quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Filho da preta! – na boca dos leitores (1)

Todo autor, obviamente, deseja que seu livro mereça uma crítica, uma resenha ou pelo menos duas ou três linhas em algum jornal ou revista de renome. Eu não fujo à regra. Aliás, tenho me empenhado pra que tal suceda. Contudo, como – parafraseando o bom e velho Zé Simão –, quem fica parado é poste, enquanto as críticas "profissionais" não vêm, tive a feliz ideia de publicar outras críticas, estas feitas por quem realmente interessa, que são os leitores, pessoas das mais variadas profissões que se deram ao trabalho de gastar (além de seu tempo) umas quantas linhas pra tratar de meu FDP!. Alguns depoimentos foram espontâneos, outros a pedido meu, mas agradeço a todos do fundo do coração e espero que esse punhado de opiniões sensibilize novos e – sempre – bem-vindos leitores. A eles:


Arnaldo Afonso – compositor, poeta e jornalista (segundo me consta); faz muitas coisas, mas nenhuma bem (segundo suas próprias palavras)

Aê, Léo! Acabo de ler o seu Filho da preta!... Belíssimo livro, meu caro... é um delicioso e muito bem acabado objeto literário e poético do qual você pode se orgulhar... Parabéns!

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Augusto Teixeira – cantor, compositor e violonista

Quando comecei a ler Filho da preta!, de repente percebi que já havia passado uma hora e meia e estava quase na metade do livro, de tão fluido e interessante. Seu Isidoro, a personagem principal e também o narrador, vai contando de modo instigante toda a sua vida, seus valores e opiniões que, muitas vezes negando suas próprias origens, têm um alto teor racista, xenofóbico e machista. E, por causa de sua situação, conta tudo sem esconder nada e de uma forma que chegou a me convencer como leitor: seu Isidoro verdadeiramente diz o que sente e o que pensa sem censuras. É um retrato escancarado dos preconceitos arraigados na sociedade paulistana, mas que a hipocrisia disfarça. Quando terminei de ler o livro, depois de ter passado por suas páginas mais tensas, senti estranhamente uma liberdade, como se pudesse identificar aqueles preconceitos em mim mesmo e nas outras pessoas, o que já é um grande passo para começar a expurgá-los. Para mim foi catarse. Filho da preta! é uma obra de arte.

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Carlos D'Orazio – formado em Letras pela extinta Unibero, é funcionário público e letrista bissexto

Narrado em 1ª pessoa por um personagem tipicamente brasileiro: um nordestino mulato (nesse caso, de pele branca), que sai de sua cidade natal em busca de ascensão social no Sudeste. Além dos aspectos financeiros, há uma questão de “pureza” a ser buscada. Vemos essa saga pela visão turva e torta de Isidoro, o narrador-personagem. Léo Nogueira leva essa estória com muita originalidade e acidez; dando um soco no estômago, ele nos “brinda com fatos e estigmas presentes na sociedade brasileira que procuramos esquecer ou apenas fingimos que não existem.

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Fernanda de Campos – designer e empresária da área de comunicação

Boa noite, Léo! Você não me conhece, mas recebi seu livro por meio do Ricardo Moreira. Amei sua obra... ri muito. Parabéns pelo trabalho. Você é muito bom! Abraço.

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Mourão Martinez – licenciado em Geografia, atua como professor e letrista de música popular

Léo, gostei muito do livro. O caráter dúbio e as contradições do Isidoro o tornam fascinante e verossímil. A narrativa em primeira pessoa é potencialmente perigosa, mas acho que você se saiu muito bem. As suas "escrivinhações" muito me seduzem!

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Rô Castelo – coordenadora pedagógica e professora de história

Li o Filho da preta!. Minhas impressões:

Se eu falar que não gostei, vou estar mentindo (rs). Pois é, gostei. Gostei do tema central (a questão racial) e da referência aos nordestinos, tão atuais e necessários nas nossas reflexões. A história é bem-contada e cativa o leitor, instigando o interesse do começo ao fim, o que é de fundamental importância para leitores natos, mas mais ainda para neófitos. Genial ter conseguido nos mostrar Isidoro tão "sórdido", mas ao mesmo tempo puro ao seu modo e aos nossos em alguns momentos. Apreciei o desfile de tantas personalidades com quem em alguns momentos de nossas vidas cruzamos por aí ou não, mas gostaríamos. Parabéns pela obra e que te sobre inspiração para continuar. Sucesso ao Filho da preta!.

