O mundo é, na realidade, uma selva na qual usamos a máscara "sociável" da hipocrisia pra parecermos civilizados. Não é fácil viver nele, principalmente tentando ser verdadeiro. Considero-me um lutador. Sou daqueles que não desistem nunca, os teimosos, os turrões, os marrentos. E tô pouco me lixando. Se vou chegar ou não a alcançar meus objetivos é mero detalhe. Não tenho escolha. Se desistir é que não os alcançarei mesmo. De antemão já sei que essa partida de xadrez que jogo com a morte está perdida. Portanto, o máximo que posso fazer é usar dos artifícios de que disponho pra ganhar o máximo de tempo possível no jogo. E isso me basta (... não, não me basta. Até lá aprenderei a roubar nesse jogo). Assim, não tenho tempo pra melindres, visto que foco em meus objetivos sobre todas as coisas.
Escrevo essas linhas cansado, muito cansado. Lidar com humanos é desgastante. Seus egos, suas carências, seus cus-doces... Todos querem ser respeitados, todos se magoam por nada, todos estão prontos pra te excluir de suas vidas ante o menor vacilo... todos se julgam mais do que realmente são: meros humanos. Todos querem receber o que não estão dispostos a dar. E eu, que sou o camarada com mais jogo de cintura que conheço, acabo tendo que engolir sapos e passar a mão nessas cabecinhas de ouro, como se estivesse lidando com crianças mimadas. E os perdoo, sempre (ou quase sempre). Principalmente porque tenho consciência de minha humanidade, porque sei que sou um poço de erros, de equívocos. E porque sei que não tenho o menor constrangimento de pedir perdão quando reconheço estar errado.
A vida seria muito mais simples se fôssemos menos egoístas, se nos acostumássemos a nos colocar no lugar do outro em determinadas situações. Às vezes ficamos indignados com fulano, mas não lhe damos a menor oportunidade de se defender, julgamo-lo sumariamente, como se fôssemos seres perfeitos, superiores, juízes da humanidade. E se estivéssemos no lugar do outro, qual tratamento gostaríamos de receber? Hem? Assim que justamente eu, que vim ao mundo com defeito de fabricação, é que sou daqueles que se põem no lugar do outro. Daí que constantemente ouço (até de pessoas muito próximas) que tenho sangue de barata, que aguento tudo, que suporto o insuportável sem mandar ninguém tomar naquele lugar, porque sou covarde, desprovido de personalidade etc.
Enganam-se. Ter personalidade não significa dar uma de nervosinho e sair quebrando tudo mundo afora e mandar se f#@%&er por qualquer contrariedade. Falta a essas pessoas acostumar-se a usar um pouco de psicologia. E não estou falando de ter um diploma, um consultório com um divã e pacientes. Não. Até mesmo profissionais da mecânica da mente, fora de seu ambiente de trabalho, por vezes se esquecem de usar de psicologia. Refiro-me a entender os porquês do outro, fazer uma análise longa e profunda. Uma amizade, pra durar, requer que nos tornemos mestres em tal análise. Caso contrário, só colheremos da vida amizades superficiais, aquelas que só sobrevivem quando ambos estão de acordo, dão-se tapinhas nas costas e dizem amém. E amizade, diria mais, não só amizade, mas relação em geral, é gerenciar atritos.
E quem não está qualificado pra tal será um eterno solitário. Um incompreendido. Tenho cá comigo que os incompreendidos do mundo são, em sua maioria, os que, por não terem a capacidade de compreender o outro, atraem pra si essa aura de incompreensão, sentem-se injustiçados... E por quê? Porque o mundo todo está errado, eles é que estão certos. Eles é que vivem a anos-luz do século vigente. E agora sou eu que pergunto: se esses seres iluminados, afinal, são tão superiores e avançados, por que então, apesar de toda essa iluminação, ainda assim não conseguem compreender o outro? Por que eles não lançam em relação ao resto da humanidade um olhar de, pelo menos, compaixão, tal qual fez Jesus ao proclamar "Pai, perdoa-os, porque não sabem o que fazem"? Hem?
