segunda-feira, 9 de julho de 2012

Texto de aniversário de dois anos d'O X do Poema

Hoje este espacinho que eu criei pra minha diversão e pra divulgar artistas que admiro completa dois anos de existência. Portanto, resolvi fazer um balanço acerca de sua utilidade, suas conquistas e derrapadas. Entre bolas fora, gols de placa ou de canela, acho que tem valido o tempo gasto e as noites de sono perdido buscando a palavra apropriada no tempo certo e as canções que merecem destaque.

No começo os textos eram um tanto precários, mas com o tempo o hábito foi me dando experiência pra elaborá-los mais, desenvolver melhor a técnica da escrita e, principalmente, tornar mais profissional este blog, que ora, já tão íntimo meu, passo a chamar de blogue, aportuguesado e sem itálico, como o fazem nossos irmãos portugueses. E com o tempo foram nascendo as colunas, umas mais regulares, outras menos, mas que deram forma a este X do Poema, que hoje se assemelha mais a uma revista eletrônica.

Nesses dois anos pouca coisa mudou no universo musical brasileiro, minha galera continua na batalha, cada qual dois anos mais experiente; não ganho grana com meu blogue, nem fui contratado ainda pelo jornal cearense O Povo; adquiri alguns desafetos por me dar o direito de expressar minha opinião etc. Porém, conquistei novos amigos; recebi boas críticas; divulguei um número expressivo de artistas; desencalhei crônicas antigas e dei à luz novas, o que não teria acontecido certamente se não houvesse este blogue; e tudo isso em apenas dois anos!

Um bom método que encontrei pra fazer um balanço destes 24 meses foi tratar dos dez textos mais lidos/visitados por aqui nesse tempo. Foram até agora 42.626 acessos, um número ainda pequeno, se comparado ao de outros blogues, mas crescente. No primeiro ano a média de acessos era de 1.000 por mês, no segundo essa média duplicou. Mês passado, por exemplo, foram 2.917 visualizações. E, das treze colunas regulares do blogue, seis delas tiveram textos entre os dez mais. Vamos ver quais são esses textos:


Notícias de Sampa foi o nome que dei a coluna que escreveria pra um site que saiu do ar. Importei-o então pr'O X do Poema. O texto acima foi escrito pra divulgar a festa do décimo aniversário do Caiubi e o lançamento do livro (coletivo) de contos Doido, Eu?. O sucesso do texto se deveu à mobilização dos envolvidos e à boa divulgação que teve no site do Caiubi.


Não é segredo pra ninguém (que nos conheça) que Marcio Policastro é de meus compositores preferidos (não só) do Caiubi e que temos uma parceria pra lá de consistente. Mas, pelo sucesso do texto, tenho companhia nessa preferência. Inclusive, é bom frisar que muita gente visita os textos do Ninguém me Conhece mais de uma vez só pra ouvir as canções. De forma que o blogue acaba atuando também como uma espécie de rádio. E muito do bom resultado desses textos nas estatísticas se deve a elas, as canções, como diria o saudoso Zé Rodrix.


Coincidentemente postei esse texto dois dias antes do de Marcio Policastro. Só que este, ao contrário daquele, não obteve uma repercussão rápida. Contudo, tem sido dos mais regulares do blogue e quase todos os meses alcança bom número de visitas. Admito que muito de seu sucesso se deve menos à qualidade da escrita que a São Google, pois é por meio deste que muitos leitores chegam àquele. Falando de Os Manos e as Minas, esta coluna bolei pensando em tratar de pessoas que admiro que não cabem no Ninguém me Conhece, ou seja, as muito famosas ou as que não pertencem ao mundo artístico.


Deixando a modéstia de lado, gosto muito desse texto, pois trata de preencher uma lacuna em torno de Zé Rodrix: seu período de retorno à criação, sobretudo suas parcerias com caiubistas e a importância que tanto  teve no Caiubi quanto a que o Caiubi teve nele. O que me motivou a escrevê-lo foi notar a preguiçosa e pouco investigativa cobertura da imprensa em geral quando de seu desaparecimento. Sinto-me em dívida com ele, e esse texto é apenas uma parcela do pagamento.


As Crônicas Desclassificadas são o outro lado da moeda das Crônicas Classificadas. As primeiras são minhas, as segundas, alheias. Mas não quero com isso desmerecer minhas crônicas; o título tem mais de humor que de desamor (a meu modo). Falando em desamor, escrevi essa crônica como forma de desabafo, numa época em que me sentia perseguido no trabalho por uma pessoa que, ao que me parecia (parece), sofria dessa doença. O assunto gerou interesse e a crônica foi muito visitada na época, e continua sendo. Foi um desabafo que deu certo.


