governo, se for eleito prefeito e ficar quatro, depois mais quatro, pode ser um candidato em 2018. Daqui a seis anos o Lula ainda tem idade para tentar a presidência, mas, se eu fosse ele, ia ser governador de São Paulo, só para acabar com a brincadeira [do PSDB]. Aí ficava LulaDilma e Haddad. São Paulo ia ser capital do mundo."


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Publicidade

"Os publicitários acham que o público não sabe diferenciar ficção e vida real, mas ele sabe. Talvez tenha acontecido com a Odete Roitman [Beatriz Segall, em Vale Tudo (1989)], agressões e tal, mas é um negócio tão antigo. Nunca apanhei de telespectador. Os caras falam 'oh, cuidado com a Nina, para de fazer maldades com as crianças'. Mas não tem essa de xingarem. Sabem que não sou eu, é o Nilo."

"A Adriana Esteves não fez nenhum comercial. Ela é uma mulher que para o Brasil. Ela pode vender qualquer coisa, mas ninguém chama, porque ela é vilã."

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Entrevista retirada daqui.

2 comentários:

  1. Na verdade o PT é a nossa alternativa viável ao PSDB, e mesmo indo para o centro, fazendo alianças que não gostariamos que fossem feitas, conseguiu realizar uma revolução social no país que a esquerda sempre sonhou.
    Outro fator positivo é que com o PT no governo há uma ampla fiscalização por parte dos setores conservadores e da imprensa, qualquer ato ilegal pode gerar uma imensa repercussão. Quem tem desejo de acabar com a corrupção deve votar no PT, porque com certeza a chance de ir para debaixo do tapete é bem menor do que com os governos tucanos.

    Carlos D'Orazio

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    1. Falou bonito, hem, mano? Até estranhei! Hahaha!

      Assino embaixo.

      Abraço,
      Léo.

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