Eu não prometo nada às pessoas com quem me relaciono (até porque não peço quase nada). Não prometo que vou melhorar, que vou parar de fazer isso e aquilo, que vou parar de cometer os erros de sempre... não, não e não! Simplesmente porque não posso prometer coisas que sei que minha humanidade não me permitirá cumprir. O que posso prometer é apenas tentar. Portanto, se eu falhar, quero poder ter a segurança de contar com o ombro amigo de sempre. E apenas porque a recíproca é verdadeira. Meu amor é incondicional, e meu ombro sempre estará aqui no momento em que for necessário. Então, eu lhes pergunto, caríssimos: por que, se é assim, no momento em que sou eu quem precisa de um ombro, vocês me querem homem de ferro? (e até o homem de ferro enferruja) Por que é que justo nesse momento, quando eu não tenho o valor que esperam de mim, vocês me enxotam? Eu não queria nada mais de uma relação além do mesmo amor incondicional que dou. É pedir muito? Quando uma relação de afeto passa a ser uma via de mão única é porque acabou justamente o que a mantinha viva: o afeto.
A parada é a seguinte: passei dos 40, o juiz acaba de apitar o início do segundo tempo. Não posso dizer que estou perdendo o jogo, mas ficar no 0 x 0 não faz parte de meus planos. Prefiro mesmo perder de 5 x 3 a sair de campo sem estufar as redes. Portanto, meus mimados amigos... Opa, esse "mimado" carece de explicação: quando digo mimado, não quero dizer que a mamãe e o papai te mimaram. Quero dizer que você, como mecanismo de autodefesa, desenvolveu uma técnica pra chantagear os amigos, fazendo-os crer que devem sempre te tratar de modo diferente, pois, já que você é feito de cristal (e os outros, de vidro), merece tratamento especial. Ó, acorda, Bela Adormecida! Você é de vidro que nem todo mundo, e quebrar-se e juntar os cacos são atividades de nosso ofício diário. Isto esclarecido, volto: meus mimados amigos, quero, do fundo do coração, dizer-lhes que os amo como são e que estarei sempre aqui, de braços abertos, pois é de minha natureza. Contudo, não me obriguem a me ajoelhar e lamber-lhes as botas, pois minha coluna já não está pra tanto. E, no mais, tenho ainda que fazer uns gols antes do apito final.
Carinhosamente,
Léo.
Escrevo essas linhas cansado, muito cansado. Lidar com humanos é desgastante. Seus egos, suas carências, seus cus-doces... Todos querem ser respeitados, todos se magoam por nada, todos estão prontos pra te excluir de suas vidas ante o menor vacilo... todos se julgam mais do que realmente são: meros humanos. Todos querem receber o que não estão dispostos a dar. E eu, que sou o camarada com mais jogo de cintura que conheço, acabo tendo que engolir sapos e passar a mão nessas cabecinhas de ouro, como se estivesse lidando com crianças mimadas. E os perdoo, sempre (ou quase sempre). Principalmente porque tenho consciência de minha humanidade, porque sei que sou um poço de erros, de equívocos. E porque sei que não tenho o menor constrangimento de pedir perdão quando reconheço estar errado.
A vida seria muito mais simples se fôssemos menos egoístas, se nos acostumássemos a nos colocar no lugar do outro em determinadas situações. Às vezes ficamos indignados com fulano, mas não lhe damos a menor oportunidade de se defender, julgamo-lo sumariamente, como se fôssemos seres perfeitos, superiores, juízes da humanidade. E se estivéssemos no lugar do outro, qual tratamento gostaríamos de receber? Hem? Assim que justamente eu, que vim ao mundo com defeito de fabricação, é que sou daqueles que se põem no lugar do outro. Daí que constantemente ouço (até de pessoas muito próximas) que tenho sangue de barata, que aguento tudo, que suporto o insuportável sem mandar ninguém tomar naquele lugar, porque sou covarde, desprovido de personalidade etc.
