Há milênios os amigos tentam me convencer a ter meu próprio blog. Eu, no entanto, sempre relutei. Afinal, tenho dificuldade até mesmo pra ter um dog! Um dog, há que... (tá bom, feita a piada, chamemo-lo cão) Um cão, há que o alimentar constantemente, levá-lo pra passear, fazer pipi e caca (não confundir com Kaká), namorar, ladrar, socializar-se com seus iguais etc. Com um blog não é diferente. Claro que há diferenças gritantes (pra não dizer ladrantes) entre um e outro, mas ambos podem igualmente ser vítimas do descaso de seu dono. Se um camarada resolve ter um blog e não faz deste seu melhor amigo, melhor ter uma namorada, um gato, uma bicicleta, uma gripe...
E tem mais: com tanto blog no mundo, pra quê mais um? Ainda mais um blog do Léo! Justamente de um cara que nem lê blogs!!! E que mal tem tempo de ler os jornais; os diversos livros de sua estante; os pedidos, piadas e convites que recebe diariamente em seu e-mail; os próprios e-mails das di-versas listas das quais participa; sem falar nos orkuts, facebooks, myspaces da vida (e as contas que lhe chegam por via postal mesmo)... Enfim, um blog de um deficiente virtual! E depois, ainda por cima, como se não bastassem os neurônios perdidos na escrita, tem ainda aquela luta pra convencer os amigos a que deem uma passadinha ali na página, leiam, divulguem e, se possível, deixem um recadinho, de preferência concordando com o que leram! Não, não era uma boa ideia...
Mas eis que esse deficiente virtual, após ter o prazer raro de entabular uma rápida conversa com o não menos raro crítico Mauro Dias e saber por boca do próprio que também este se rendera aos encantos de um blog (não de um cão, deixe-se claro), tal qual um abstêmio ao deparar-se com um usuário, começou a ter convulsões, comichões, suores, e, após chegar em casa e deliciar-se com o tal blog do Mauro, decidiu render-se ele também aos fatos. E, lembrando-se das três perguntinhas de Saramago, "Por quê, para quê e para quem?", respondeu-lhes, respectivamente, "Porque sim, para mudar o mundo e para mim". "O homem que pretende mudar a sociedade não pode ter ideias tímidas" (Pe. Dehon).
Afinal, aí encontraria uma bela oportunidade para, enquanto o jornal cearense O Povo não o contrata, exercitar sua tão amordaçada verborragia, tirar o pó de esquecidas crônicas, postar contos com complexo de rejeição, curar sua inveja do Xico Sá e do Torero, espinafrar a seleção do Dunga, morder e assoprar falando do Lula, enfim, explicar a feitura de tantas canções suas e tecer longos adjetivos a canções alheias. Resumindo: escrever o que lhe desse na telha, mesmo sendo de vidro o telhado. Ou por isso mesmo.
Mudemos de terceira pra primeira pessoa, afinal, não tenho heterônimos, como o Fernandinho, e, embora eu seja muitos, estou falando de mim mesmo. Pois bem, aí veio todo um calvário de dúvidas: a busca (sem GPS) do endereço do novo lar; os possíveis nomes... Por falar em possíveis nomes, tive a grandiosa ideia de batizá-lo com os originais nome e sobrenome Soltando os Verbos, mas nesse cartório não se podem repetir os maicons e dêivids. Daí optei pelo josé Soltando o Verbo. Necas! Pôxa, já estava imaginando começar minha primeira postagem com um sonoro "No princípio, era o Verbo...". Mas ia ter que ficar pra outro blog. Então, qual Sto. Agostinho (e Roberto Carlos), resolvi olhar pra dentro de mim mesmo e buscar em casa o que procurava. E fui à raiz do problema, digo, poema, digo, ao X do poema. Caso contrário, citaria Noel, e não o Léo. Optei então por O X do Poema, parceria minha com a carioca Clarisse Grova, cuja letra escrevi no dia em que faleceu Waly Salomão. Promissor começo, não?
Assim sendo, devidamente consumido pelo vício da escrita, prometo tratar este bloguinho como a um cão, e alimentá-lo sempre com a mais rica ração (certamente de melhor marca que esta primeira). E isso é uma ameaça!!! Afinal, se Deus mora nas coincidências, não terá sido em vão que ele (meu bloguinho) nasceu a 9 de julho, quando justamente se celebra a data magna do Estado, lembrando o dia em que os paulistas pegaram em armas e lutaram pelo regime democrático (pelo menos foi isso que nos ensinaram...). Claro que aqui as armas serão mais leves, embora não menos letais.
