

Mas hoje, comecinho da madrugada de 20 de janeiro (meu relógio me avisa que é exatamente 0h35), queria abrir espaço pra tratar de outra turma. Lembram que falei de sorte no parágrafo inicial? Pois bem, ontem resolvemos encarar o frio e ir lá ver qual era a de um tal de Marcelo Kimura, que não conhecíamos, mas de quem tínhamos ouvido os mais elogiosos comentários. Britânicos, fomos os primeiros a chegar. Marcelo passava o som com um velho amigo nosso, o baterista Satoshi Ishikawa (aniversariante do dia), que já tocou com Kana em outros carnavais: abro um parêntese pra citar que foi ele quem a acompanhou num show que pra mim foi memorável, no Café Milton, em Shiroishi, no dia em que eu, em parceria com o saquê, compus a homônima Pedra Branca (Shiroishi) — saiba mais aqui.


Além disso, seu alerta de Spectreman o fez convocar, na ausência de um baixista, as participações de dois feras que complementaram o entrosamento da dupla titular; são eles: o brasileiro Dario Sakumoto, que tirou a maior onda no cavaco e na percussão (shizen no nagare, né, Dario?); e o japonês Kazuhiko Obata, grande violonista que ajudou o time que já estava ganhando a dar um verdadeiro vareio. A energia e a vibração do então quarteto me fez recordar momentos de memoráveis noites no velho Bixiga. Sem falar que o carisma e a presença de palco de Marcelo incendiaram a fria noite, fazendo o público local, ávido de brasilidade, participar de uma viagem-relâmpago ao Brasil, viagem essa que durou cerca de duas horas, mas que ao final deixou todos como se tivessem saído de uma noite de carnaval na Lapa carioca.
Pra não dizer que tudo foram flores, a praça era 11, mas o show foi dez... e só não foi igualmente 11 porque o repertório deixou a ousadia de lado e apostou na segurança dos clássicos. Enfim, o time jogou pra torcida. E eu até entendo; o público japonês que vai ver um show de música brasileira não volta pra casa satisfeito se não ouvir pela enésima vez, por exemplo, Garota de Ipanema. Se bem que reclamo de barriga cheia cheia, porque Marcelo tem digital e deu certo frescor a este e outros clássicos malhados. Só foi tímido ao mostrar canções de sua lavra — se não me falha a memória, uma ou duas apenas. Por aqui, ainda é uma barreira difícil de transpor isso de mostrar ao público que além de Tom Jobim & cia. o Brasil tem mais a oferecer. Mas desculpem qualquer coisa; cheguei agora e já tô querendo mexer em time que tá ganhando... Talvez pensando em abrir uma brecha nessa zaga pra meter de trivela uma ou outra letrinha. Afinal, centroavante sem fome de bola não estufa a rede.
Sayonara!
Sayonara!
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PS: Pesquisando, fiquei sabendo que o Praça 11 já tem mais de três décadas de serviços prestados. Que venham outras tantas! O Brasil com S agradece.
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