Outro desabafo que rendeu. Este, no entanto, graças à polêmica que gerou, polêmica esta reverberada pela falta de interpretação de texto de muitos leitores. Chegaram a xingar até a pobre de minha mãe, o que me fez ter que moderar os comentários por um bom tempo, até que esses desocupados me esquecessem e procurassem outra (des)ocupação. A repercussão dessa crônica me fez compreender por que muitos optam pela hipocrisia em detrimento das convicções.


Este é meu texto espontaneamente mais popular. Além do grande número de acessos que alcançou quando de sua publicação, até hoje dificilmente passa um dia sem que alguém o acesse. Pra minha (nossa) alegria, pois Sampaio realmente é fera!


Este é um exemplo de como por vezes o sucesso pode ser imprevisível. A coluna Joaquín Sabina en Portugués nunca foi das mais populares de meu blogue. Posso dizer que existe apenas por teimosia minha em divulgar um gênio que admiro e que é absolutamente desconhecido no Brasil. Posso apenas elucubrar acerca dos fatores que levaram essa nona publicação a chegar ao terceiro lugar: era a primeira vez que tratava acerca de Gabriel de Almeida Prado em meu blogue, e ele fez um trabalho de divulgação fabuloso; a canção é, realmente, muito bonita, e a versão de Gabriel é bastante caprichada... Bem, é isso. Não é uma fórmula, pois os dois fatores acima se repetiram em outros textos dessa coluna sem o mesmo resultado. Não vou queimar neurônios pensando nisso, basta ficar contente por Gabriel e por Joaquín (tartarugas às vezes chegam na frente...).


Sonekka tem a seu favor o talento, a beleza das canções, o senso marqueteiro e a estrutura do site do Caiubi, do qual ele é criador. Uma divulgaçãozinha ali é, por si só, garantia de muitos acessos. Acho mesmo que Sonekka faz pouco por sua carreira, tendo ferramenta tão interessante em mãos. O que, de certa forma, é sinal de que ele não é egoísta, visto que o site do Caiubi é dos mais democráticos que conheço. Aliás, bem mais democrático que as festas de aniversário do clube, mas isso é outra história...


Vejam como o debate acerca dos rumos da música (e da música brasileira) é tão importante e necessário. Uma descontraída troca de ideias entre a cantora Marianna Leporace e o compositor Vlado Lima, que ocorreu numa lista fechada (M-Música), quando trazida a meu blogue gerou uma enxurrada de visitas e comentários. Sinal de que a MPB (tema da discussão) não está de todo liquidada. Ainda gera depoimentos acalorados. Só que aqui fiquei realmente boquiaberto, pois esse número até agora inigualado por nenhum outro texto em meu blogue não demorou uma semana pra ser atingido. E notem como não dá pra virar fórmula: texto recente sobre assunto parecido (Qual a Importância dos CDs na Atualidade?) obteve três vezes menos acessos. E, em minha opinião, o futuro do CD é tema bem mais interessante que o futuro da sigla MPB.

Além das dez publicações acima e suas respectivas colunas, O X do Poema conta ainda com Um Cearense em Cuba, que não é uma coluna, mas um diário de viagem; Trinca de Copas, na qual trato sempre de três canções (minhas) inéditas; Trinca de Ouro, na qual trato de três canções (minhas) gravadas; Entrevistando, na qual posto entrevistas que curti (enquanto não tomo coragem pra fazer minhas próprias entrevistas); Cançonetas, que trata de sonetos (meus) musicados; além de 10 Textos Recomendados, que não é uma coluna, mas um link pra facilitar visitas aos dez textos que mais curto do blogue; Textos Avulsos, no qual juntei dez textos iniciais deste blogue, quando ainda não tinha tido a ideia de separá-los por colunas; Contos, que é um link de meus, obviamente, contos, que geralmente fazem parte das Crônicas Desclassificadas; e Filho da Preta!, um texto à parte, na verdade um fragmento de romance meu de mesmo nome, postado pra divulgá-lo.

Acho interessante também divulgar os dez países que mais visitaram meu blogue nestes dois anos iniciais: Brasil, EUA, Portugal, Rússia, Alemanha, Argentina, Espanha, Uruguai, Colômbia e Reino Unido. Agradeço a todos vocês que aparecem por aqui, regular ou esporadicamente, e finalizo prometendo que tentarei fazer o possível pra melhorar ainda mais a qualidade dos textos e dos temas e trazer mais gente boa pra esta seleção de craques.

