quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Crônicas Desclassificadas: 33) Filho da Preta! (Fragmento)

Ler sempre foi um de meus passatempos preferidos. De tanto ler, tomei gosto por escrever. De tanto escrever, acabei, sem falsa modéstia, aprendendo a dominar esse ofício razoavelmente bem. O que não aprendi foi a ser conciso, pra agonia de meu camarada (e leitor preguiçoso) Paulinho das Frases. Mas sei que, quando é o caso, até consigo (mas este não é o caso).


Pois bem, o fato é que, de tanto escrever, tenho em meus arquivos sete ou oito esboços de romances; uns mais adiantados, outros ainda apenas ideias pouco organizadas; e, além deles, consegui finalizar dois romances. O primeiro, por ser o primeiro obviamente, ganhou de mim aquele carinho especial, enviei-o a umas 30 editoras aproximadamente. Duas ou três me responderam dizendo que não tinha o perfil editorial delas; uma se recusou a recebê-lo, alegando falta de espaço físico pra guardá-lo (e era verdade, provou-mo!); as demais o aceitaram e... era uma vez!

Fiz alguns amigos de cobaias, e a verdade foi que nenhum deles morreu de amores pelo coitado do romance. Então pensei que, se nem os amigos gostaram, como eu ia querer que uma editora fosse louca o suficiente pra publicá-lo? Mas não me dei por vencido; sabedor de que se quisermos fazer uma boa omelete temos que quebrar alguns ovos, continuei em busca da batida perfeita, digo, da ideia genial. E, um belo dia (desculpem o lugar-comum, mas foi belo mesmo!), encontrei-a.

Cerca de dois meses depois eu punha o ponto final em... Aliás, o romance terminou sem ponto final. O que quis dizer foi que dois meses depois eu finalizava Filho da Preta!, meu primeiro romance (depois do primeiro aborto, claro)! Só que acabei não o levando pra nenhuma editora. Pelo menos as três ou quatro pessoas que o leram o adoraram, o que posso considerar um grande avanço. E o melhor: foram leitoras! Sim, do sexo feminino! O que mais ainda me "encheu a bola", pois o romance, escrito em primeira pessoa, é terrivelmente machista e, na maioria das vezes, preconceituoso... Porque o narrador assim o é, deixemos claro.

Vamos à sinopse: no dia em que completa 50 anos, Isidoro, bêbado, resolve abrir o coração a um visitante misterioso a quem conta sua vida inteira, desde o dia em que fugiu da pernambucana Vitória de Santo Antão com 18 anos rumo a São Paulo (onde teve muitas profissões, muitas mulheres e muitas experiências pra lá de interessantes) até o dia de seu cinquentenário. O motivo de sua fuga? Queria viver vida de branco! Filho de mãe negra e pai branco, quis o acaso que ele nascesse com a epiderme clara... Claro que não tanto quanto como ele a supunha. Ah, e nesse fatídico dia da narração ele descobre que sua filha de 12 anos está estatelada no banheiro, morta.

Resolvi tirar o pó do Filho da Preta! ao me deparar com o lançamento do Pop Para-Choque, livro de poesia recém-lançado por meu chegado Vlado Lima, a quem pedi que fizesse um comercial meu por aí. Contudo, como sou mais um "ninguém-me-conhece", e como o livro, escrito em primeira pessoa (como já disse) e repleto de erros (intencionais - sou revisor, lembram?), pode causar estranhamento ou mesmo impressões erradas no editor que o leia, venho por esta lhes pedir que me ajudem a vencer mais uma batalha. Como? Lendo o fragmento do livro que escolhi pra postar abaixo e deixando algum comentário que possa servir de estímulo pra que qualquer editora possa vir a crer que não é sandice investir em tão artesanal trabalho. Quem sabe este dia que, coincidentemente, é bissexto possa me trazer alegria tão rara quanto ele...

