terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Crônicas Desclassificadas: 170) Era uma vez um Cunha


Era uma vez um cara (de pau) chamado Cunha, que se predispunha a ser um pamonha (perfeita alcunha). Matava governo a unha, mas, ainda assim, apesar de ser sem-vergonha, levava muitos em seu bico (que não era de cegonha). Tinha tanto dinheiro, que não sabia onde punha, e também uma carranca medonha; quando ria parecia que babava na fronha; seu olhar esbugalhado de lunático compunha com o todo figura bisonha, de quem dorme, mas não sonha, e, se sonha, é com a sanha de quem só ganha, chei' dos papos de aranha. Só de vê-lo, pairava no ar uma vontade geral de mandá-lo pra Pindamonha...ngaba (berço de outro peçonha)... Mas, não, a cidade não merece duas ariranhas (não me refiro ao bicho), melhor era que ele fosse logo pra Alemanha. Lá, pelo menos, ficaria mais perto de sua "graninha", também conhecida como sua e minha, dizem testemunhas (que não são de Jeová). Contudo, ele tinha lá seus talentos pra levar a vidinha, saindo da linha e botando lenha em fogueira vizinha, pra que os olhos da plebe não se dirigissem pra debaixo de suas asinhas, aliás, tão sujas quanto raiz de erva daninha. Mas o cara tinha a senha, tinha a manha; era amigo do alheio e pra tudo dizia "venha!". Depois dizia amém, e era sempre a mesma ladainha. Além de ter costa quente, tinha fada madrinha, o anjo da guarda que lhe convinha (e uma feia covinha) e guarda-costas que diziam "aleluia" pra suas artimanhas. Aquele que, enquanto bebia champanha, se dizia contra o aborto, a maconha etc., mas era a favor de suas mumunhas. Traíra, tainha, berrasse ou falasse manso não se desculpava nem se descompunha. Queria ser rei da Catalunha ou dono de Fernando de Noronha. Comia governo com farinha (só não se sabe se a mesma de seu chapinha), era (in)digno das maiores façanhas, desde que em proveito próprio. Nunca foi a pé à Penha, mas se achava meio Maomé e meio montanha. E assim se mantinha. Dizia que não tinha medo de homem que ousasse levantá-lo da cadeirinha onde sentou suas nobres nádegas sempre em campanha pra continuar a rainha, não da Inglaterra, nem de Espanha, mas da república das bananas brasileñas. Todo vilão sabe onde se embrenha e a espada que desembainha. O resto é fichinha (criminal). Era daqueles que chegavam depois e ainda queriam ir na janelinha. Ah, Cunha! Cunhado da barganha, tinha no bolso um time de juízes e bandeirinhas (e disse que na infância fora coroinha). Boca que abocanha, língua de coronha, olhar de caramunha, cara de carapuça, cílios de cirandinha, vocação pra Candinha, em resumo, um almofadinha! Tipo que não vale um Jequitinhonha cheio de piranhas. Pirata, patife, pulha, até o mais entranhado das entranhas. Amigo de riquezas estranhas, exemplar absoluto de ética fanha. Fominha, chegado em repetir a lasanha e a picanha, depois se mandar sem pagar a fatura. Que figurinha! Metido a ser Tio Patinhas e a escapulir de gatinhas, gatuno, desses que chamam pobre de gentalha depois de um jantar regado a... adivinha! Filé-mignon e vinho de Borgonha! Mas nada de ervinha! Pinta de bate-bronha, fuça enfadonha, raposa que curte cuidar de galinha. E diz que a culpa não é dele, é minha. Era uma vez um Cunha, do verbo cunhar, pequeno polegar metido a Homem-Aranha, tampinha, neoanão do orçamento dono de ambição tamanha, cara de quem mente e nem rasura, nem rascunha. Impunha sua fé com ar de quem se empenha em engabelar gentinha, como se fosse lei tudo o que propunha. Aquele que nunca ouviu o Canto de Ossanha, líder de um bando de dar vergonha numa época tristonha da história. Era dessa gente que se assanha pelo poder, abocanha, desses que querem que andorinha faça inverno. Desses que, quando passam, a gente passarinha, não deixam lembrança nem saudade das lambanças comezinhas. Fulano que, por mais capital que tenha, quando morre não vale a resenha.

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PS: Esta é uma prosa fictícia sem má-fé nem malícia. Qualquer semelhança com tinhosos reais será mera coincidência. Paciência...


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6 comentários:

  1. Barbaridade! Disse tudo e mais um pouco. Esse cara é mau e se faz de loco. :)))

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  2. Grande amiguinho bardo.
    Que pesado nosso fardo!
    Tardo.
    Me resguardo,
    Desse esnobe felizardo.

    Hehehê
    Esse aí foi difícil segurar.

    bjbj Leozíssimo

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