O programa do dia 28 de novembro foi ir a um jantar de celebração do casamento da sobrinha mais nova de Kana — que está chamando sua família de brics family, pois ela se casou com um brasileiro e a sobrinha em questão com um chinês (faltam só três iniciais pra completar a sigla). Todos estiveram muito agitados durante o dia, rolaram até umas farpas paralelas. E eu, à margem de tudo, só queria acertar o nó da gravata. Aproveito que ninguém tá lendo pra confessar um segredo: odeio gravatas! Inclusive, já havia escrito a respeito — aqui. E, embora já tenha usado gravata antes em não memoráveis situações, nunca aprendi a fazer o nó, de maneira que passei a manhã recorrendo ao youtube pra resolver essa minha falha grave. Depois de muito treino, cheguei a um resultado razoável — sem o traje que iria usar.Depois de tão desgastante atividade, o danado do fuso horário fez cair sobre nós seu peso, daí que o jeito foi darmos um tchibum na cama, embora nem fosse ainda meio-dia. Depois de um sono de chumbo, sem direito a sonhos, eis que meus sogros nos acordam... meia hora antes do horário previsto pra encontrarmos o resto da parentada num local pré-agendado pra irmos de carro ao hotel onde jantaríamos. Eles, claro, já estavam prontos e, pontuais, saíram em seguida, deixando-nos de retardatários. E quem disse que eu, sob pressão, conseguia acertar o danado do nó gravatal? Depois de três tentativas fracassadas, desisti e saí com ele assim mesmo, meia-boca, como o cara que o tinha feito. Por mim, ainda tentaria outras três vezes, mas a paciência de Kana, que não é das maiores, demoveu-me da ideia. Detalhe não de todo desimportante: o terno que usei é de meu sogro, que deve ser uns dez centímetros mais baixo que eu.
Depois de uma curta caminhada, encontramos os parentes, que impacientemente nos esperavam. Eu, ingênua e brasileiramente, esperava ser incensado por todos aqueles que fazia anos que não via, mas o que recebi foram cumprimentos frios, como se eles tivessem me visto no dia anterior. Nem sequer me apresentaram ao noivo chinês! É, amigos, os japas são gente boa e tal, mas não esperem deles abraços calorosos e beijos molhados na face. Claro, em toda regra há excessões, mas tais não se encontram na família de Kana. Agora que toquei no assunto, lembrei-me de que já havia acontecido o mesmo quando, vindos do aeroporto, chegamos ao apartamento dos pais dela. Claro, acostumar-me-ei, só espero não me tornar frio como eles, pra não perigar congelar também minha escrita.
| Qualquer semelhança com Mário Fofoca é mera intriga da oposição (né, Sonekka?) |
Durante o jantar, a bebida ajudou a que as línguas se soltassem, as gargalhadas ecoaram (mesmo!) no recinto, o chinês se mostrou (pra inveja minha) um falante de japonês bem competente, e a brics family por um par de horas quase se assemelhou a uma brasileira (ou italiana). Até eu cometi a audácia de soltar meia dúzia de frases (que decorava mentalmente um milhão de vezes antes de libertá-las de minha boca... apesar de ter errado metade delas) e gerar, por minha vez, duas ou três gargalhadas, além de um ou dois risos amarelos. Contudo, pra não ser injusto, senti-me verdadeiramente acolhido no seio da família. Tanto que o pai da noiva me convidou pra um jantar em sua casa regado a vinho mendocino. Este mesmo responsável pelo jantar... e quem pagou tudo, por supuesto.
Dia 29 de novembro, despertamos às 4 de la matina. AAAAAAAAHHHHHHHHHH!!!
To be continued.
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PS: As fotos "oficiais" não ficaram prontas ainda. Subi-las-ei em publicação posterior. As que forem autorizadas pela brics family, claro. Por ora, mais um par de cliques:
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De crónica em cronica vai tecendo um livro de memórias. Fico à espera da próxima. Abraço .
ResponderExcluirValeu, Mi! Virá!
ExcluirAbraço,
Léo.
BRICS family é um achado! E eu vou te dizer que achei o seu terno, cuja foto vi no Facebook, meio parecido com o do Mario Fofoca, mas preferi não dizer isso. Hehehehe! Meu pai se casou com um terno desses e toda vez que víamos o álbum, o chamávamos assim. :)
ResponderExcluirEstou adorando acompanhar a sua adaptação à terra do sol nascente!
Beijão!
Pô, tinha respondido, mas sumiu... De novo. Então, não achei que valesse a pena comprar um terno só pra uma única ocasião. Mas ficou charmoso, né? Ou, como dizem hoje, vintage. rsrs
ExcluirBeijos,
Léo.