***

Filho da Preta! (fragmento)
Por Léo Nogueira

[...] Por falar em cabra da peste, eu lembrei agora dum acontecido engraçado de que aconteceu lá em Santo Antão. De que trata justamente disso, de valentia. Lá em Santo Antão tinha um sujeito de que era metido a valentão, desses de que quando entrava num bar os outro saía tudo. Esse cara apareceu do nada. Chegou um dia, entrou num bar, pediu uma cachaça, bebeu, depois pediu outra, bebeu, depois disse de que não ia pagar nada e foi embora. O dono do bar ameaçou de fazer alguma coisa, mas, quando olhou bem no olho dele, reparou dele ser meio, tipo assim, fora das ideia, sabe como é? Não batia bem das bola, não. Aí ele, o dono do bar, achou melhor de deixar pra lá. Mexer com doido só dá resultado pro doido. Então? Aí no dia seguinte ele voltou. Pediu uma cachaça, bebeu, depois pediu outra, bebeu, aí pediu a terceira e bebeu. Só tomava de três. Aí nesse dia ele disse, “Num tô vendo nenhum homem aqui dentro”. Aí ficou aquele silêncio. Imagina, o sujeito chegar num bar e sair dizendo um negócio desse. Teve um que se queimou e se levantou-se, mas, quando pensou de abrir a boca, levou com uma mãozada no pé da orelha de cair desmaiado. Aí o valentão disse, “Tem mais alguém de que quer também?”. Ninguém deu um pio. Ele olhou pro dono do bar e disse, “Hoje eu também não vou pagar nada. E amanhã eu volto. Se tiver algum homem aqui de se bater comigo, mande avisar de que eu vou tá’ aqui nessa mesma hora”. Parecia de ser filme daqueles de caubói, sabe como é? Então? Naquele tempo não tinha esse negócio de polícia, não. Quer dizer, ter tinha, mas ninguém usava. É. Não servia de nada. Quase igual de hoje, de que tá voltando das pessoas não quererem mais chamar a polícia. Mas naquela época era sinal de covardia. De que se uma pessoa chamasse a polícia ficava logo desacreditada. De maneira que no dia seguinte o sujeito voltou e tomou suas três cachaça e fez um farol danado e foi-se embora de novo sem ninguém abrir a boca. O dono do bar, em vez de tomar alguma atitude, fez foi aumentar o preço da cachaça. Foi o jeito de que ele arrumou de descontar o prejuízo. E, rapaz, agora foi de que eu pensei de ter muita gente fazendo isso até hoje. É ou não é? Por exemplo, o rico não paga nada, imposto, essas coisas, aí fica mais rico. Daí, alguém tem de pagar pelo que o rico não pagou. Quem? O pobre. De maneira que o rico fica mais rico e o pobre fica mais pobre. Você lembra da época daquele presidente de que foi expulso? Não lembra? O tal do Collor? De que, quando entrou no poder, foi logo pegando o dinheiro das poupanças do povo? Então? Pegou de todo mundo, só que depois devolveu o dinheiro dos rico e deixou os pobre chupando o dedo. Mas você sabe de que até eu achei ele um bom presidente? Pelo menos ele foi logo roubando dentro da lei. Chegou, peitou todo mundo e falou de que ia pegar de ajudar o país e de que depois devolvia. Melhor do que esses de que tão hoje por aí, de roubar escondido, achando do povo ser burro. E é mesmo. Burro. O povo. E quem vai dizer de não ser? Mas então? Onde foi de que eu parei? Á. Tava falando do sujeito valentão, de que tomava as pinga e não pagava. Então foi de que apareceu um outro sujeito na cidade. Tinha um chapeuzão vistoso e tinha bem no meio do chapéu escrito o número cem. Não, não era em letra, não. Era em número, 100. Um zero zero. Então? O sujeito chegou por ali assim, perguntando pra um e pra outro onde era de que tinha um lugar dele encontrar pousada, e perguntou pra um e pra outro, até de que disseram e ele foi. Era uma pensãozinha de que tinha lá. Enfim. Só sei de que o sujeito passou a noite, e de manhã, na hora da merenda... É. Aqui é café da manhã, lá é merenda. Na hora da merenda, a dona da pensão ficou ali encafifada com aquele número cem no chapéu do sujeito e ficou ali e acolá, e você sabe de que, quando uma mulher fica curiosa, não tem ninguém de tirar a curiosidade dela, de maneira que ela criou coragem e foi assim, desse jeito, toda melosa, tratando o homem com a maior das gentilezas, puxando um papinho furado, até de que criou coragem e perguntou, assim no meio do assunto, como quem não quer nada, do que era aquele número no chapéu do sujeito. O homem levantou a vista e ficou assim quase um minuto olhando pra dona sem dizer nada, dela ficar até com vergonha, até que por fim o homem disse de que tinha sido cem surras. Rapaz, vou te falar uma coisa pra você, eu não vi, de que essa história… história, não, acontecido. De que aconteceu mesmo. Esse acontecido não é do meu tempo, é um desses de que fica sendo repetido de boca em boca, não sabe? Dessas coisas de que o povo fala por aí e chega uma hora de não ter mais um vivo de ter visto e ela continuar sendo contada. Mentira? Não, mentira não é, de que quem me contou foi o meu pai. Não, ver ele não viu, quem viu foi o vô dum amigo dele, mas diz de ter sido