Até já!

***

P.S.: pra quem tiver curiosidade, segue o link da primeira publicação: O X do Poema

22 comentários:

  1. Parabéns, querido, sobretudo, por levar texto às pessoas num país no qual se lê tão pouco...

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    1. Descobri por acaso, no fb, que o comentário acima é de Lucia Helena Corrêa. Valeu, querida!

      Beijão do
      Léo.

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  2. Meu Queridão!
    Você merece nosso aplauso.
    Em dois anos de existência,o X do Poema (nunca vou me esquecer do dia do nosso X do Poema)me ofereceu textos maravilhosos para ler.Aqui fiquei conhecendo uma penca de gente boa e conheci músicas com suas histórias fantásticas.
    Parabéns e obrigada por nos oferecer mel.
    Beijos de carinho e admiração
    Lucinda Prado(fã fã fã....)

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    1. Valeuzaço, queridona! De doido pra doida! Hahah!

      Beijos do
      (Bele)Léo.

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  3. Parabéns, Parceiro! O "O X do Poema" é belo e é sucesso, total! Fico feliz por participar um pouquinho da sua história, Léo. Mil bjs

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    1. Clarisse, sua participação em minha história é tão significativa, que até o nome desse blogue roubei de uma canção nossa! Saudades...

      Beijos do
      Léo.

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  4. Léo, saiba que estou por aqui sempre que posso. Gosto muito desse espaço e dos seus textos, além de ser fã do seu lado letrista! :)
    Vá em frente, parceiro (ou melhor, triceiro)!
    Um beijão,
    Danny.

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    1. Valeu, queridona! Precisamos parceirar (ou tirceirar) mais! Vira e mexe vou lá no seu também.

      Beijos do
      Léo.

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    2. Só que o meu anda negligenciado ultimamente... rs
      Ando sem inspiração!
      Beijo!

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    3. Ops! Leia-se "triceirar". Revisor de casa não se autorrevisa. Hahaha!!!

      Negligencie, não, bonitona!

      Beijos,
      Léo.

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  5. Parabéns, Léo!
    São dois anos de história contada com belas palavras e boas surpresas.
    Vida longa ao "X do Poema"! Pra alegria de todos nós.
    Beijo
    Rita

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    1. A alegria é minha em receber sua visita, Rita (até rimou)!

      Beijossss,
      Léo.

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  6. Queridíssimo:
    Sinto não ter tempo como gostaria para me deliciar ainda mais com tudo o que leio por aqui. Menos ainda pra divulgar também o conteúdo. Prometo fazê-lo com mais eficácia daqui pra frente...
    Beijo e Luz
    SUCESSO SEMPRE
    Tato Fischer
    Que "O X do POEMA" nos revele sempre todas as outras letras...

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    1. Valeu, Tato! Estamos em con-tato! Haha!

      Mas não se preocupe, visite quando puder. Os textos não fugirão daqui. Pelo menos assim espero...

      Beijão do
      Léo.

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  7. Eu, que nunca gostei de ler, aqui me pego me traindo! Parabéns, querido!

    Álvaro

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    1. Há traições saudáveis, parceirão! Falar nisso, "Ingratidão" tá a caminho.

      Abraços cuevais,
      Léo.

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  8. Léo,
    Ainda estou devendo um comentário no texto sobre o futuro do CD. Mas por ser um assunto tão caro pra mim, preciso fazer isso num momento mais tranquilo.
    Passo por aqui pra desejar vida longa ao seu "blogue", que como já te falei, presta um serviço incrível de divulgação da música independente! Ele precisa, sim, ser cada vez mais conhecido e visitado.
    Vc é um resistente cultural que tem toda a minha admiração. Adoro a sua bandeira!!
    Um grande beijo e muito obrigada em nome de uma classe que ainda irá se render à sua fantástica contribuição!
    Marianna

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    1. Pô, Marianna! Assim você me encabula... Hehe!

      Pertencemos ao mesmo partido, queridona!

      Beijão do
      Léo.

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  9. As festas do Clube são super democraticas, abraçamos a todos que nos procuram, propoem ajudas e meios de participar, até se for cantando. A gente só não fica tentando bater de porta em porta e nem convidamos o universo todo pra caber na casca de noz.

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  10. Parabéns, Leo, pelos dois anos de blog. A perseverança é a alma do negócio.

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