domingo, 20 de janeiro de 2013

Crônicas Desclassificadas: 68) O livro de Lídio

Lídio penentrou naquela biblioteca que mais parecia um parque de versões e aleitoriamente ex-colheu um livro e o abriu. Mas aquele não era só um livro, era, mais que isso, um poço. De forma que este se apoçou dele, poçoindo-o mais quanto mais Lídio caía, meio assim como quem sobrevaga, engolendo a desgravidade, grávido de palavras até então em tranhas, neolongando a paraqueda como uma borboletra, até chegar ao texto chão e salvo. Ficou alguns segundos assim, teceiro, minuteando entendercido, descompaginado, acostumolhando os olhos no emaralhamento de letras, até que se sentiu melhor, acentou os pés nas vogais, calçou duas vírgulas e saiu entrelinhando por antalhos, no encauso de parágrafos paralelepítetos.

Foi assim, conjugoso, averbando histórias com adjetividade, ora parando pra descompensar nos ocorridos, ora correndo pra compensar os pretéritos preferidos, que chegou a dar oitenta voltas ao mundo num só dia, e sem sair do vagar! Galgando degrãos das escadalidas, destrançando portas sem carecer de chaves, carceleiro de novas terras a descobrir, ex-cobertas, apreendendo línguas novas, inventariando altras, naveganhando mares nunca antes naveguados, sobrenandando máguas, aguando desertos, jografando pingue-pongue com os pingos dos is. 

Lídio lindava com todo tipo de máginas, sem medo de literalturas literarteiras, desde os nacionais sítios de picapais, passando por mosqueteiras trindadices, quixotípicos redemoinhos de ventos uifantes, moby dickens, robin rudes, crusoéis, sherloucos, mágicos de noz, alajeans, simbares, alices no país das maravidas, ilhas do três-ouros, aghatas tristes, spartaculares quovardes, minos tauros; adolescedendo aos prazeres de crimes e castiços de padres amargos, loucos de estepes, revoluções de bichos-grilos, casmudos, retraços de dorians, cadafaustos quando jovens passando por metamorfases, prossessos, vidas segas, admiseráveis, germinaus, capitais de areia, macunaímãs...

... adultecendo lispectador, em busca do templo pedido em campos de cem teios, com stephens quinzes, mulaltos, sartreadores, hemingwantes, alephantes, memoriais de com ventos, garcías marcas de sol y edades, lorcuras dantes e de poes, musashis pererês, tolstoys, balzacreanas bovarris, mishimártires, camus sutras, ubardos, cecilhas, guimaranhães, josés de além cares, sabatos benedettos querouacs, nabukowskis, galeanjos, vícios de moraes, fonsecos, thomas mãos com garfos e faulkners, cortazarando e fernandando com pessoas e bandeiras e outros etcêntricos...

De rompante, o estômagro, ponteagudo em circoflexa, despertou-o pra outras fomigeradas que não as deleitosas, e eis que lá foi ele, sobressaltando os portões do éden, em brusca de serpentinas maçãs, até se sentir sabiado em genesias. E, já que estava lá, exodou por velhos e novos textamentos, peregrifando por percaminhos bíblicos, atraversando ultramares, recebento mansamentos, proverbiando cansalmos, evangelical e epistolante, crucifixando inocrentes, até sobrevivenciar ao apocalipse. No terceiro dia.

Apocalisto, ele próprio, após ser muitas vezes turista em aventours, sujeitou-se a ser prontoagonista dos contos prefelidos, dos romantes de depois, viagindo numa bibliotese de odisseias tantas vezes ilíadas. Assim que chegou a vez de dar descência também aos infermos e suas foguerras. Caminhou por maremortos, conheceu ventavais, olhou o horror no óleo, sofreviveu a injustezas e crueldices, preconcertos que deixaram cicatristes tatuárduas na carnoficina de seu carma. Percebebendo a inútil lidade e seu preço posto, pró-curou o negaltivo de toda introlerância com filosofria abnegância, sabedoutor de que era a penas pó e que a vida não perpassava de uma alusão diótica idiotra e idiólatra. Assim, sossegalgou o facho e parou de dar cobiçada em ponta de iceberros. Sem clarecer altoajuda nem psiquiatlas. 

Assim, conhecendedor das desverdades do mundo e aceitando a relatividência das coisas, com-prendeu a adolessência da vida, conversejou com poetas, proseargumentou com escritores, cronicalmamente e sem pressa de enchegar o ponto final. Vez em cândido parava pra mastircular o absorvivido, absolto, como se o tempo contemplorizasse, estassonado, as horas asquecidas, uma espécie assim de feriábado ou dormingo em que os ponteiros se morassem, demorosos, no fazer amor de uma meia-noite infiníntima. 

Foi desse modo-perperto que, mil e uma noites de pós, Lídio constratou que, contumais lia, mais as antropofáginas em branco do livro de sua vida se autoescrevinham.


6 comentários:

  1. Léo, adorei, parabéns, vou compartilhar, bj, Mag Raich

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  2. PREFEITO OU PRÉ-FEITO!!! RAQUEL

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    1. Subjuntivamente pode ser também pós-feito...
      Lél (hahaha!).

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    2. Hahahahahahahahah!!!! eu ri tanto no busão!!!! Raks

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    3. Hahaha! Ao menos você levou um pouco de vida a este ambiente gris dos coletivos paulistanos.

      É nóis!

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