verdade, porque o meu pai nunca foi de mentir. Então? Onde era de que eu tava, mesmo? Á, sim. Então? Essa dona ficou toda sem jeito de que não teve mais coragem de perguntar nada. Quer dizer, não perguntou mais nada pra ele, mas você sabe de que, quando a língua de uma mulher começa a coçar, não tem diabo de que segure dela não falar. De maneira que a fama do homem começou a correr Santo Antão. Só que do que ninguém sabia era de que esse sujeito tinha um segredo. Não sei se ele era da Paraíba ou se era de Pernambuco mesmo, quer dizer, possa ser de que fosse até do Piauí, enfim, só sei de que essa história das cem surras eram cem surras de que ele tinha levado! É. Esse sujeito era tão atrapalhado, quer dizer, atrapalhado, não, azarado. Aliás, acho mais é de que era burro, porque pra levar cem surras… De maneira que, quando levou a surra de número cem, foi embora da cidade e escreveu o número cem no chapéu, de que era dele nunca mais esquecer das surras de que ele tinha levado. E ele jurou pra ele mesmo de que aquela de número cem havia de ser a última. Então? Sim, voltando pro valentão, teve um dia do valentão ir tomar a sua cachaça de graça no mesmo bar de sempre, e chegou e pediu a primeira e tomou e pediu a segunda e tomou e, quando ele acabou de tomar a terceira, o dono do bar, de que era um sujeito desse jeito meio da categoria de pessoa de que dá uma risadinha assim com o canto da boca, sabe como é? Então? Desse tipo de gente de que não tem coragem de fazer nada, mas gosta de fazer intriga de ver os outros se dando mal, sabe como é? Por aí tá cheio de gente dessa categoria. Então? O dono do bar deu aquela sua risadinha e pediu desculpa de atrapalhar um sujeito tão ocupado que nem era aquele valentão, mas de que ele tinha ouvido dizer de um sujeito de que tinha já dado surra em cem homens e de que tava atrás dele. É. Inda disse de que o sujeito tinha o número 100 escrito no chapéu de que era de não perder a conta e de que tava doido de mudar o número pra 101. E olha como era maldoso o homem, de que isso foi ele de que inventou. Então? O valentão ficou assim meio desconfiado, olhou prum lado, olhou pro outro, e, quando ele olhava pra cada um de que tava dentro do bar, o sujeito abaixava a vista, sabe como é? Assim meio desconfiado. De maneira que ele pediu a quarta cachaça e tomou e disse, “Essa aqui não é de graça, não. Essa aqui é pra tu botar na conta desse valentão”, aí deu outra olhada assim de redor no bar inteiro, de que era de saber se todo mundo tinha escutado, aí, quando percebeu de que tava todo mundo ounvindo, ele inda disse assim, “E serve mais uma dose pra cada um de que tá aqui dentro, na conta desse valentão. E manda dizer presse cabra de que se ele não vinher pagar essas cachaça amanhã, ele é um homem morto”. Rapaz, aí você vê de que às vezes quem quer demais acaba perdendo até do que tem. Você veja o caso desse dono do bar. Se tivesse ficado queto, o prejuízo de que ele tava tendo… Quer dizer, nem prejuízo ele tava tendo mais, de que já tinha aumentado a validade da cachaça. Precisava de ter ido mexer com quem tava queto? Pois então? Aí eu vou te falar uma coisa pra você, olha só como é a língua do povo. De que nesse tempo inda nem existia telefone... Quer dizer, existir, se eu disser de que não existia, aí eu vou tá’ mentindo, possa ser de que já existia, o fato é de que ali inda não tinha chegado. De que era uma região atrasada. E até hoje deve de ter região por ali de que não chegou ainda. É. O telefone. Então? Mas não deu dez minuto e a dona da pensão já tava falando pro fulano das cem surras de que tinha um sujeito assim e assado de que fazia bem não sei quanto tempo de que tava tomando cachaça de graça no bar de sicrano e de que tinha espalhado de que era tudo na conta dele. Não. Era na conta desse daí, o do número cem. E de que, se ele não fosse lá no bar pagar no dia seguinte, de que a vida dele deixava de ter validade. Olha só pra você ver como o povo não vale nada. Então? Só sei de que nessa noite o sujeito do número cem não pregou o olho. Á, sim, e o pior era de que aquele número de que ele tinha feito no chapéu era uma promessa. Aí ele pensou de que, se ele fosse quebrar a promessa e levar outra surra, de que era melhor dele morrer. Então ele se arrumou de fugir de madrugada, enquanto tava todo mundo dormindo, de não quebrar a promessa. E olha de que quase ele foi, só acabou não indo porque ele pensou de que se ele fugisse ia ser a mesma coisa de ter apanhado, de maneira que acabou ficando. Ele pensou de que se tivesse de apanhar a de número 101, em qualquer lugar pronde ele fosse, a surra ia atrás dele. De maneira que ficou. Só tem de que, verdadeiramente, pra falar a verdade, o sujeito de que ficou já naquele momento deixava de ser o mesmo sujeito de que quis ir embora. Não entendeu? Vou explicar. É o seguinte, esse sujeito, esse do número cem, era um