Enganam-se. Ter personalidade não significa dar uma de nervosinho e sair quebrando tudo mundo afora e mandar se f#@%&er por qualquer contrariedade. Falta a essas pessoas acostumar-se a usar um pouco de psicologia. E não estou falando de ter um diploma, um consultório com um divã e pacientes. Não. Até mesmo profissionais da mecânica da mente, fora de seu ambiente de trabalho, por vezes se esquecem de usar de psicologia. Refiro-me a entender os porquês do outro, fazer uma análise longa e profunda. Uma amizade, pra durar, requer que nos tornemos mestres em tal análise. Caso contrário, só colheremos da vida amizades superficiais, aquelas que só sobrevivem quando ambos estão de acordo, dão-se tapinhas nas costas e dizem amém. E amizade, diria mais, não só amizade, mas relação em geral, é gerenciar atritos.
E quem não está qualificado pra tal será um eterno solitário. Um incompreendido. Tenho cá comigo que os incompreendidos do mundo são, em sua maioria, os que, por não terem a capacidade de compreender o outro, atraem pra si essa aura de incompreensão, sentem-se injustiçados... E por quê? Porque o mundo todo está errado, eles é que estão certos. Eles é que vivem a anos-luz do século vigente. E agora sou eu que pergunto: se esses seres iluminados, afinal, são tão superiores e avançados, por que então, apesar de toda essa iluminação, ainda assim não conseguem compreender o outro? Por que eles não lançam em relação ao resto da humanidade um olhar de, pelo menos, compaixão, tal qual fez Jesus ao proclamar "Pai, perdoa-os, porque não sabem o que fazem"? Hem?
Eu não prometo nada às pessoas com quem me relaciono (até porque não peço quase nada). Não prometo que vou melhorar, que vou parar de fazer isso e aquilo, que vou parar de cometer os erros de sempre... não, não e não! Simplesmente porque não posso prometer coisas que sei que minha humanidade não me permitirá cumprir. O que posso prometer é apenas tentar. Portanto, se eu falhar, quero poder ter a segurança de contar com o ombro amigo de sempre. E apenas porque a recíproca é verdadeira. Meu amor é incondicional, e meu ombro sempre estará aqui no momento em que for necessário. Então, eu lhes pergunto, caríssimos: por que, se é assim, no momento em que sou eu quem precisa de um ombro, vocês me querem homem de ferro? (e até o homem de ferro enferruja) Por que é que justo nesse momento, quando eu não tenho o valor que esperam de mim, vocês me enxotam? Eu não queria nada mais de uma relação além do mesmo amor incondicional que dou. É pedir muito? Quando uma relação de afeto passa a ser uma via de mão única é porque acabou justamente o que a mantinha viva: o afeto.
A parada é a seguinte: passei dos 40, o juiz acaba de apitar o início do segundo tempo. Não posso dizer que estou perdendo o jogo, mas ficar no 0 x 0 não faz parte de meus planos. Prefiro mesmo perder de 5 x 3 a sair de campo sem estufar as redes. Portanto, meus mimados amigos... Opa, esse "mimado" carece de explicação: quando digo mimado, não quero dizer que a mamãe e o papai te mimaram. Quero dizer que você, como mecanismo de autodefesa, desenvolveu uma técnica pra chantagear os amigos, fazendo-os crer que devem sempre te tratar de modo diferente, pois, já que você é feito de cristal (e os outros, de vidro), merece tratamento especial. Ó, acorda, Bela Adormecida! Você é de vidro que nem todo mundo, e quebrar-se e juntar os cacos são atividades de nosso ofício diário. Isto esclarecido, volto: meus mimados amigos, quero, do fundo do coração, dizer-lhes que os amo como são e que estarei sempre aqui, de braços abertos, pois é de minha natureza. Contudo, não me obriguem a me ajoelhar e lamber-lhes as botas, pois minha coluna já não está pra tanto. E, no mais, tenho ainda que fazer uns gols antes do apito final.
Carinhosamente,
Léo.
***
Léo...
ResponderExcluirDia desses um aluno postou que queria se matar, e eu chamei-o de canto e falei: "O maior ´absurdo´ que vc pode fazer é escrever!... Escreve que passa!!!"
E aí? Passou?...rsrs
Ricardim, no meu caso, essa saída será a última. Até porque tenho ainda muitos absurdos pra escrever. Hahaha!
ExcluirAbraço,
Léo.
UEBA! Um beijo, meu Querido e Mimado Amigo!
ResponderExcluirSUCESSO SEMPRE
Hahaha! Idem procê, Taxista!
Excluir