segunda-feira, 6 de junho de 2011

Crônicas Desclassificadas: 16) Cinco dias "inolvidables"

Gostaria de aproveitar este espaço pra contar um pouco do que foram cinco especiais dias do mês passado, agradecer às pessoas que contribuíram pra que eles fossem um êxito e, quem sabe, deixar com água na boca os que deles não puderam participar. Vamos lá, em ordem cronológica:
Quarta-feira, dia 18, eu e Kana fomos ao estúdio Soulshine, de Othon Ribeiro, ensaiar pro show dela. Levou-nos nosso amigo Leonardo Costa, violonista, arranjador e compositor (y muy buena onda), que tocou no show violão e guitarra. Lá encontramos o sempre pontual e prestativo Evaldo Corrêa, responsável pela percuteria do show; o saxofonista e flautista Da Do, excelente músico e dono de um humor muito peculiar (descendente de italianos, fala essa língua muito bem); e o baixista (e baterista) Fábio Canella, outro fera, que acabou levando a bateria no lugar do baixo (coisas que acontecem com multi-instrumentistas). Mas o problema foi solucionado num piscar de olhos: estávamos numa travessa da Teodoro Sampaio, assim que ir a uma daquelas muitas lojas de instrumentos musicais e tomar emprestado um baixo foi pá e bola. O ensaio ocorreu sem maiores problemas; Kana havia preparado as partituras e eu lhes havia enviado o CD com o repertório. 

À noite fui ao Novo Lua Nova, onde Kléber Albuquerque fez seu show 10 Coisas Que Eu Podia Dizer No Lugar De Eu Te amo. Fui na condição de participação especial. Embora não tenha sido especial e estivesse em princípio assustado, curti recitar alguns sonetos ao lado de minha querida amiga (esta sim especial, e poeta) Lúcia Santos e assistir ao talentoso jovem Gabriel de Almeida Prado apresentar algumas parcerias com Kléber, muito boas por sinal. No bis ainda subiu ao palco Élio Camalle, que estava na plateia, pra cantar com Kléber a belíssima Dia de Estrelas, de ambos. Assistindo a tudo acompanhado por Lúcia e suas amigas (e por um vinho que, se não era bom, ficou), passamos bem à beça!

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Quinta, dia 19, de manhã, chegou a uruguaia Samantha Navarro com sua companheira Victoria. Infelizmente não a tempo de ser entrevistada por Tato Fischer em seu programa Um Canto de Luz. Mas, mesmo sem nós, ele nos divulgou bem.

À tarde, no mesmo Soulshine, novo ensaio, dessa vez com Samantha e os músicos Evaldo, que agora tocaria percussão, e Canella (que levou o instrumento certo, ou seja, o baixo). Três agradáveis horas. Com Evaldo, nosso caroneiro, estava com seu carro no rodízio, tomamos algumas cervejas com ele até umas 19h, quando o deixamos pra entrar numa agradabilíssima noite regada a vinho, pizza, boa prosa... e classificação do Peñarol na Libertadores (mesmo tendo perdido pro Universidad Católica x, do Chile, por 2 x 1, classificou-se), pra alegria geral. Cada um de nós teve uma noite de agradecer ao vinho e ao céu, como diz o título da canção de Samantha Al Vino y al Cielo Agradezco.

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Sexta, dia 20, chegamos ao Centro Cultural de São Paulo por volta das 10h30 pra passagem de som. Ali, o show de Samantha começou às 12h30. Posso dizer que, embora a conheça já há algum tempo e saiba que tem um trabalho genial, ainda assim me senti surpreso, pois não conhecia sua presença de palco, que é contagiante. Samantha, além dos atributos musicais, possui um charme irrsistível e é graciosa, tanto no sentido que a palavra tem em português (de graça) quanto em espanhol (de engraçada). A participação de Kana também foi, digamos, iluminada. Ao contrário de minhas expectativas, o público também foi muito bom, considerando o horário ingrato. Detalhe: com exceção de uma ou outra pessoa, eu não conhecia ninguém da plateia. Findo o show, nem tive tempo de almoçar, pois tive que ajudar o produtor Vasco Debritto a trazer ao CCSP o novo CD de Kana, Imigrante.