medroso. E burro. Só tem de que ele era uma pessoa de muita fé. De maneira que ele pensou de que, se fosse quebrar a promessa, aí ele passava a não ter nem mais o respeito de Deus. De maneira que, se ele fugisse, no dia de que ele morresse, ia ter de prestar conta desse dia e, no fim, podia inda acabar indo pro inferno. De maneira que eu acho até dele ter pensado o seguinte. Você veja só o pensamento de que ele teve. Quer dizer, isso eu não sei se ele pensou, se eu disser de que sei, aí eu vou tá’ mentindo. Isso quem pensou de que ele pensou fui eu. Mas veja se eu não tô certo. Eu acho de que ele pensou de que se ele fugisse e depois de morto fosse acabar indo pro inferno, mesmo depois dessas cem surras… Quer dizer, aí ele já tava considerando como se fosse 101. Então? Depois de tudo isso, se ele inda fosse pro inferno, de que era melhor ele enfrentar logo esse sujeito, nem que houvesse de morrer. Pelo menos aí ele morria, mas não quebrava a promessa. Entendeu? De maneira que ele, medroso do jeito de que era, de tanto medo de Deus, acabou tendo de ser valente de enfrentar o valentão. Daí que o sujeito de que acordou no dia seguinte aí ja era outro. Então? Rapaz, no dia seguinte, quem apareceu primeiro foi o valentão. E chegou todo todo, parecendo de que tava mais valente de que nos outros dias. Pediu a cachaça e, quando ia beber, pediu foi logo uma rodada pra todo mundo de que tava ali. Sim, senhor. De novo. E disse de que era na conta do Cem. É. Chamou o outro de Cem. Vê só a ousadia. Já chegou botando apelido no outro. Então? Aí, quem passou de ficar preocupado com aquela história toda foi o dono do bar, né? Enquanto a merda não fedia pro lado dele, era até engraçado, mas, quando o vento mudou, aí deixou de ter graça. Ele até ameaçou de dizer alguma coisa, mas o valentão deu uma encarada nele e ele abaixou as orelha. Ele era dessa categoria de gente. Então? O tempo passou e passou e o valentão bebeu e bebeu e nada do Cem aparecer. E o valentão, cada vez de que bebia mais, ia ficando mais valente, dizendo desaforo, de que ia fazer isso e aquilo, de que já tinha gente mijando nas calça dentro daquele bar só de medo das barbaridades de que o valentão tava dizendo. Até que a tardinha foi caindo e caindo e, quando pensou de que não, já tava escuro. Aí o valentão, já com a voz toda melosa de bêbado, falou, “Se esse cabra não vem até aqui, eu vou lá onde ele tá, e é agora”. Quando ele fechou a boca, uma voz disse, “Não carece não, seu moço. De que quem tu tá procurando chegou”. Era o Cem de que tinha aparecido na entrada do bar. E o engraçado foi de que, ali onde ele tava, tava escuro, porque ele tinha ficado do lado de fora, não sabe? De maneira que o valentão não podia ver bem a cara do homem. Aí o Cem falou de novo, “Vamo resolver esse assunto lá fora”, e foi virando as costa. Isso já era desaforo, de que um sujeito quando vira as costa pra outro sujeito de que vai brigar é sinal de que não tá respeitando. Aí o valentão se espevitou e se levantou-se. Só teve de que, na hora de que ele começou a andar, as perna pareceram de que não obedeciam ele, porque ele passou a tarde bebendo, e sentado. E você sabe de que, quando uma pessoa passa muito tempo bebendo sentado, quando ela se levanta, isso é coisa comum de acontecer, não sabe? Já aconteceu até comigo. Com você não já? Comigo às vezes acontece. Mas então? Onde é que eu tava mesmo? Sim. Aí o valentão começou a andar tropeçando nas próprias pernas e, quando chegou lá fora, de que aquela escuridão cegou ele, o sujeito desmaiou. É. Caiu com a cara no chão. Aí o Cem ficou ali, sem saber do que ia fazer, de maneira que não fez nada. Só ficou ali pensando na vida, nas cem surras de que tinha levado e na promessa de que tinha feito, até de que se resolveu a chegar mais perto donde tava o valentão. Deu uma risada, de que não era bem uma risada, era tipo assim uma careta, não sabe? Aí puxou o outro pelos cabelo e deu uns dois tapa na cara do valentão, de que era prele acordar. Quando o outro recuperou a razão e viu a situação, tava tão bêbado, de que não lembrava de nada, e achou foi de que tinha levado uma surra do Cem, de maneira que foi logo gemendo, “Não me mate, não, pelo amor de Deus, de que eu tenho família, não me mate não”, de maneira que o Cem se achegou-se a cara bem perto da cara do valentão e disse desse jeito, “Lhe dou cinco minuto de sair dessa cidade e nunca mais botar os pés aqui, visse? Ou eu lhe mato sem dó nem piedade”. Rapaz, eu vou te falar uma coisa pra você, esse homem saiu numa carreira tão desabalada, de que eu acho até da bebedeira ter passado ali naquele minuto. Deve de tá’ correndo até hoje. É por isso de que eu digo de que no cemitério tá cheio de valentão. Sim, senhor. Não de que eu seja um moleirão. Isso, não. Mas, quanto mais se arrota valentia, mais a vergonha é grande na hora da vergonha. Cabra da peste? Sei... [...]