Por ora, deixo-os com a letra da canção que deu origem à série, digo, ao blog:
Voltem sempre! Leiam, divulguem e, se possível, deixem um recadinho, de preferência concordando com o que leram!
E tem mais: com tanto blog no mundo, pra quê mais um? Ainda mais um blog do Léo! Justamente de um cara que nem lê blogs!!! E que mal tem tempo de ler os jornais; os diversos livros de sua estante; os pedidos, piadas e convites que recebe diariamente em seu e-mail; os próprios e-mails das di-versas listas das quais participa; sem falar nos orkuts, facebooks, myspaces da vida (e as contas que lhe chegam por via postal mesmo)... Enfim, um blog de um deficiente virtual! E depois, ainda por cima, como se não bastassem os neurônios perdidos na escrita, tem ainda aquela luta pra convencer os amigos a que deem uma passadinha ali na página, leiam, divulguem e, se possível, deixem um recadinho, de preferência concordando com o que leram! Não, não era uma boa ideia...
Mas eis que esse deficiente virtual, após ter o prazer raro de entabular uma rápida conversa com o não menos raro crítico Mauro Dias e saber por boca do próprio que também este se rendera aos encantos de um blog (não de um cão, deixe-se claro), tal qual um abstêmio ao deparar-se com um usuário, começou a ter convulsões, comichões, suores, e, após chegar em casa e deliciar-se com o tal blog do Mauro, decidiu render-se ele também aos fatos. E, lembrando-se das três perguntinhas de Saramago, "Por quê, para quê e para quem?", respondeu-lhes, respectivamente, "Porque sim, para mudar o mundo e para mim". "O homem que pretende mudar a sociedade não pode ter ideias tímidas" (Pe. Dehon).
Afinal, aí encontraria uma bela oportunidade para, enquanto o jornal cearense O Povo não o contrata, exercitar sua tão amordaçada verborragia, tirar o pó de esquecidas crônicas, postar contos com complexo de rejeição, curar sua inveja do Xico Sá e do Torero, espinafrar a seleção do Dunga, morder e assoprar falando do Lula, enfim, explicar a feitura de tantas canções suas e tecer longos adjetivos a canções alheias. Resumindo: escrever o que lhe desse na telha, mesmo sendo de vidro o telhado. Ou por isso mesmo.
Mudemos de terceira pra primeira pessoa, afinal, não tenho heterônimos, como o Fernandinho, e, embora eu seja muitos, estou falando de mim mesmo. Pois bem, aí veio todo um calvário de dúvidas: a busca (sem GPS) do endereço do novo lar; os possíveis nomes... Por falar em possíveis nomes, tive a grandiosa ideia de batizá-lo com os originais nome e sobrenome Soltando os Verbos, mas nesse cartório não se podem repetir os maicons e dêivids. Daí optei pelo josé Soltando o Verbo. Necas! Pôxa, já estava imaginando começar minha primeira postagem com um sonoro "No princípio, era o Verbo...". Mas ia ter que ficar pra outro blog. Então, qual Sto. Agostinho (e Roberto Carlos), resolvi olhar pra dentro de mim mesmo e buscar em casa o que procurava. E fui à raiz do problema, digo, poema, digo, ao X do poema. Caso contrário, citaria Noel, e não o Léo. Optei então por O X do Poema, parceria minha com a carioca Clarisse Grova, cuja letra escrevi no dia em que faleceu Waly Salomão. Promissor começo, não?
Assim sendo, devidamente consumido pelo vício da escrita, prometo tratar este bloguinho como a um cão, e alimentá-lo sempre com a mais rica ração (certamente de melhor marca que esta primeira). E isso é uma ameaça!!! Afinal, se Deus mora nas coincidências, não terá sido em vão que ele (meu bloguinho) nasceu a 9 de julho, quando justamente se celebra a data magna do Estado, lembrando o dia em que os paulistas pegaram em armas e lutaram pelo regime democrático (pelo menos foi isso que nos ensinaram...). Claro que aqui as armas serão mais leves, embora não menos letais.
***
Por ora, deixo-os com a letra da canção que deu origem à série, digo, ao blog:
O poema todo se esfarrapa,
Se esfarela, quebra a antena
Leva cuspe, chute, tiro, tapa
O poema enverga e empena,
Mas escapa
O idiota o prende e o tortura
E o poema perde o idioma
Ante o culto da anticultura
Moribundo, cala-se em coma
Mas se cura
O poema dá a outra face
E, em face aos fatos, mostra a língua
Se traveste em nota fácil, alface,
Em poema-morte; morde, míngua
Mas renasce
O poema desce ao inferno
Leva mil demônios na garupa
Mas, de desgoverno em desgoverno
O poema não se preocupa,
É eterno.