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Solange Rocco – produtora executiva da Ba Rocco Produções

Léo, para escrever este depoimento, peguei o seu (meu, nosso) livro nas mãos... sensação boa de passar a mão na capa... folhear um pouquinho para dar inspiração... escrever para um escritor: uma responsabilidade! E ainda falar do livro dele!!!

Gostei! Gostei demais! Amei!

O jeito como você escreve dá vontade de ler mais, sempre mais. Além disso, me intrigavam aquelas páginas pretas: o que estaria por vir... Em determinado momento, achei seu Isidoro um tonto, "se achando". Mais pra frente, a raiva de novo chegou pelo jeito como ele fala das mulheres, um machista bem idiota! E, claro, a forma como fala dos negros e nordestinos... Essas falas tão atuais e você nem as criou no ano passado, né? E, de repente, comecei a ler as páginas cinza e depois as negras... e o que eu senti foi um aperto no peito, misturando pena, asco, compaixão, repulsa. O que um bom livro faz é isto: mexe com as emoções! 

Quero mais! Quero outros! Obrigada!

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Tato Fischer – cantor, compositor, pianista, professor de canto e mágico, entre outras tantas funções

Filho da preta! surpreende e nos toca pela linguagem, o que de cara me fez pensar numa adaptação teatral. Senti uma imensa vontade de vê-lo encenado. Sei dizer do que senti e gostaria de que cada um experimentasse o gosto por si mesmo!

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Vanessa Curci – em momento "megametamorfoseante", pediu pra eu avisar apenas que é fotógrafa

Sobre o Filho da preta!?

Amei. E poderia ser diferente? A estória tem uma pegada despretensiosa e leve. Isidoro é um personagem, à primeira vista, cativante e armado com tal visgo, que seus causos seduzem como poucos. A obra não traz à superfície somente questões sobre racismo, mas também machismo e suas derivações, da forma mais implacável como se apresentam, banalizadas e naturalizadas no imaginário humano. Conheci muitos Isidoros, e o autor os sintetiza em um único, e me desculpe se sou eu que estou sendo pretensiosa ao colocar assim, afinal todo ser humano é, mesmo, um universo de imprevistos, e Isidoro, com certeza, pode ser uma pessoa completamente possível, não uma simples sintetização.

O livro é corajoso, questionador; e com que pertinência o autor livra seu personagem de um raso estereótipo e o humaniza de forma tão sensível. Valeu cada instante ganho com estas páginas. Que a literatura e a poesia sobrevivam a tudo, curando sempre. O mundo? Que se torne cada vez mais colorido... e alvinegro, se é que você me entende.

Abraço, parabéns e sucesso.

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Walter Zanatta – economista, poeta, escritor e compositor

Daria pra escrever páginas e mais páginas sobre qualquer livro interessante como este... Não sei por onde começar... O que há de original é a linguagem popular do começo ao fim, coisa que nunca vi num outro romance... Depois, surgem inúmeras questões, como racismo, ignorância, violência... Tudo sob a ótica de um personagem extremamente real, um brasileiro de baixa instrução... O livro apresenta alguns enigmas e muito humor... Como é difícil fazer humor!!! O autor ousou e conseguiu... Enfim, é uma obra que merece ser relida, refletida, debatida e divulgada... Alto nível, com muita sensibilidade social e psicológica... Estou disposto a conversar mais sobre as ideias ali expostas...

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Zeca Baleiro – cantor, compositor e cronista

*[...] Léo estreia no romance com maturidade de veterano, e, a julgar por tal début, leva-nos a crer que construirá carreira de êxito na difícil empreitada intelectual que é urdir a narrativa longa (e, nos bons casos, sedutora) de um romance, gênero que requer fôlego, coragem e imaginação fértil/generosa, coisas que Léo parece ter de sobra.

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*Fragmento extraído da orelha do livro (leia na íntegra aqui).

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PS: Você tem três opções pra adquirir o livro: 1) entrando em contato comigo; 2) pelo site da Reformatório (aqui); ou 3) na Livraria Cultura (aqui).

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2 comentários:

  1. Hola, Léo:

    Terminé la lectura de "Filho da preta!" y la verdad es que me encantó ('verdadeiramente"). Vaya narrativa! Lo leí prácticamente de un tirón (bueno, casi, un par de días). Quien me lo pasó fue Teodora, nuestra amiga (in)común. Enhorabuena!
    Rosely

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    1. Hola, Rosely! Qué bien que te gustó. Yo podría publicar tu comentario? Es el primero en español que mi "FDP!" gaña.

      Saludos,
      Léo.

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