Nesse fim de tarde, São Paulo atingiu um número inacreditável (quer dizer, em se tratando de São Paulo é sempre acreditável) de quilômetros de congestionamento, mas, apesar disso, a Sala Adoniran Barbosa estava cheia às 19h, quando Kana subiu ao palco, depois de longo inverno, pra apresentar o novo trabalho. E não parou de chegar gente até quase o final. Sobre o show, fora um ou outro deslize, compreensível por conta do pouco ensaio, tudo correu às mil maravilhas; Kana estava encantadora, e não menos encantadores estavam os convidados Élio CamalleSamantha, e Tavito (na ordem de apresentação).

Ao final, vendemos muitos CDs (Kana também estava relançando, com nova arte, o CD anterior, Imitação) e, como, coincidentemente, era aniversário dela, fomos comemorar no restaurante À Mineira, com direito a comida de primeira, muita bebida... e bolo! Mas a noite não terminaria aí, Camalle ainda nos levaria ao Barnaldo Lucrécia (bar onde toca com frequência), onde foi um anfitrião exemplar.

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Sábado, Kana inventou de fazer um churrasco à tarde, o que foi ao mesmo tempo ótimo e ruim, pois tirou minha atenção no que se refere à divulgação do show que Samantha faria à noite. Lá pelas 18h apareceu Kléber, mas apenas pra conhecer Samantha e lhe dar um abraço, visto que os compromissos de ambos não permitiram que tivessem tempo de ensaiar as canções que apresentariam. 

Chegamos ao Novo Lua Nova por volta das 20h30, pra passagem de som. Às 22h, a casa estava praticamente vazia, e comecei a temer pelo pior. Das muitas pessoas a quem eu convidara e que haviam confirmado presença, apenas Tato Fischer fora. Às 22h30 começou o show, e Samantha mostrou novamente por que é grande. Cantou maravilhosamente, cheia de energia, como se cantasse pra uma multidão. Antes de subir ao palco, me dissera: "Tudo bem, Léo, se há uma pessoa a mais na plateia que no palco, já está perfeito".

Vasco Camalle puseram pra funcionar sua experiência (este, telefonando a amigos que estavam perto, aquele, descendo à entrada e convidando os passantes a entrar) e, com a ajuda de um funcionário da casa (Geraldo Potiguar - nome de poeta -, segundo informação de Victoria), que, na entrada, foi bastante persuasivo com aqueles que estavam em dúvida, percebi que por volta das 23h30 havia chegado um número considerável de público. 

Mudamos de tática, improvisamos um intervalo e, na volta, Samantha repetiu algumas canções, mostrou outras em voz e violão (lembrando que a formação foi a mesma do show anterior) e, ao final, o show foi um sucesso, melhor ainda que o do CCSP. Muitos CDs foram vendidos, e mesmo algumas pessoas que foram, atraídas pela divulgação da participação de Kléber, gostaram do show e levaram seus CDs autografados. Lembrando que Kana participou novamente e Camalle mostrou, além de duas canções suas, uma terceira, resultado de um poema de Samantha musicado por nós dois.

Após o show, os birinaites costumeiros, a prosa agradável e, depois, antes do sono dos justos... a saideira!

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Domingo fomos ao Mercado Municipal, comer o famoso sanduíche de mortadela, e, como ainda havia espaço em nossos generosos estômagos, atacamos, no andar de cima, um bom baião de dois.

De volta a casa, as muchachas arrumaram seus pertences e saíram rumo ao aeroporto. Fomos levá-las até o metrô, e a despedida foi difícil. Com abraços e beijos emocionados e promessas de um novo encontro pra breve, vimo-las partir. Samantha, com o punho erguido, parecia a Estátua da Liberdade, olhando-nos com afeto enquanto a escada rolante a levava embora, num final apoteótico. Voltamos pra velha vidinha de sempre, Kana aos prantos e eu com um cisco no olho.

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P.S. A mula aqui, fazendo-se de produtor, passou cinco dias correndo pra lá e pra cá que nem um peru, gerou certo mal-estar no quesito grana e ainda por cima se esqueceu de tirar fotos (com exceção da primeira acima, horrível, tirada de meu celular)! Por isso, enquanto Victoria não manda algumas das que tirou, ficamos apenas com o registro por escrito (e duas que roubei do amigo Raul). Ah, como é tão mais fácil escrever que produzir...

Abaixo, também uns videzinhos by Raul Navarro (gracias, muchacho):






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