Voltem sempre! Leiam, divulguem e, se possível, deixem um recadinho, de preferência concordando com o que leram!
Bem-vindo Léo!:-) Abs muita Arte, muito som!
ResponderExcluirEnfim blogues! Que do Nogueira, muitas nozes e que dos poemas, muitas vozes.
ResponderExcluirTony Pelosi
as palavras que nem armas...gostei!!! cada qual faz a revoluçao com as armas que tem , e você...tem palavras de sobra amigo!!
ResponderExcluirVocê continua mais MAGNÂNIMO que nunca! beijocas e saudades
ResponderExcluirGrande Léo!
ResponderExcluirEu também não costumo ler blogs... Quanto a fazê-los, fiz uns cinco, mas esqueci a senha de todos, ficaram à deriva...rsrsrs
Espero que vc tenha a disciplina para recheá-lo sempre! A internet merece, o mundo merece!
Abs
Ricardo Moreira
Uai, meu comentário sumiu... e era o primeiro tudo bem, vamos lá! Adorei você ter começado o blog e que seja infinito enquanto dure... beijus desta eterna fã - monika
ResponderExcluirLéo, eu me senti na obrigação de vir aqui, afinal você é um dos meus poucos e raríssimos parceiros!!! (rs) E estou falando de poesia, e não de outras coisas (é sempre bom esclarecer, para não nos comprometer, né?)
ResponderExcluirMas obrigação não rima com poesia, então... Vim por prazer mesmo! (Opa, cabe mais esclarecimento aqui? Deixa pra lá!)
Cá estou e já estou te seguindo, tal um dog (mas não um buldogue!)!
Enfim, toda essa bobagem que escrevi é só pra dizer que te ler é sempre um prazer enorme! (Lá vem mais esclarecimento! hahahaha)
Vou voltar sempre!
Beijo grande!
Léo, parceiro querido. Cá estou. Adorei a iniciativa, continuo seguindo sua poesia, suas idéias que, aliás, me fazem um bem danado. Bjs, até já.
ResponderExcluirFelicitações e bem-vindo ao clube dos blogueiros.
ResponderExcluirAté que enfim um "X-Tudo" que vegetarianos como eu podem apreciar!
Um e-abraço,
Ayrton
Nossa! Que bom ver tantos amigos se manifestando (a favor... hehe!). Agradeço a todos. E ler os comentários de vocês é um bônus ao blog. Pérolas como "enfim blogues", "eu também não costumo ler blogs", "uai, meu comentário sumiu", "você é um dos meus poucos e raríssimos parceiros", "até que enfim um 'X-Tudo' que vegetarianos como eu podem apreciar", e o mais ameaçador de todos: "Tô te seguindo, viu?". Depois disso tudo, só tenho a acrescentar que estou muito feliz por não estar aqui escrevendo sozinho. E, pra terminar, com a maior das originalidades, sentencio: "Sigam-me os bons"!
ResponderExcluirAdorei o bolg, onde encontrei citações a muitos amigos que passaram pelos festivais que fiz. Além do mais, o texto é gostos e fui bem.
ResponderExcluirComo adoro contar histórias, adoro ouví-las e o teu blog é um prato cheio! (de boas histórias) Parabéns e vá em frente
MAESTRO AGENOR RIBEIRO NETTO
Grande maestro Agenor!!! Bom lê-lo por aqui também! Volte sempre! Contar histórias é comigo mesmo! Qualquer hora eu conto um delicioso "causo" que teve a Kana como protagonista naquele ano em que participamos do festival de São José do Rio Pardo. Por falar nisso, ainda existe?
ResponderExcluirGrande abraço!
E aí Léo! tô lendo tudo desde o começo, (desde julho) porque adorei éssa história do X do poema... Vc me fisgou, e isso que eu sou daquelas que nunca pega nada prá ler mesmo! Bastante tenho já com os livros da faculdade , mas agora vou dar uma folga neles!...jjaj :)
ResponderExcluirHola, Verónica! Qué bien que te está gustando mi juguete musical! Me quedo feliz.
ResponderExcluirBesos desde la llovizna de São Paulo,
Léo.
É, Léo, vc realmente conhece as várias incógnitas das formas escritas.
ResponderExcluirParabéns,e continue alimentando o seu dog, quero dizer, blog!!
Grande abraço!!!
PS. As minhas canções estão sentindo a falta do auxílio elegante de suas incógnitas...
Cláudio, paciência e caldo de galinha! Hehe! Nesse frio, sobretudo! Aguente aí que já já vou visitar suas melodias.
ResponderExcluirAbração do
Léo.