***

14 comentários:

  1. Eta prosa boa meu amigo! Dá vontade de continuar escutando os "causo" dexe sujeito filho da preta...parabéns!

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    1. Grande Zebeto!

      Fico feliz que tenha apreciado. Vamos ver se a coisa se concretiza.

      Abração do
      Léo.

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    2. Acho de que gostei, mano Léo. Tá muito bom. Deu vontade de ler logo a estória toda, ver onde essa Preta entra, pq gosto muito de mulheres pretas, acima de tudo Clementina.
      Abraço

      Wilson Rocha e Silva

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    3. Mano Wilson! Acho de que gostei de seu depoimento! Tenho fé que seja logo essa publicação. Ah, também gosto delas.

      Abração do
      Léo.

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  2. John Ford fez grandes filmes e algumas dessas películas os valetões se destacaram. Gênios da literatura como: Euclides da Cunha, Graciliano Ramos e Guimarães Rosa já enveredaram sobre o nosso sertão e ali também existiu muitos valentões, mas o protagonista desse causo é um covarde bobo que já havia apanhado mais de cem vezes é coisa inédita quem sabe você não esta inaugurando a quarta fase do modernismo brasileiro boa sorte meu amigo.

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    1. Valeu, Totó! Futuro professor universitário! Explicou, explicou, explicou... Mas eu só queria saber se você curtiu... Hahaha!!!

      Amplexos,
      Léo.

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  3. Gabriel de Almeida Prado2 de março de 2012 às 21:33

    Pô Léo.
    EEEETA COISA BOA.... Quero ler o resto.
    Muito bom mesmo.

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    1. O resto, não, rapá! Mais respeito com minha obra!!! hahaha!!! Craro (de português crasso)! Depois de mando o pvt, digo, o pdf!

      Abração do
      Léo.

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  4. Gabriel de Almeida Prado2 de março de 2012 às 21:34

    Mano... esse "100" é o Chapolin Colorado hahahahaha

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  5. Cara, me peguei respondendo ao narrador, entre risadas... rsrsrsrs Ótimo!

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